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“O fruto do pecado é a morte”

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“O fruto do pecado é a morte”

Por Dom Redivino Rizzardo

No dia 15 de abril, ao saber que seu filho de 19 anos se envolvera num episódio de arruaça com outros jovens numa boate de Campo Grande, o prefeito de Costa Rica, diante dos comentários maldosos sobre possíveis lacunas na educação familiar, assim se expressou: «Lamento o ocorrido. Não vou passar a mão na cabeça de ninguém. Tenho certeza que criei meu filho com princípios. Ele tem que ser responsabilizado». Pedindo desculpas à população do município, acrescentou: «Até os 18 anos, quando era eu que mandava, ele não freqüentava bares e boates».

Na semana seguinte, outro jovem, também de 19 anos, tentou furar o bloqueio policial em alta velocidade na cidade de Rio Verde. Ao ser preso, inclusive por desacato à autoridade, dizendo-se filho de fazendeiro, passou a xingar e ameaçar os policiais: «Vocês me prendem, mas verão no que isso vai dar. Eu vou denunciar vocês e vocês perderão essas fardinhas».

Por fim, no dia 1º de maio, em Dourados, foi preso mais um jovem de 19 anos, o “Cachoeirinha”, considerado o maior bandido mirim da cidade. No momento, ele estava com 11 quilos e 840 gramas da maconha. Seus crimes começaram com pequenos furtos e agressões na infância e na adolescência, e se transformaram em vários assassinatos ao atingir a maioridade.

Os três fatos aconteceram no mesmo Estado (Mato Grosso do Sul), num curto espaço de tempo (15 dias) e com pessoas da mesma faixa etária (19 anos). Se em todos imperam a transgressão e a truculência, contudo a educação, a cultura e a condição social herdada de seus familiares são diferentes.
Antigamente, tinha-se como certo que a primeira escola era a família. Nada substituía a educação ministrada pelos pais. Hoje, pelo contrário, tudo indica que a reviravolta é total, como descreveu a pedagoga espanhola, Mônica Monastério, na revista “Ecos Marianos”, de 2011: «Somos a primeira geração de pais decididos a não repetir com os filhos os erros dos nossos progenitores. E, com o esforço de abolirmos os abusos do passado, somos pais mais dedicados e compreensivos. Mas, por outro lado, os mais bobos e inseguros que já houve na história.

O grave é que estamos lidando com crianças mais “espertas” do que nós, ousadas e mais “poderosas” do que nunca. Parece que, em nossa tentativa de sermos os pais que queríamos ter, passamos de um extremo a outro. Assim, somos a última geração de filhos que obedeceram a seus pais. E a primeira geração de pais que obedecem a seus filhos. Os últimos que tivemos medo dos pais, e os primeiros que tememos os filhos. Os últimos que cresceram sob o comando dos pais, e os primeiros que vivem sob o jugo dos filhos. E, o que é pior: os últimos que respeitamos os nossos pais, e os primeiros que aceitamos que nossos filhos nos faltem com o respeito».

Ante o permissivismo ético e moral que se alastra em todas as direções, sobretudo através dos meios de comunicação social – sem excluir escolas e famílias – é de se perguntar se era mais deletéria a “repressão sexual” de alguns anos atrás ou a banalização do sexo da sociedade moderna… Os grandes desafios da atualidade – a devastação do meio ambiente, a corrupção política, a violência urbana, as injustiças sociais, etc. – não têm outra origem senão no pecado em que caíram Adão e Eva, ao pretenderem tomar o lugar de Deus, decidindo o que é bom e mau, o que é certo e errado, sem nenhuma outra diretriz senão a própria vontade (Cf. Gn 3,5).

É então que «os homens se perdem em raciocínios vazios e sua mente fica obscurecida. Pretendem ser sábios, mas não passam de ignorantes; trocam a glória do Deus incorruptível – que é o homem vivo, na clássica definição de Santo Irineu – por seres corruptíveis» (Rm 1,21-23). Um exemplo recente: no dia 24 de junho, em Anastácio, Mato Grosso do Sul, um homem foi preso por ter matado um cachorro, fato, sem dúvida, lamentável para quem aprende a respeitar os animais e a natureza. Se, porém, matar um cachorro é crime, o que será abandonar à própria sorte milhares – ou milhões? – de pessoas, que morrem de fome porque outros comem demais? E o que são as numerosas – e cada vez mais sofisticadas – clínicas para animais, se comparadas com o que se vê (ou não se vê) em tantos hospitais?!

Dom Redovino Rizzardo
Bispo da Diocese de Dourados

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