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Retirada acusação de pedofilia contra o Papa

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Retirada acusação de pedofilia contra o Papa

Por Dom Redovino Rizzardo

No dia 13 de fevereiro de 2012, a imprensa noticiou que o processo instaurado em abril de 2010 num tribunal federal de Wisconsin, nos Estados Unidos, contra o Papa Bento XVI, movido por uma suposta vítima de um sacerdote pedófilo, foi retirado pela parte querelante por falta de provas! De acordo com a acusação, o então cardeal Ratzinger teria sido negligente e omisso no exercício do cargo de responsável pela Congregação para a Doutrina da Fé, um organismo da Igreja encarregado de tutelar a fé e os bons costumes dos fiéis católicos e de “castigar” os prevaricadores!

A notícia recebeu uma avalanche de comentários na internet, a maior parte deles – como sempre acontece – negativos. Trago apenas três. O primeiro é cáustico: «Como muitas empresas, a Igreja tem os seus podres. A diferença é que ela vende um produto inexistente, aproveitando-se da ignorância das pessoas».

O segundo tende para a maturidade: «Como são ingênuos e mal intencionados os que generalizam os crimes cometidos por alguns padres criminosos! Assim fazendo, deveríamos condenar a medicina, o direito e a sociedade como um todo, constituído de maus integrantes. Precisamos ser mais prudentes antes de condenar justos e injustos, caso contrário nós também estamos incluídos na mesma massa!».

O terceiro questiona o papel da imprensa: «Apesar de não professar qualquer tipo de religião, desejo expressar meu repúdio contra essa matéria. Ao ver o título escolhido, imagina-se que o Papa estava envolvido num caso de pedofilia. Contudo, ao ler o restante da notícia, fica claro que o medíocre jornalista que escreveu esse lixo quis apenas levar os incautos a acreditar num abuso que nunca existiu!».

Nos mesmos dias, após ter sido acusada de não ter feito o suficiente na defesa das vítimas e, sobretudo, na condenação dos culpados, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil divulgou uma nota a respeito. A ocasião foi o simpósio organizado pelo Vaticano em Roma, de 6 a 9 de fevereiro de 2012, para bispos e superiores religiosos, no intuito de os ajudar a enfrentar com sabedoria e coragem os casos de pedofilia entre o clero. Trazemos alguns tópicos da declaração.

Primeiramente, a CNBB afirma que não ficou de braços cruzados diante do problema: «Nos últimos anos, diversas denúncias de abusos sexuais contra menores cometidos por membros do clero causaram dor e feridas à Igreja, em diversas partes do mundo. Essas ações delituosas ocorreram também em nosso país. A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil tem se preocupado em discutir e refletir sobre este tema e em buscar caminhos para prevenir, combater e eliminar esses abusos e outros, que não condizem com a vida e a missão do presbítero. Com este escopo, diversas ações efetivas e concretas foram e estão sendo realizadas pelo episcopado brasileiro».

Durante o simpósio romano, Dom Charles Scicluna declarara, em nome da Congregação para a Doutrina da Fé, que «quem engana, quem não denuncia, é inimigo da justiça e, consequentemente, da Igreja». Fazendo eco a essa advertência, a nota da CNBB explica: «A posição consolidada é a de que não há lugar para impunidade e silêncio ou conivência para com aqueles que cometem tais atos abomináveis. Toda e qualquer vítima indefesa de ação pecaminosa de um clérigo exige atenção, proteção e acompanhamento».

Por fim, conclui reafirmando a orientação que brota de suas convicções e rege suas atitudes:

«Fiel ao evangelho de Cristo, a Igreja Católica no Brasil, corajosamente, se coloca do lado dos indefesos, dos pequenos. Em âmbito local, nas dioceses em que ocorreram denúncias de casos de abusos sexuais contra menores cometidos por clérigos, a atitude tem sido sempre a de colaboração com as autoridades públicas, de punição dos culpados e de assistência às vítimas. Ainda há muito que fazer não somente no âmbito interno da Igreja, mas também da sociedade. Não existem caminhos prontos.
A CNBB, com as orientações da Santa Sé, se encontra em um caminho efetivo de conversão e renovação para que seja hoje e sempre fiel à missão que lhe foi confiada por Jesus Cristo de anunciar o Evangelho, Caminho, Verdade e Vida, a todos os povos»
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Dom Redovino Rizzardo, cs

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