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O Apocalipse não é o fim

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26/05/2017 07h34

O Apocalipse não é o fim

Artigo : Pe. Crispim Guimarães

Na Bíblia a palavra Apocalipse (revelação) significa uma conjuntura de mudança e não de fim, olha para o passado, fala dos perigos e angústias do presente e abre a cortina do futuro, enfim, fala da luta contra poderes hostis e da vitória de Cristo, que anima os seus para a grave crise que se aproxima.

A operação Patmos desencadeada pelas forças judiciais quis, como outras, revelar mazelas de políticos e agentes sociais que destroem a economia e a ética brasileira, em benefício de algumas elites. Revelou mais que isso, revelou que também na justiça existem interesses nada patriotas.

O Papa Emérito Bento XVI, numa ocasião falando das crises dentro da Igreja, disse que o principal inimigo da mesma não está fora, mas dentro, são os seus fiéis e “dirigentes” que nem sempre se pautam pelo Espírito do Senhor, estes sim, são capazes de implodir a Instituição. Analogicamente é possível comparar o que se vê no Brasil neste período: 1) não são as forças externas que nos colocam em perigo no momento histórico, mas parte dos políticos e suas ações; 2) as delações, a exemplo da Odebrecht e JBS, amplamente benevolentes com os corruptores, tende a desmoralizar a Operação Lava-Jato, e parte da justiça, que “proclama” que no Brasil o crime compensa; 3) por outro lado, desses diversos agentes vão revelando suas fragilidades.

As revelações de vários delatores são estarrecedoras, não há dúvida, não se nega a contribuição deste instrumento jurídico, seria insano negar o progresso no combate ao crime por meio da Lava-Jato, mas, como começamos com a Bíblia, não se confunde Lei com messianismo. Alguns dos seus “atores” se comportam como agentes do Apocalipse, muitas vezes colocando em dúvida a própria condução das investigações. O caso do Jornalista Reinaldo Azevedo, de quem discordo em muitas posições, demonstrou que a justiça não se faz infringindo as Leis, por isso, a crítica veemente da Associação Brasileira de Imprensa e vários órgãos de comunicação, a mesma imprensa que tem dado ampla visão à Operação, levando a desconfiar que uma das propostas das 10 medidas do Ministério Público Federal, (MPF), a que “Admiti em juízo provas ilegais” já está em execução, sem a devida aprovação pelo parlamento. Azevedo foi gravado, não estando sob investigação, e teve sua conversa com a irmã de Aécio Neves divulgada, sendo que o Supremo Tribunal Federal (STF), tem jurisprudência, que garante o sigilo da fonte.

Pode-se, assim, entrar num estado judicial, começando pela supressão da liberdade de expressão, intimidando seus agentes. O referido jornalista se tornou ferrenho crítico de algumas medidas do MPF, especialmente do Procurador-Geral, Rodrigo Janot, revelando que o mesmo tem uma filha advogando para as empresas OAS e Braskem, investigadas na Lava Jato. Foi ironia o próprio “Janot encaminhar ao STF um pedido de impedimento do ministro Gilmar Mendes, sob argumento de que o ministro não pode atuar em casos envolvendo o empresário Eike Batista. O argumento do procurador-geral é de que Eike tem causas defendidas pelo escritório de Sérgio Bermudes, no qual a mulher de Gilmar, Guiomar Mendes, é sócia e responsável pela filial de Brasília”. O modus operandi que o Procurador-Geral usa, segundo Azevedo, são dois pesos e duas medidas.

Dom Leonardo Steiner, Secretário da Conferência dos Bispos do Brasil (CNBB), em entrevista à BBC, nesta quarta-feira, 24, manifestou dois pontos chaves para o não agravamento da crise: “não vê condições éticas para a permanência do Presidente Michel Temer no cargo, após a revelação de detalhes de seu encontro com o empresário Joesley Batista, do grupo JBS, em março”, mas também não acredita que um investigado com tantos processos em andamento, como é o caso do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, tenha condições responder às necessidades do país.

Para aprofundar o debate, amanhã, sábado, dia 27, no meu Programa Ponto de Vista, na Rádio Coração, a partir das 7h30, terei como debatedores, um economista, alguém Ministério Público, um cientista político da UNICAM/SP, um ex-ministro do Supremo, e um representante da CNBB.

Pe. Crispim Guimarães

Pároco da Catedral de Dourados

Dom Leonardo Steiner, Secretário da Conferência dos Bispos do Brasil (CNBB), em entrevista à BBC, nesta quarta-feira, 24, manifestou dois pontos chaves para o não agravamento da crise: “não vê condições éticas para a permanência do Presidente Michel Temer no cargo, após a revelação de detalhes de seu encontro com o empresário Joesley Batista, do grupo JBS, em março”, mas também não acredita que um investigado com tantos processos em andamento, como é o caso do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, tenha condições responder às necessidades do país.

Para aprofundar o debate, amanhã, sábado, dia 27, no meu Programa Ponto de Vista, na Rádio Coração, a partir das 7h30, terei como debatedores, um economista, alguém Ministério Público, um cientista político da UNICAM/SP, um ex-ministro do Supremo, e um representante da CNBB.

Pe. Crispim Guimarães

Pároco da Catedral de Dourados

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