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92 anos de Dourados

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25/11/2016 08h05

92 anos de Dourados

Pe. Crispim Guimarães

Era o ano era de 1924, Dourados contava com uma população não indígena muito
restrita. Já havia algum povoamento e a atividade econômica estava basicamente ligada
a criação de animais, preponderantemente o gado, e a locomoção era basicamente feita a
cavalo.

Neste período, a Igreja Católica nestas terras, praticamente não tinha nenhuma organização, só algumas famílias advindas de outros estados, especialmente da Sul, Minas, São Paulo e do Paraguai, que traziam suas tradições religiosas. Os poucos padres que passavam neste solo vinham de Corumbá, a sede da única Diocese que abrangia o atual território do MS. Foi neste contexto que, pelas mãos do Major Afonso de Mello, chegou a Dourados a imagem da Imaculada Conceição, trazida da França e que permanece na Catedral Diocesana até hoje.

Não havia templo para acolher a imagem, por esta razão foi destinada a casa do Major
Capilé para sua estada provisória. A casa foi transformada temporariamente numa
“igreja”, porque a devoção popular logo se espalhou no lugar, motivando que a pequena população construísse em seis meses a primeira Capela da localidade, que em 8 de dezembro de 1925 recebeu a imagem, até então residente na casa dos Capilés.
Hoje Dourados sedia uma Diocese pujante, formando uma Igreja Particular com um
número considerável de padres, religiosos (as), uma infinidade de cristãos leigos engajados nas diversas pastorais, e um número crescente de católicos praticantes. Este é um fato importante, porque embora se fale da diminuição do número de católicos, as nossas igrejas nunca estiveram tão cheias, isto é, muitos se diziam católicos, mas não assumiam a fé; cresce, portanto, aqueles que saíram das estatísticas dos católicos de nome, e passaram à católicos de fato.

Esta Igreja robusta teve na chegada da imagem da Imaculada seu fator determinante. O
evangelista Lucas nos dois primeiros capítulos da sua narrativa apresenta a relação
do Verbo de Deus com Maria…, ela é instrumento usado por Deus para a encarnação, nascimento, e crescimento de Jesus. Ao ler a história da presença concreta da Igreja Católica em Dourados, é impossível não fazer uma analogia com o capítulo II da narrativa lucana.

Em Dourados, sob um olhar teológico, vejo que a devoção à Virgem Maria, fez com que
a encarnação de Jesus, através da Igreja, fosse realizada efetivamente. É plausível comparar que Maria, para além da imagem, chegou aqui para ensinar a dizer: “eis aqui a serva do Senhor, faça-se em mim segundo a Tua palavra”. Desta adesão do povo, tendo como exemplo a Mãe, nasceu no coração dos fiéis, o Filho, que cresceu e fez surgir rapidamente uma Igreja florescente.

Em 1924, recorda-se a imagem que chega, 1925 construção e inauguração de uma
pequena Capela, 10 anos após tal feito, 1935, surge a Paróquia Nossa Senhora da
Conceição, 22 anos depois o Papa Pio XII cria a Diocese de Dourados, a Igreja cresceu
numa rapidez que impressiona. A Mãe, nem na Bíblia e nem na Igreja, aparece para
atrair os filhos de Deus para si mesma, mas para indicar o caminho que leva ao Filho,
por isso, analogicamente, vê-se a passagem Joanina das Bodas de Caná: “fazei tudo o
que Ele vos disser” (Jo 2, 5), que também se aplica a Dourados.

A Mãe aqui chegou, não para ser o centro, mas para colocar no centro aquele que É, por
isso, atualmente, todos os dias são dezenas de Eucaristias celebradas, onde o centro é Jesus, Ele é o Caminho, a Verdade e a Vida. Maria nos leva diariamente para ver, adorar, seguir e amar o Filho, ela continua sendo reverenciada como aquela que é exemplo de cristã, de seguimento, porque tudo nela se refere a Cristo.
No dia 29 de novembro, iniciaremos a Novena da Imaculada Conceição; para os
católicos, a Padroeira de Dourados, aquela que acolheu, deu a luz, amamentou, educou e
seguiu por toda vida o Salvador. Serão nove dias de festa para celebrar na Eucaristia, a
presença real e viva de Jesus Cristo, e agradecer-lhe pela presença da Sua Mãe entre
nós. Dia 8 de dezembro, grande festa, quando todos somos chamados a olhar para
Cristo, com aquele mesmo olhar de Maria, que se colocou nas mãos de Deus e com isso
viu abrir-se o céu sobre a terra, com o Filho que veio habitar no seio da humanidade.
Viva a Imaculada Conceição!!!

Pe. Crispim Guimarães

Pároco da Catedral de Dourados

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