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O papel social da Igreja

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O papel social da Igreja

A Igreja Católica nasceu daquele que pregava com palavras e testemunhava com a vida, sem esquecer os famintos, os pobres, os doentes, a justiça. Não obstante a distância cronológica da encarnação, sua Palavra continua gerando vida, por isso, nenhuma evangelização produz frutos verdadeiros se não provocar nos corações que a acolhe o desejo de amar concretamente o irmão. Os pobres não são simplesmente objetos da nossa “bondade”, somos nós os beneficiados quando servimos aos desprovidos, por isso, o Papa Francisco diz que a caridade só é verdadeira quando somos capazes de sujar nossos pés e olhar nos olhos dos necessitados.

O Cristo recorda que somos filhos do mesmo Deus, portanto, o outro é meu irmão, tem o mesmo Pai. Ora, se acredito que Deus é Pai de todos, não posso me conformar que meu irmão não tenha nada e eu tenha em demasia, que seja marginalizado, desprezado e que viva fora da graça de Deus.

O texto bíblico de Tiago 2, 14-18, revela bem como a Igreja Católica entende o papel da evangelização: Palavra e Pão. “De que adianta alguém dizer que tem fé, se não tem obras? Acaso a fé pode salvá-lo? Se um irmão ou irmã estiver necessitando de roupas e do alimento de cada dia e um de vocês lhe disser: Vá em paz, aqueça-se e alimente-se até satisfazer-se, sem, porém lhe dar nada, de que adianta isso? Assim também a fé, por si só, se não for acompanhada de obras, está morta. Mas alguém dirá: Você tem fé; eu tenho obras. Mostre-me a sua fé sem obras, e eu mostrarei a minha fé pelas obras”.

Neste contexto bíblico pensemos na Paróquia, ela será muito mais atraente aos olhos dos fiéis, quando os recursos financeiros deixarem de ser usados somente para manter o templo, mas que sirvam para ajudar os pobres, manter centros de apoio e acolhida às pessoas carentes.
Os recursos humanos, isto é, as pessoas, não podem ficar restritas à liturgia, a música, a catequese, etc., é necessário que, se insiram nas pastorais dos enfermos, idosos, criança, carcerária…, nos serviços da cáritas, vicentinos, CPT, etc. Contudo, se as pastorais sociais funcionam bem e a liturgia, a música…, não, é bom cuidar, pode ser que a paróquia seja uma prestadora de serviço, uma boa OGN, mas não esteja saciando a fome de Deus. É Deus que acolhido na liturgia, impulsiona todos ao serviço. Sem Deus o homem perde a sua essência.

Neste momento em que a Igreja fala da renovação eclesial, devemos permanecer num estado de constante atenção aos menos favorecidos, o contato com eles faz bem aos indivíduos, que muitas vezes estão perdendo a capacidade de ser solidários, pois o capitalismo consumista vai tomando o lugar da gratuidade e da doação; como cristãos, aprendemos que é um dom de Deus. Muitas vezes me preocupo com os pais que – graças a Deus – podem oferecer boas condições de vida material aos filhos, mas ao mesmo tempo, os protege numa redoma social, sem oportunizar que eles conheçam “ao vivo” a realidade dos mais pobres. Seria uma forma de concretamente abrir os corações das crianças e adolescentes para a solidariedade cristã.
Na Igreja, este aspecto é fundamental, a missa, “frequentada” por milhões de pessoas, é comunhão e partilha. Portanto, as pastorais sociais representam a maturidade que cada comunidade eclesial adquiriu ao longo do tempo, como fruto da escuta da Palavra e da caminhada de Igreja, que, como esposa de Cristo, tem a função de continuar sua missão entre os homens e mulheres. O social, quando feito por amor a Cristo nos irmãos, realiza o mais profundo anseio humano, e resolve um dos grandes problemas da pós-modernidade, “a falta de sentido para a vida”, mas é preciso atentar: só resolve a falta de sentido, quando é feito por Cristo, não por complacência, modismo ou filantropia.

Pe. Crispim Guimarães

Pároco de Catedral de Dourados

[email protected]

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