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Pastor evangélico convida católicos a agir

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Pastor evangélico convida católicos a agir

No final de abril de 2012, o juiz Victorio Giuzio Neto, de São Paulo, extinguiu a ação movida pelo Ministério Público Federal contra o Pastor Silas Malafaia, exigindo que ele se retratasse de um discurso considerado homofóbico, pronunciado em julho de 2011, no programa “Vitória em Cristo”, na TV Bandeirantes.

Ao se referir à Parada Gay, realizada no mês anterior em São Paulo, ocasião em que seus organizadores haviam levado na marcha estátuas de santos em poses homoeróticas, ele havia afirmado: «Os caras da Parada Gay ridicularizaram símbolos da Igreja Católica, e ninguém fala nada! A Igreja Católica deveria entrar de pau em cima deles! Baixar o porrete neles, para que aprendam! É uma vergonha!».

Para o juiz, «as palavras de condenação do Pastor foram dirigidas mais aos organizadores do evento – pelo mau emprego de imagens de santos da Igreja Católica – do que aos homossexuais».

Nos mesmos dias, o oficial de Justiça Paulo José de Souza, membro da Igreja “Deus é amor”, de Dourados, tomava uma direção contrária, censurando, através de um jornal local, padres da Igreja Católica. Permito-me trazer alguns tópicos de seu artigo: «Pedofilia, essa palavra causa nojo em qualquer pessoa de bom senso. No entanto, é praticada por muitas pessoas e, inconcebivelmente, por alguns padres. O padre, em minha opinião, deveria ser casado. Não casar é, no mínimo, uma privação de direitos, fato esse que gera problemas em seu organismo, levando-o a praticar atos libidinosos, e até conjunção carnal anormal ao ser humano. Se o padre realmente for proibido de casar, deveria ser castrado. Se essa medida fosse adotada, não teríamos tantos casos de pedofilia e menos sofrimento a esses meninos que terão que carregar pelo resto de suas vidas, apesar da tenra idade, a desgraça de serem violentados e vilipendiados».

Pensei que acusação tão impertinente recebesse uma avalanche de respostas dos católicos da Diocese de Dourados, que conhecem os seus sacerdotes e acreditam que, dos 65 que nela atuam atualmente, ninguém mereça as críticas do Paulo José. De minha parte, posso dizer que, em sua totalidade, eles lutam para serem fiéis a Deus e se esforçam para acolher como irmãos a todos os que os procuram em busca de conforto e de apoio. Mas, por serem humanos, podem pecar, como também as pessoas que lhes jogam pedras!
Por que a maioria dos católicos prefere ficar em silêncio ante situações constrangedoras como as de São Paulo e de Dourados? Alguns, talvez, porque não chegam a tomar conhecimento dos fatos. Outros, por não se julgarem preparados para uma resposta adequada. É provável que haja também aqueles que pensam que não valha a pena, pois sempre haverá ataques contra a Igreja, por mais que se queira defendê-la. Mas, sem dúvida, há muitos que não o fazem por falta de coragem ou de convicções.

Não é o caso de Danilo Scandilheiro, o qual, no dia 3 de maio, no mesmo jornal em que apareceu a crítica do Paulo José, julgou que era seu dever responder. E o fez com sabedoria: «A opinião de Paulo José de Souza nos remete a uma época onde os homossexuais seriam apedrejados em praça pública. Causa-me estranheza que um homem que lida com leis, levante tal hipótese em pleno ano de 2012, onde os direitos humanos são tão difundidos! Com esse princípio, o ladrão deveria ter sua mão amputada como forma de castigo: teríamos, então, um bando de políticos “manetas” no Brasil! Seguindo o raciocínio de Paulo José, na cidade onde um juiz for acusado de pedofilia, deveríamos castrar todos quantos forem da lei! A Igreja Católica tem problemas, como qualquer instituição. Se numa família há um filho traficante, prende-se toda a família?».

Não sei quanto crédito mereçam as estatísticas: de acordo com elas, 85% dos casos de pedofilia são praticados por casados (e descasados), 65% por familiares e 0,3% por padres católicos. Em Dourados, até o dia 18 de maio, haviam sido registrados 37 abusos sexuais contra menores, número “inexpressivo” se comparado com os do Rio Grande do Sul, onde eles se sucedem a cada três horas, quase sempre em casa. Por tudo isso, num período histórico em que as Igrejas são cada vez mais contestadas, um pouco de humildade – e de ecumenismo – talvez não faça mal a ninguém…

Dom Redovino Rizzardo, cs
Bispo da Diocese de Dourados

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