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Novas luzes no firmamento da Igreja

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Novas luzes no firmamento da Igreja

Até parece brincadeira: ultimamente, nos momentos em que me ausento da Diocese de Dourados, um padre aproveita para entrar no Paraíso…

Foi o que aconteceu com o Frei Ernesto Wiederholt, OFM, em maio, durante a Assembleia Geral da CNBB, em Aparecida, e com o Pe. José Carlos Stefanello, SAC, em junho, durante a reunião do Conselho Permanente da CNBB, em Brasília.
Trata-se de dois religiosos que partiram para engrossar a multidão de santos que compõem a Igreja celeste e definitiva, rezando pelos irmãos que ainda caminham neste “vale de lágrimas”.

O Frei Ernesto é o último missionário alemão enviado ao Brasil pela Província Franciscana da Turingia. Nascido em Hetzerath, a 12 de maio de 1938, ingressou na Ordem Franciscana, onde fez a sua profissão religiosa no dia 28 de abril de 1961 e recebeu a ordenação presbiteral a 31 de julho de 1966.
No Brasil, atuou em várias frentes missionárias: Canaã do Norte, Nobres, Santo Antônio de Leverger, Pedra Preta e, a partir de 2006, em Rio Brilhante, Itaporã e Dourados. Em toda a parte por onde passou, suas características mais visíveis eram a simplicidade e o senso de humor, que o levavam a se distanciar das grandezas e das ambições do mundo.

Depois de uma intervenção cirúrgica destinada a lhe extirpar um câncer nos intestinos, em abril de 2011 Frei Ernesto foi transferido para Campo Grande.

Lutou bravamente, durante seis meses, contra a doença, contando sempre com a assistência generosa dos confrades e amigos até o último instante, na manhã do dia 6 de maio, quando Deus o chamou para o Paraíso.
Um mês depois, na tarde do dia 15 de junho, foi a vez do Pe. José Carlos Stefanello, religioso Palotino e pároco de Nova Alvorada do Sul, chegar à Pátria celeste. Se Frei Ernesto faleceu aos 73 anos, o Pe. Zeca (como era conhecido por todos) o fez bem mais cedo: aos 58 anos. Seu sepultamento, acompanhado por inúmeros sacerdotes (dentre eles, um seu irmão), diáconos, religiosos e uma multidão de amigos, ocorreu no dia seguinte, em Glória de Dourados, onde ele prestara seu serviço durante muitos anos.

O Pe. Zeca nasceu em Nova Palma, no Rio Grande do Sul, a 19 de dezembro de 1952. Aos 12 anos, ingressou no seminário de Faxinal do Soturno. Completou seus estudos de filosofia e teologia em Santa Maria, onde também fez sua profissão religiosa, a 15 de abril de 1976.
Logo após a ordenação sacerdotal, ocorrida em Faxinal do Soturno, no dia 21 de dezembro de 1980, veio ao Mato Grosso do Sul, onde passou a maior parte de sua vida pastoral (excetuados os cinco anos que transcorreu em Colorado do Oeste, Rondônia).
Iniciou suas atividades em Glória de Dourados, paróquia à qual se sentiu sempre muito ligado, tanto que manifestou o desejo de ser enterrado naquela cidade. Por ocasião de seu jubileu de prata sacerdotal, em 2005, o Pe. José Carlos assim se referiu àquele período de sua vida: «O pároco, Pe. Gervásio Pivetta, foi um pai para mim. Ajudou-me muito nos primeiros anos de apostolado. Certa vez, no domingo da Páscoa, celebramos juntos. Alguém, no final, da missa, comentou: “Até parecia o pai ensinando a seu filho!” Muito do que sou hoje, devo-o a ele».

De Glória de Dourados, o Pe. Zeca foi transferido para a paróquia Nossa Senhora de Fátima, em Dourados. Quando precisou deixar também esta paróquia, os jovens enviaram uma carta ao Superior Provincial dos Palotinos insistindo na permanência do sacerdote: «O Pe. José Carlos é o único padre que dedica a maior parte de seu tempo à juventude. Pedimos encarecidamente que o nosso padre e amigo tão querido fique entre nós».

Outras paróquias do Mato Grosso do Sul que contaram com sua presença foram Amambai e Vicentina. Em 1989, foi enviado por seus Superiores para Colorado do Oeste, em Rondônia. Em 1995, voltou à Diocese de Dourados, assumindo novamente a paróquia de Glória de Dourados, onde se manteve até o ano de 2007, quando passou para Nova Alvorada do Sul, como vigário paroquial do Pe. Gervásio Pivetta, a quem sucedeu na direção da paróquia, em 2009.

O necrológio, preparado pelos Palotinos de Santa Maria, assevera: «O Pe. José Carlos foi um padre que manteve o espírito jovem. Tinha sempre um sorriso no rosto. Era de agradável e fácil convívio. Mesmo na enfermidade que o acometeu, manteve sua serenidade e alegria. Não fez coisas extraordinárias, mas sempre desempenhou com muito empenho suas responsabilidades. Tinha um jeito meio brincalhão e, por isso, tornava-se leve e agradável na convivência. Os colegas destacam seu caráter simples, agradável e serviçal».

Dom Redovino Rizzardo, cs
Bispo da Diocese de Dourados

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