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Com tantos problemas…

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Com tantos problemas…

O Brasil, que muitos descobriram recentemente como o “Paraíso perdido”, ou melhor, achado, não está mostrando sua verdadeira cara. Como nordestino que recentemente lá estive posso falar com conhecimento de causa, mas além do Nordeste existem outras situações preocupantes no país.

Os programas de distribuição de renda são vistos hoje, como o maior cabo eleitoral de certos governos, de fato, eles ajudaram de modo imediato a camuflar certos índices alarmantes que o país detinha até duas décadas atrás, começaram com a ex-Primeira Dama Rute Cardoso (PSDB) e continuam no Governo do PT. No Nordeste, onde angariam mais votos, agora é possível observar a diferença entre distribuição de renda, que pode ser feito com cestas e bolsas, e geração de renda, que só se faz proporcionando trabalho.

A seca avassaladora que acomete aquela região, prova que nas últimas duas décadas os verdadeiros problemas não foram atacadas, até a transposição do Rio São Francisco não diminuiu em nada a problemática, ao contrário, quatro bilhões e seiscentos milhões era o orçamento inicial, mas, agora já chega a oito bilhões e duzentos milhões de reais, que foram parar nas mãos de empreitaras, que por sua vez são grandes financiadoras de campanhas eleitorais, e essa água vai beneficiar quem? A seca continua a castigar a população, mais de 80% dos rebanhos estão sendo dizimados e a industrialização da região que poderia amenizar essas tragédias não é verificável.

Existem outras situações graves: os estádios de futebol custarão aos cofres públicos, segundo dados oficiais, 33 bilhões de reais. Especificamente é doloroso ver o caso de Salvador, para não citar outros, onde o Estádio Fonte Nova que custou quase 600 milhões de reais, quase se equipara ao Metrô de 12 quilômetros de distância, que até agora só tem seis quilômetros prontos e mesmo assim não funciona, custou 700 milhões de reais. Os 600 milhões do Estádio dariam para concluir o metrô, afinal de contas, passaram-se 13 anos desde o início das obras. Os Soteropolitanos merecem mais metrô do que Estádio.

Segundo informou o Dr. Jorge Baldasso, no meu programa de Rádio, o Governo que arrecada um trilhão e quinhentos bilhões de reais dos nossos impostos anualmente, só investe 90 bilhões na saúde por ano, o que significa quase 400 reais por habitante.

O Brasil cresceu 0,9% em 2012, num universo de um Produto Interno Bruto (PIB) de quatro trilhões e 400 bilhões de reais, a riqueza bruta do país cresceu aproximadamente 50 bilhões de reais. Isso não foi para as mãos dos mais pobres, mas para os principais bancos que lucraram as seguintes cifras: Brasil (12,200 bilhões), Bradesco (11,380 bilhões), Itaú (13,594 bilhões), Santander (6,329 bilhões), Caixa E. Federal (6,100 bilhões), sem contar ainda outros bancos menores, imaginemos as grandes empresas, como Vale do Rio Doce, Petrobrás, Pão de Açúcar. O crescimento, na verdade, ficou todo na mão de um grupo seleto da elite, somente os bancos levaram quase tudo. As elites de ontem, são as mesmas de hoje, mas o Governo ruge como leão, dizendo que não favorece os grandes e que combate os poderosos.
A violência e o narcotráfico continuam assombrando a nação, o Congresso quer votar a PEC 37, que retira do Ministério Público o poder de investigação e a PEC 122, que amordaça os cristãos, mas o pior de tudo é que o Brasil parou para fazer torcida entre Marco Feliciano e Jean Wyllys, é o fim mesmo. Será que não temos mais nada importante para fazer? Até então a verdadeira reforma agrária não saiu do papel.

Na Roma antiga, os imperadores diziam que o povo precisava de pão e circo, assim, os reais problemas seriam diluídos no desejo de diversão e fantasia, um pouquinho de barriga cheia já seria suficiente. Oxalá, o Brasil não esteja virando Roma. Circo já temos, pão também, espero que não tenhamos a plateia.

Pe. Crispim GuimarãesPároco da Catedral de Dourados

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