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Um tempo certo para cada coisa

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Um tempo certo para cada coisa

Por Dom Redovino Rizzardo

2012 é ano bissexto, uma ocasião para tratar de algo mais ameno do que costumo fazer normalmente. Por isso, por esta vez, falarei do tempo e dos calendários que o regem.

Comecemos pela Terra: qual é a sua idade? É uma pergunta que tem sentido, já que, como seus habitantes, precisamos conhecer e amar a quem nos acolhe e sustenta. De acordo com os cientistas, o Universo nasceu há 15 bilhões de anos, de uma explosão denominada “big bang”. Não sendo eu do ramo, não me perguntem em que consistiu e como aconteceu esse estouro, se antes nada existia. É por esse e por outros motivos, que ainda não sei se é mais fácil acreditar no criacionismo ou no evolucionismo, tantas são as dúvidas que ficam sem resposta.

Se o universo foi fruto de uma detonação, a Terra, por sua vez, nasceu há cinco bilhões de anos, da agregação da poeira cósmica, que vagava em rotação de cá para lá. Acredite quem quiser! Se há cientistas que não conseguem imaginar o início da caminhada evolutiva do universo sem uma intervenção direta do Criador, há outros que, para não recorrer a ela, partem para soluções que não se sabe se beiram mais ao absurdo ou ao ridículo – ou a ambas as coisas!

Por falar da Terra, precisamos admitir que ela já não é tão jovem! Aliás, está quase chegando ao seu final, se os cientistas – Meu Deus, quanto sabem os cientistas! – garantem que ela vai terminar daqui a um bilhão de anos.

Fixemo-nos agora nos calendários que acompanham a sua trajetória. Na antiguidade, como é natural, cada povo tinha o seu. Hoje, os mais conhecidos e adotados são o cristão, o judaico, o muçulmano e o chinês. A título de curiosidade, eis alguns dados sobre cada um deles.

O judaico começa a 7 de outubro do ano 3760 a.C, dia em que, para os judeus, Deus criou o mundo. 2012, portanto, para eles, corresponde ao ano 5753. O muçulmano inicia com a hégira – a fuga de Maomé para Medina -, ocorrida a 16 de julho de 622 da era cristã. Para seus seguidores, estamos no ano 1390. O chinês, o mais antigo, foi introduzido em 2637 a.C., por Huang-ti. De acordo com ele, 2012 corresponde a 4710.

O ancestral do nosso calendário é o juliano, implantado por Júlio César em 46 a.C., depois de fazer várias mudanças no calendário romano. No ano 8 d.C., ele foi novamente modificado pelo imperador Augusto, que deu aos meses os nomes atuais.

O calendário atual surgiu em 525 da era cristã, correspondente ao ano 248 da era diocleciana – assim chamada em homenagem ao imperador Diocleciano (284/305), que impôs a todo o império romano o calendário juliano. Para não continuar a fazer referência a um dos maiores perseguidores dos cristãos, o Papa João I (523/526) encarregou o monge Dionísio de rever o calendário, fazendo com que a contagem dos anos tivesse início com o nascimento de Cristo. Através de cálculos que, mais tarde, se demonstraram equivocados, Dionísio fixou o nascimento de Cristo no dia 25 de dezembro do ano 753 da fundação de Roma.

O engano de Dionísio é demonstrado por um fato muito simples. Os Evangelhos narram que Jesus nasceu no tempo do rei Herodes – que morreu quatro anos antes do nascimento de Cristo… Portanto, a era cristã começou quatro ou cinco anos antes da que foi estabelecida por Dionísio.

A última modificação sofrida pelo calendário aconteceu em 1582, sob o pontificado do Papa Gregório XIII (1572/1585), dando origem ao calendário gregoriano, hoje em vigor em quase todo o mundo. O juliano continua em poucos países, onde a maioria dos cristãos professa a fé ortodoxa. A diferença entre os dois está na duração do ano e nas regras para a recuperação do dia perdido, acumulado durante os anos, o que leva o juliano a um atraso de alguns dias em relação ao gregoriano.

Em 1582, para ajustar o calendário gregoriano ao ano solar (cuja duração é de 365,25 dias), foi necessário pular de 4 para 15 de outubro. Assim, a festa de Santa Teresa de Ávila, falecida no dia 4 daquele mês, é celebrada no dia 15, data em que entrou em vigor o novo calendário.

A função do ano bissexto é corrigir, a cada quatro anos, a diferença que se cria entre o ano solar e o convencional. Quem o batizou com este nome foi Júlio César, que “repetiu” o dia 24 de fevereiro, transformando-o no sexto dia antes do início de março.

Dom Redovino Rizzardo
Bispo da Diocese de Dourados

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