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A beleza da mulher salvará o mundo?

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A beleza da mulher salvará o mundo?

Foi mais ou menos sob este título que escrevi meu último artigo. Para ser sincero e completo, preciso aprofundar e ampliar os conteúdos que nele expressei. É o que tento fazer hoje. Quem me impulsiona a fazê-lo é uma foto que apareceu na imprensa no dia 23 de abril. Ela retrata o momento em que três mulheres do Femen invadem a sala de uma Universidade da Bélgica enquanto Dom André-Joseph Léonard, arcebispo de Bruxelas, profere uma conferência. Insultando-o em altos brados, encharcam-no de água para “purificá-lo” do crime de homofobia. O prelado se mantém em silêncio.

No final, ele beija devotamente uma imagem de Nossa Senhora e se retira.
Como se sabe, o Femen é um movimento de mulheres fundado na Ucrânia em 2008, com o objetivo de lutar contra a discriminação feminina que suas integrantes julgam perceber na sociedade. Elas se tornaram conhecidas por levarem adiante suas manifestações de topless, pinturas no corpo e gritos estridentes. Se até na Praça São Pedro, no Vaticano, elas se fizeram presentes na véspera da eleição do Papa Francisco, nada de “anormal” que o façam também no Brasil durante a Jornada Mundial da Juventude, já que a Igreja é vista por elas como a “grande inimiga”. É o que prometeu fazer, há poucos dias, uma de suas líderes: «Dentro em breve, os olhos do mundo estarão voltados para o Rio de Janeiro. E, para nós, é muito importante ficar perto de nossos inimigos!».

Dominadas por uma virulência que lhes faz obscurecer o que constitui a sua grandeza, tais feministas podem ser vistas como o exemplo concreto do velho provérbio popular: “Quanto maior a altura, maior o tombo!”. Ao invés dos dons com que o Criador as enriqueceu – que no artigo anterior eu sintetizei na beleza e no amor a serviço da vida – o que nelas sobressai é o contrário de tudo o que se deseja ver numa mulher. Certamente, seus rostos tensos e irados fariam Adão rever o que exclamou ao acordar e descobrir a presença de Eva ao seu lado: «Agora me sinto feliz: ela é osso dos meus ossos e carne de minha carne!» (Gn 2,23).

Não é que o Femen não tenha razões em sua luta contra a exploração à que são reduzidas as mulheres em alguns ambientes e países. De fato, não deixa de ser humilhante verificar como, em pleno século XXI, há ainda nações e até mesmo religiões que as têm como inferiores ao homem. Vedam-lhes o acesso à cultura e à política e, vendo nelas a fonte motora da libido masculina, as obrigam a se apresentar na sociedade em trajes ridículos e anacrônicos.

Contudo, ao confundir alhos com bugalhos, com o mesmo afã com que combate a pedofilia e a homofobia, o Femen luta ferozmente a favor do aborto e do casamento gay. Foi assim que, no mesmo dia em que algumas de suas integrantes agrediam o arcebispo de Bruxelas, em Paris suas colegas se juntaram a outras “minorias” radicais e conseguiram a aprovação, por parte do Parlamento e do Governo, da lei que permite a adoção de crianças por casais homossexuais. Levando em consideração apenas os interesses dos adultos, ignoraram os direitos das crianças que se veem privadas de uma família normal, composta de um pai e de uma mãe, condição que a psicologia moderna considera essencial para o seu desenvolvimento normal e sadio.
Para Chiara Lubich, líder de um “feminismo” totalmente diferente, a vocação da mulher é sublime: «O Papa Pio XII definiu a mulher como a “obra-prima” da criação. Mas isso só acontecerá se ela for realmente mulher, com os atributos que a distinguem.

Nos tempos atuais, saturados de ateísmo e de aniquilamento do espírito, a mulher, com o seu natural instinto para Deus, com sua perene vocação para o amor, com sua perspicácia nas coisas e nos fatos, pela qual dá àquelas e a estes sabor e sentido, tem uma missão de primeira grandeza na renovação e recuperação da sociedade. Quando a mulher é outra Maria, ou seja, virgem, mãe, esposa, pranto, paraíso, mas, sobretudo, “portadora de Deus”, pode fazer muito por todos, porque a mulher, se é mulher, é o coração da humanidade».

Não terá sido esta a mensagem que o arcebispo de Bruxelas, Dom André-Joseph Léonard, quis transmitir ao beijar a imagem de Nossa Senhora ante a grosseria e a violência das três representantes do Femen? Há muitas maneiras de ser mulher: cada uma revela o que tem no coração…

Dom Redovino Rizzardo, cs

Bispo de Dourados

[email protected]

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