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Que a saúde se difunda sobre a terra!

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Que a saúde se difunda sobre a terra!

Por Dom Redovino Rizzardo

**«Deus deu aos homens a ciência para que pudessem honrá-lo por suas maravilhas. Com elas, o médico cura e elimina a dor e o farmacêutico prepara as fórmulas. Desta maneira, as obras de Deus não têm fim e a saúde se difunde sobre a terra. Filho, se adoeceres, não te descuides, mas roga ao Senhor, e ele há de te curar!» (Eclo 38,6-9).*

É fundamentada nesse projeto de Deus que a Campanha da Fraternidade de 2012 deseja atuar para envolver os cristãos e demais pessoas de boa vontade num grande mutirão em defesa e na promoção da saúde. Tendo como tema “Fraternidade e saúde pública” e lema “Que a saúde se difunda sobre a terra!”, ela inicia na Quaresma, que é sempre um momento privilegiado de conversão e de tomada de posição para quantos vivem a fé.

“Inicia”, porque não termina nem se esgota com a coleta do Domingo de Ramos. Pelo contrário, ao longo do ano – já que a fé se manifesta nas obras e se alimenta da caridade –, ela precisa concretizar-se em iniciativas destinadas a acabar com o caos em que jaz a saúde pública num país que se vangloria de ser a sexta – ou a quinta? – economia mundial.

O que levou Jesus a vir morar conosco foi «para que todos tenham vida, e vida em abundância» (Jo 10,10) Vida e saúde se completam e se exigem mutuamente. Que o diga quem passa semanas ou meses internado num hospital; quem sofre de doenças crônicas ou incuráveis; quem fica horas e dias numa maca, em corredores dos hospitais; quem, por não ter plano de saúde, precisa aguardar meses ou anos para uma consulta; quem perdeu um ente querido por erro ou descuido médico. Viver, só vale a pena quando se tem saúde! Mas, cuidado: pode haver enfermos mais sadios do que pessoas que esbanjam vigor por todos os poros! A saúde física só tem sentido se for acompanhada pela saúde espiritual; caso contrário, ela faz mais mal do que bem.

Infelizmente, o paganismo que tomou conta da sociedade atual olha para o doente como um meio para ganhar dinheiro. Não é por nada que as faculdades de medicina são as mais concorridas… Em muitos municípios, onde menos se investe, é na saúde pública. Por isso, é sempre uma graça deparar-se com profissionais da saúde que cumprem seu dever com a atenção, o carinho e o respeito que merece toda pessoa humana, independentemente de sua classe social ou econômica. Mais do que uma profissão, o que eles exercem é uma missão e um sacerdócio – como se dizia antigamente.

Uma das atitudes de Jesus que mais impressionou os autores dos Evangelhos era o seu relacionamento com os doentes. Mateus cita o profeta Isaías – «Ele tomou sobre si as nossas enfermidades e carregou as nossas doenças» (Mt 8,17) – para dizer que ele se fez doente com os doentes, para melhor amá-los e socorrê-los. Mais tarde, quando enviou seus discípulos em missão, deu-lhes uma tarefa precisa: «Curai os doentes, ressuscitai os mortos, purificai os leprosos e expulsai os demônios!» (Mt 10,8). E para que entendessem corretamente como agir, contou-lhes a parábola do “Bom Samaritano”, onde santo diante de Deus não é nem o sacerdote nem o levita, apesar de cumprirem fielmente seus deveres religiosos, mas um pagão dotado de coração.

«Refletir sobre a realidade da saúde no Brasil em vista de uma vida saudável, suscitando o espírito fraterno e comunitário das pessoas na atenção dos enfermos e mobilizar por melhoria no sistema público de saúde»: este é o objetivo que levou a CNBB a lançar uma Campanha da Fraternidade sobre um desafio que interpela toda a população brasileira.

O texto bíblico escolhido como lema da Campanha se encerra com esta admoestação: «Filho, se adoeceres, não te descuides, mas roga ao Senhor, e ele há de te curar!» Advertência sábia e sempre atual, já que muitas enfermidades nascem da falta de cuidados e dos excessos na comida, na bebida e até mesmo no trabalho. A primeira vontade de Deus é cultivar a saúde – não por egoísmo, mas para melhor servir os irmãos. Mas, «se adoeceres, roga ao Senhor e ele há de te curar!». A oração é fonte de saúde, se não sempre para o corpo, pelo menos para a alma – que é o mais importante, de acordo com Jesus, que antes de ordenar ao paralítico: «Levanta-te do teu leito e vai para casa», lhe disse: «Teus pecados estão perdoados» (Mt 9,5-6).

Dom Redovino Rizzardo, cs
Bispo da Diocese de Dourados

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