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“Quando sou fraco, então é que sou forte!”

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“Quando sou fraco, então é que sou forte!” (2Cor 12,10)

Eu me havia convencido que na “Palavra do Pastor” deste mês teria a alegria de apresentar o novo bispo diocesano de Dourados. Infelizmente, a fumaça branca não apareceu, e assim, já que no ELO anterior expus algo do que aconteceu com os meus quatro predecessores, peço vênia para, desta vez, me deter sobre os catorze anos de serviço pastoral que me coube levar adiante.

A primeira tentação que devo superar seria de me contentar em relatar iniciativas e eventos que, de per si, se não forem feitos por Deus e com amor, nada constroem. Era o que escrevia São Paulo cristãos de Corinto, exortando-os a não parar nas aparências: «Não olhemos para as coisas que se veem, mas para as que não se veem. Pois as que se veem, são passageiras, e as que não se veem são eternas» (2Cor 4,18). O próprio Jesus não aceitava a conduta das pessoas que, talvez, fizessem coisas maravilhosas, mas contaminadas por segundas intenções: «Esforcem-se para não praticar boas obras diante das pessoas com a intenção de serem louvados por elas!» (Mt 6,1).

Ao escolher como lema episcopal “Unânimes com Maria”, o fiz por saber, como Maria, que tudo o que de bom acontece é por graça de Deus. É nesse sentido que me atrevo a parafrasear o seu cântico: «Meu espírito se alegra em Deus, meu Salvador, porque olhou para a pequenez de seu servo, e fez coisas extraordinárias» (Lc 1, 47.49), que eu, com minhas limitações e fraquezas, jamais teria realizado.

Dentre as “coisas que se veem” – mas tendo sempre presente que as mais importantes são “as que não se veem”, como é a doação de milhares de fiéis que, no desapego de si mesmos e sem buscar aplausos, se sacrificam pela família, pela Igreja e pela sociedade – lembro que foram criadas 17 paróquias e ordenados 23 diáconos permanentes e 37 sacerdotes (entre diocesanos e religiosos).

Graças à iniciativa de leigos comprometidos com a evangelização e de Institutos religiosos que têm por carisma a comunicação, foram implantadas na Diocese várias emissoras (Rádio Coração, Rádio Boa Nova, Rádio Imaculada Conceição, etc.). Por sua vez, o boletim informativo “ELO” foi transformado numa Revista de destaque nacional.

Onze foram as paróquias que construíram – ou estão construindo – a sua nova igreja matriz: oito no interior e três em Dourados. Outras sete passaram por grandes – e, pelo menos algumas delas – por reformas que se revelaram de muito bom gosto, como a Catedral. Ademais, graças à generosa colaboração das paróquias (e, nos primeiros anos, à ajuda chegada da Alemanha), foi possível levar adiante reformas ingentes e substanciais no Centro de Pastoral (IPAD), na Cúria Diocesana, no Seminário diocesano e no Santuário de Nossa Senhora Aparecida (Vila São Pedro).

Dentre os vários Institutos religiosos que chegaram à Diocese, destaco as Irmãs da Toca de Assis (para os moradores de rua); as Missionárias da Consolata (para a Reserva Indígena); as Irmãs Camilianas (para os enfermos); e as Monjas Clarissas (dedicadas à vida contemplativa).

Momento importante para a vida de nossa Igreja Particular foi o Jubileu de Ouro da Diocese, em 2007, preparado pelas Santas Missões Populares em todas as paróquias, evento que culminou com a implantação das Pequenas Comunidades em várias delas. Nem se deve esquecer a criação da Diocese de Naviraí, em 2011.

Por isso e, mais ainda, por tudo o que vi Deus realizar nos presbíteros, nos diáconos, nos religiosos e numa multidão de fiéis (sobretudo naqueles que se inserem nas Pastorais e nos Movimentos Eclesiais), posso garantir que, para mim, o episcopado se converteu numa graça extraordinária, que me ajuda a viver numa atitude de gratidão e de alegria. Sem dúvida, houve também momentos de muita dor, que procurei oferecer a Deus. Reconheço que nem sempre o consegui. Se a espiritualidade da unidade que Deus me fez conhecer – sobretudo num seu aspecto fundamental, que é a presença do Ressuscitado nas cruzes de cada dia – muito me ajudou ao longo do meu serviço episcopal, conto com a oração de vocês, amigos e irmãos que Deus colocou em meu caminho, para que, nesta nova etapa que inicio, se realize em mim o que São Paulo verificava em si mesmo: «O exterior vai se enfraquecendo, mas o interior vai se renovando dia a dia» (2Cor 4, 16).

Dom Redovino Rizzardo

Artigo publicado originalmente na revista ‘O Elo’ de agosto/2015.

"Quando sou fraco, então é que sou forte!"

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