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Morreu um arauto do amor

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16/12/2016 0h

Morreu um arauto do amor

Por: Pe. Crispim Guimarães

As novas gerações, isto é, os jovens como menos de 25 anos não conhecem a trajetória de vida de Dom Paulo Evaristo Arns, Cardeal Arcebispo Emérito de São Paulo, que faleceu dia 14 de dezembro aos 95 anos de idade. O Cardeal Paulo Evaristo pastoreou a arquidiocese paulistana de 1970 a 1998, depois se refugiou numa vida de oração e dedicação à leitura.

Conhecido mundialmente como símbolo de resistência à ditadura, naquele período, notabilizou-se na luta pelos direitos humanos e redemocratização do Brasil. Filho de imigrantes alemães, nasceu em 1921 em Forquilhinha, Santa Catarina. Ordenou-se sacerdote em 1945 na ordem franciscana, doutorou-se na Sorbonne, em Paris, estudando patrística (filosofia cristã) e línguas clássicas.

Nutria um amor especial pelo povo, dizia que este foi o seu verdadeiro doutorado, amava as pessoas, o ser humano foi a sua grande paixão. Um dos gestos mais proféticos desta paixão foi a venda do Palácio Episcopal, destinando os recursos do negócio à construção de creches, centros comunitários e obras sociais nas periferias.

Para colaborar eficazmente na dinâmica da vida política, a partir dos cristãos leigos, em 1973, uma das suas primeiras medidas como Cardeal foi criar a Comissão Justiça e Paz, formada por advogados e outros profissionais, para atender pessoas perseguidas pela ditadura. A Cúria Metropolitana tornou-se refúgio e esperança para as famílias de mortos e de desaparecidos.
Valeria suas palavras para hoje, em momento de crise ética, guardadas as proporções, algo semelhante ao que acontecia em 1984, quando defendeu a instalação da Assembleia Nacional Constituinte, que só viria a ser instalada em 1987. Disse na época o Cardeal Arns: “Toda crise é momento de mudanças qualitativas. A crise que estamos atravessando é profunda. Estamos procurando deixar para trás uma fase pouco feliz da nossa História. A Constituinte será ocasião de preparar estruturas para a nova etapa. Considero essencial que ela se instale e comece o seu trabalho o mais cedo possível”.

A voz deste profeta não morreu, quem sabe nesta hora, lembremos que na crise, nos é dada a oportunidade de “mudanças qualitativas”. Homens como Dom Paulo, pela lucidez, audácia e amor à verdade, podem ser, mesmo depois da morte física, luzes nas trevas da falta de amor aos compatriotas, em muitos buscam somente os próprios interesses.

A Igreja mãe, gerou este filho tão virtuoso, e ele, no seio da Comunidade Eclesial, gerou tantas vidas para a mãe Igreja, e continuará pelo testemunho deixado, a ser seta a apontar o caminho do Cristo Senhor.
Obrigado Dom Paulo!

Pe. Crispim Guimarães

Pároco da Catedral de Dourados

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