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O cristão deve comparecer às periferias existenciais

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O cristão deve comparecer às periferias existenciais

Estas palavras foram pronunciadas pelo Papa Francisco na Semana Santa. As periferias de ontem persistem: fome, sede, prisões. Contudo, muitas outras surgiram como o advento do individualismo exacerbado, não são mais somente periferias físicas e geográficas.

Não é de hoje que a Igreja Católica se preocupa com o social, isto é, amor ao próximo em gestos concretos. Ela o faz para cumprir o que pede a Sagrada Escritura e os documentos da própria Igreja que evidenciam a ação de Cristo.
Deus é amor (1Jo 4, 8) e nos ensina que a lei fundamental da perfeição humana e da transformação do mundo é o mandamento novo do amor.

A ação pastoral da Igreja se orienta pelas exigências do serviço, diálogo, anúncio e testemunho, ela não age por princípios meramente humanitários – como fazem as organizações não governamentais, é por causa de Jesus Cristo que cada cristão deve ir ao encontro daqueles que sofrem.

A Igreja Católica, em dados mais recentes, continua sendo a instituição que mais mantém obras de caridade. Um conhecido colunista de uma grande revista nacional assim se expressou: “Os governos das nações mais ricas da Terra, os potentados empresariais, as organizações não governamentais mais poderosas, nem todos esses organismos reunidos conseguem fazer o trabalho social que faz a Igreja Católica mundo afora. Se ela fosse apenas uma entidade benemerente, já seria uma expressão formidável de humanismo.
Ocorre que ela convida também a uma ética que transcende a sua própria obra social.”

Por isso, alguns números impressionam. Cito algumas obras de caridade da Igreja no mundo. Europa: 1.230 hospitais, 2.450 dispensários, quatro leprosários, 7.970 asilos, 2370 jardins de infância. Na Ásia, 1.076 hospitais, 3.400 dispensários, 330 leprosários, 1.685 asilos, 3.900 orfanatos, 2.960 jardins de infância. Na África são 964 hospitais, cinco mil dispensários, 260 leprosários, 650 asilos, 800 orfanatos, dois mil jardins de infância. Na Oceania, mantém 170 hospitais, 180 dispensários, um leprosário, 360 asilos, 60 orfanatos, 90 jardins de infância. América, 1.900 hospitais, 5.400 dispensários, 50 leprosários, 3.700 asilos, 2.500 orfanatos, 4.200 jardins de infância.

Nestes números não se contabilizou as várias casas de recuperação de dependentes químicos, além das pastorais, basta pensar na Pastoral da Criança, hoje presente em 18 países, salvando milhões de pessoas.
Estes números representam bem as obras nas periferias, mas o Papa chama atenção para que todo cristão assuma a tarefa de ser luz nos grotões existenciais, eles são encontrados também entre as pessoas que são abastadas materialmente e de nível educacional elevado. Muitas destas pessoas não encontram mais sentido para continuar a viver, são assim, “moradoras da periferia”, mas o pontífice gostaria mesmo é que cada católico se engajasse nos trabalhos que a Igreja mantém para servir aos necessitados.

Localizando as periferias da nossa realidade douradense, nesta nova perspectiva, ainda encontramos muitas realidades antigas, existem pobres que precisam saciar sua fome, porém, quando se constata a melhora dos níveis de vida econômica, constata-se igualmente, que cresce o sofrimento psicológico e espiritual dos indivíduos. Nestes últimos dias, visitando as residências e os hospitais, foi impulsionado pela realidade a apelar aos católicos para assumirem o batismo, através das pastorais Carcerária, da Pessoa Idosa e dos Enfermos, são gritos da modernidade de Jesus sofredor.

A Igreja deve continuar na estrada de Jesus. O evangelho ensina que a medida, ou o critério do amor humano, da caridade e da solidariedade é o amor com que Cristo amou a humanidade: “dou-vos um novo mandamento; que vos ameis uns aos outros. Como eu vos amei, amai-vos também uns aos outros. Nisso reconhecerão todos que sois meus discípulos, se tiverdes amor uns pelos outros” (Jo 13,34-35).

Pe. Crispim GuimarãesPároco da Catedral de Dourados

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