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O leão e os seres humanos

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O leão e os seres humanos

Na era das Representações Sociais, profundamente conectada às novas mídias, pode ser que a maioria já tenha esquecido a “Morte do Leão”. Não faz muito dias que o noticiário ocidental e suas agências controladoras traziam como principal manchete a caça que culminou na morte do leão Cecil, do Zimbábue, país africano.

Não sou a favor de esportes que matam animais, nenhum deles! No entanto, uma reflexão sobre o caso se faz necessária. O Zimbábue é governado por Robert Mugabe, 91 anos, ditador comunista genocida, no poder há 35 anos. É considerado um dos governos mais corruptos do mundo, isto significa que muitos seres humanos são sacrificados diuturnamente pela corrupção e pelas perseguições que matam dezenas de milhares de pessoas.
Ninguém esqueceu que Simba é um personagem de Walt Disney, que transformou um leão num animalzinho manso e cheio de boas intenções. Uma coisa é a ficção, outra a realidade. Propagou-se uma confusão entre Cecil e Simba. Volto a dizer: sou contra esportes que maltratam e sacrificam animais, sobretudo de alguém que sai de um país distante para caçar em terras alheias!
Sou terminantemente contra governos e ideologias que sacrificam seres humanos! Eis aqui, penso eu, o “X” da questão. Os milhares de seres humanos assassinados nas guerras, os 70 mil cristãos perseguidos e mortes a cada ano, esses não são mais causa de escândalos. Um zimbabuano fez esta pergunta: “Nós, zimbabuanos nos perguntamos por que os americanos se importam mais com os animais africanos do que com as pessoas africanas”? Existe naquele país mais de 2,2 dos seus 13 milhões de habitantes passando fome.

Tirando esses pequenos detalhes, que não chamam atenção da mídia, voltemos a falar do leão e das pessoas. O que vemos é uma elite cultural anticristã, que retorna a conceitos pré-cristãos, consistindo na adoração à mãe natureza, ou mãe terra, mas não se move para defender, por exemplo, milhões de crianças indefesas abortados anualmente, exatamente como se fazia no período pré-cristão, onde o sacrifício humana era recorrente. Uma pesquisa sobre os infanticídios praticados antes de Cristo no Império Romano, pode elucidar bem tais defesas de hoje.

Para esses seres iluminados os problemas do mundo se localizam no mau trato da natureza, e não é possível usar o Papa e a Encíclica Laudato Si, como exemplo, porque ali ele defende uma ecologia humana, que consequentemente procura respeitar as demais obras da criação. Nela o homem não coisa ou objeto de segunda classe.
Para não me acusarem de defensor da matança de leões na África, entre outras coisas, volto a afirmar: não mataria nem leões e nenhum animal e não apoio quem o faz por esporte. Porém, pior que isso é camuflar a matança de pessoas mundo afora, especialmente os indefesos. Um leão tomou o noticiário do mundo acidental por vários dias, mas as crianças mortas de fome nos países dos safáris, das abortadas, não despertam mais a comoção de ninguém, não causa notícia nas mídias controladas pelos interesses da “nova cultura” dominante.
É um fato para refletir.

Pe. Crispim Guimarães

Pároco da Catedral de Dourados

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