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Do Titanic ao aborto

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Do Titanic ao aborto

Há 100 anos, no dia 14 de abril de 1912, durante a sua viagem inaugural entre a Inglaterra e os Estados Unidos, o navio Titanic chocou-se com um iceberg. Apesar de ser considerada uma das maiores e mais seguras obras da engenharia naval até hoje construídas, foram suficientes duas horas e quarentas minutos para que afundasse e levasse consigo 1523 dos 2240 passageiros e tripulantes que estavam a bordo. Comenta-se que, diante de sua imponência, uma das 100.000 pessoas que se fizeram presentes no dia de seu lançamento à água – 31 de maio de 1911 –, teria exclamado: «Nem Deus afunda este navio!».

De fato, não foi Deus quem o afundou. Nem mesmo o iceberg com que se embateu. Quem acabou com o Titanic foram pessoas humanas, que se deixaram levar pelo orgulho e pela ganância. Dentre eles, Bruce Ismay, presidente da empresa proprietária, um dos passageiros da fatídica viagem. Foi ele quem deu ordens ao capitão Smith para imprimir a máxima velocidade ao navio, apesar da presença de numerosos icebergs na região. Não morreu no acidente porque tirou o lugar de uma mulher num dos botes salva-vidas…

Deus nunca castiga. É o homem que, através de suas escolhas e atitudes, constrói o próprio destino. Um destino que só pode acabar em naufrágio quando essas escolhas e atitudes têm a sua origem num coração dominado pela maldade e pela ignorância. Quando Deus, que é amor e verdade, é banido da sociedade, o seu lugar é ocupado pelo Demônio, “o pai da mentira e o assassino por excelência” (Cf. Jo 8,44).

Impostura e violência, eis o sofrimento da população brasileira, em grande parte devido à miopia que afeta algumas lideranças políticas do país. Dentre os frutos dessa cegueira, um dos mais graves, porque perpetrado contra seres inocentes e indefesos, é o aborto.

Para Eleonora Menicucci, Ministra da Secretaria de Políticas para as Mulheres, e para Juliana Belloque, Defensora Pública do Estado de São Paulo e integrante da Comissão de Juristas constituída pelo Senado para elaborar um novo projeto de lei sobre o aborto, ele deve ser visto como uma questão de saúde pública, já que no Brasil, a cada ano, um milhão de mulheres o praticariam clandestinamente. O texto em estudo prevê que uma mulher poderá interromper a gravidez até a 12ª semana de gestação, se um médico ou psicólogo achar que ela não tem condições de levá-la adiante serenamente.

«Estamos diante de uma cultura que quer legalizar o aborto a qualquer custo», explica Dóris Hipólito, da Associação Nacional Mulheres para a Vida: «As avaliações sobre a condição física e psicológica são subjetivas. Falo por experiência: abortar não soluciona nenhum problema. Só torna o drama ainda pior. Vi jovens que, ao receberem o apoio adequado, reconstruíram suas vidas quando se tornaram mães. O que o Estado deveria fazer é oferecer esse apoio».

Além de “assassino desde sempre”, Jesus chama o Demônio de “pai da mentira”. É a ela que recorrem alguns defensores do aborto ao apresentar índices astronômicos de mulheres que morreriam por buscar clínicas clandestinas. Na realidade, de acordo com os dados fornecidos pelo Ministério da Saúde, tais mortes anuais talvez cheguem a 10.000 – número inferior às 45.000 vítimas de trânsito e aos 50.000 homicídios que, todos os anos, infernizam as famílias brasileiras.

«O aborto é um direito! O corpo é meu: faço dele o que eu quiser!». As mulheres que assim pensam, esquecem os valores que constituem a sua grandeza e a sua missão. Esquecem que, quem pratica um mal maior – tirar a vida de uma pessoa – não tem medo de cometer qualquer outro crime. Esquecem que gritar contra a violência – roubos, assaltos, estupros, sequestros, etc. – é hipocrisia quando se aprova o aborto. Esquecem que, assim agindo, pode-se chegar a eliminar não apenas os bebês que nascem com defeitos físicos e mentais – como já se propugna em alguns países – mas qualquer pessoa considerada de peso para a sociedade (idosos, doentes, aposentados, desempregados, etc.).

Uma coisa é certa: quando as crianças desaparecem ou diminuem, a sociedade envelhece, definha e perde a alegria de viver. Querem uma prova? O olhar apagado e agressivo da Ministra Eleonora, definida por Dom José Benedito Simão, bispo de Assis, «uma pessoa infeliz, mal-amada e irresponsável».

Dom Redovino Rizzardo, cs
Bispo da Diocese de Dourados

Eleonora Menicucci - Ministra da Secretaria de Políticas para as Mulheres

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