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A Santidade do Cotidiano

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A Santidade do Cotidiano

Quando ouvimos falar de “santo”, logo imaginamos feitos extraordinárias realizados por essas pessoas, no entanto, santo (a) é uma pessoa normal, a diferença é que não vive aquela realidade mundana, que muitos vivem em nome de ser igual a todos.

O Papa Francisco alertou numa de suas homílias recentes, que o cristão deve ser normal, mas existe um limite para esta normalidade. É normal que sejamos bons, fraternos, honestos, que pratiquemos a caridade, que busquemos viver os valores cristãos, mas não é normal ao cristão ser corrupto, porque isso ficou habitual na sociedade, que ele defenda a cultura da morte em nome de direitos individuais, que seja egoísta em nome da felicidade pessoal, seja vaidoso em nome do cuidado, etc., se isto é ser normal, o cristão deve se abster de certos caprichos.

É possível, portanto, perceber muitos batizados que são “normais demais”, por isso mesmo relativizam a fé – vivendo como todos os outros, é natural perceber alguns santos nas nossas comunidades que são normais, isto é, praticam os valores cristãos sem despertar estranhamento, porque não buscam as aparências. Esta semana, na cidade do Rio de Janeiro, uma história familiar, vivida nos séculos XIX e XX veio a público, para revelar a vida de santos normais, refiro-me a Jerônimo e Zélia, pais de 13 filhos, dos quais, quatro faleceram ainda jovens e os outros nove se consagraram a Deus através do sacerdócio e da vida religiosa. Após a morte do marido, em 12 de agosto de 1909, Zélia ingressou na Congregação do Sacratíssimo Coração, tornando-se monja.

Ambos viveram de modo virtuoso a fé, e a educação dos filhos como pais generosos, eram proprietários de fazendas de café, tinham escravos, costume da época, mas os mesmos recebiam salário pelo trabalho, tinham suas casas e eram tratados com dignidade.

Ao tomar conhecimento da vida desta família, veio-me uma curiosidade: por que todos os filhos vivos se consagraram a Deus através do sacerdócio e da vida religiosa (inclusive a mãe)? Não estou falando de um ou dois filhos e de um casal pobre, para justificar que talvez a sua prole procurasse segurança financeira, estou falando de nove filhos de um casal rico, que deixou tudo para obras de caridade.

Esta é a verdadeira igreja doméstica, que vive a santidade do cotidiano, onde os pais devem tomar consciência de que são os primeiros catequistas, são aqueles que devem através de seu exemplo e testemunho levar seus filhos para o coração de Deus ao fazerem uma profunda experiência com o transcendente.
A Consagração a Deus feita por uma família inteira, questiona as ciências, a razão relativista e confirma que a vida de santidade supera qualquer possibilidade de enquadrar na dimensão meramente humana a fé e o amor a Deus, não por acaso, o provérbio popular, “as palavras comovem, mas o testemunho arrasta” é usado abundantemente para definir os seguidores de Jesus.
Foram pais de família meus amigos, exemplos de bondade, fraternidade e respeito à pessoa humana, estes são os santos do dia a dia, pessoas que no cotidiano, pautaram a vida por outros valores, diferentes daqueles que diariamente incham mais e mais as nossas vidas, às vezes, valores que não nos aproximam de Deus e por isso, nos afastam dos irmãos, que valorizam o supérfluo e desprezam o essencial.

Talvez o exemplo de Jerônimo e Zélia possibilite indagações: como e para quê educar os filhos? O que almejar na vida de família e cidadão? Dinheiro? Sucesso? Fama? Aparência? Títulos? Tudo passa, só o amor permanece, quem permanece no amor, permanece em Deus e será lembrado sempre, por razões que muitas vezes procuramos desprezar.

Pe. Crispim Guimarães

Pároco da Catedral de Dourados

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