Dom Redovino Rizzardo (II)
Hoje, 11 de abril, a Diocese de Dourados manifesta seu reconhecimento ao Bispo Diocesano, através da celebração da Eucaristia, 19h, na Catedral Imaculada Conceição e da recepção, a partir das 20h30, na quadra do Colégio Imaculada Conceição. Embora seus 75 anos de vida aconteça amanhã, dia 12, a festa será celebrada hoje para facilitar a participação de padres e bispos que necessitam retornar às suas paróquias e dioceses para celebrar o Domingo de Ramos.
No artigo anterior, destaquei algumas virtudes de Dom Redovino, finalizei falando da sua pobreza – sem alarde. Desejo fazer menção a outros feitos. A Diocese teve dois bispos anteriores oriundos da Alemanha, nação que muito contribuiu com as obras da Igreja no Brasil, construindo templos, patrocinando centros de apoios aos carentes. Com a saída de Dom Alberto, e com a diminuição das remessas alemãs, esta precisou se reorganizar para manter suas atividades. De modo simples, o bispo atual foi construindo com os sacerdotes, um trabalho de conscientização dos fiéis, para que a própria Igreja Particular pudesse manter seu trabalho de evangelização e prover as necessidades dos serviços sociais. Hoje, somos uma Igreja pobre (Igreja é todo o povo), mas que se mantém com os seus próprios recursos.
Dom Redovino trabalhou muito pelas vocações, ordenando quase duas dezenas de padres nestes anos, trouxe várias congregações para somar no serviço de evangelização e no serviço social, aproximou a Igreja dos meios de comunicação social, através de seus artigos, concessões de rádios, motivando os padres para que se preparassem nesta área. Trabalhou incansavelmente, incentivando que a Cáritas fosse criada em várias paróquias, reformou o Centro de Pastoral Diocesano, impulsionou o Santuário N. Sra. Aparecida, na Vila São Pedro, através das melhorias físicas, mas, principalmente por fazer daquele ambiente um lugar de oração muito frequentado. Quando aqui cheguei as Romarias reuniam em torno de três, quatro mil pessoas, hoje é comum encontrar 25 mil pessoas no dia da Padroeira do Brasil, este fato tem um cunho espiritual significativo, não é fruto do acaso.
A Conferência de Aparecida, 2007, ainda não havia acontecido, mas por insistência de Dom Redovino, no ano de 2005 começamos na Diocese as Missões Populares e a implantação das Pequenas Comunidades, logo depois contempladas na referida Conferência. Um dos grandes serviços criado e incentivado por ele, foi o Pró-Vida, um centro voltado para as novas periferias existências, que atende pessoas acometidas de dores psicológicas, além do atendimento de consultas médicas e jurídicas, com mais de 30 profissionais voluntários.
Impulsionou a criação de paróquias irmãs, onde aqueles que têm mais condições financeiras ajudam as mais pobres dentro do território diocesano, abriu as portas para que os movimentos eclesiais e novos serviços se integrassem na vida da Igreja local. Conscientizou padres e a população para não comercializar bebidas alcoólicas nas festas religiosas, pois somos a maior instituição de recuperação de dependentes químicos e alcoólatras.
Um dos feitos mais importantes do seu ministério episcopal foi a criação da Diocese de Naviraí, facilitando a proximidade do Bispo com seu rebanho em ambas as dioceses: Dourados e Naviraí. Uma das grandes lutas do seu ofício foi a construção da paz entre agricultores, indígenas e assentados, promovendo o diálogo e cobrando das autoridades um modo justo de resolver os conflitos.
Os fiéis na nossa Diocese se referem ao seu Bispo como um “pastor” bom, um homem marcado por traços de santidade, que embora seja detentor de muito conhecimento sempre se dirige a todos de modo simples, numa linguagem acolhedora. Recentemente, acometido de um câncer, vimos mais nitidamente sua profunda espiritualidade, que o mantém sereno e disponível para continuar realizando seu pastoreio.
Manifestemos a nossa gratidão ao nosso irmão e zeloso ministro do Senhor, neste dia tão especial para e ele e para todos nós.
Parabéns Dom Redovino!!!
Pe. Crispim Guimarães
Pároco da Catedral de Dourados
