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O que faz uma calúnia

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O que faz uma calúnia

A calúnia é crime de honra e consiste em atribuir, falsamente, à alguém a responsabilidade pela prática de um determinado fato definido como crime. Biblicamente, em Provérbios 6, 16-19 se diz: Há seis coisas que o Senhor odeia, (entre elas), (…) a testemunha falsa que espalha mentiras e aquele que provoca discórdia entre irmãos”.

Assim, a pessoa que se dispõe a dar falso testemunho e a espalhar mentiras a respeito de alguém, o expõe de forma irremediável, já que, a mentira contada é muito difícil de ser reparada, pois mesmo com todos os desmentidos que possam ser tentados, a mentira inicial, para muitas pessoas, prevalecerá. É o poder da calúnia!

Com surpresa atroz recebi mensagens de vários fiéis da diocese com o link do facebook da Deputada Mara Caseiro. Nele acusações infundadas sobre o Bispo de Dourados, Dom Redovino Rizzardo, colocando palavras em sua boca, jamais proferidas pelo mesmo. Pior, o erro cometido fez com que 169 pessoas seguissem a calúnia, ofendendo o religioso com os mais horríveis nomes. Foi inevitável recordar-me de uma “história”.
Um caluniador fez um grande estrago na vida de seu irmão contando uma terrível mentira. O caluniador sabendo que o outro estava prestes a morrer, com peso na consciência, quis pedir perdão. Ao fazê-lo, o caluniado disse: “Eu o perdoo, mas, há duas coisas que desejo que você faça. Pegue este travesseiro, vá até o monte e solte todas as plumas ao vento; espalhe bem e por toda a parte, depois, traga-me o saco vazio”.

Não foi uma tarefa difícil, por isso logo voltou ao moribundo. Este fez um segundo pedido: “gora, pegue este saco vazio, volte ao monte e venha apanhando pena por pena, e me traga de volta!”

O difamador replicou: “Mas isto é impossível! Eu não poderei juntar todas as penas. O ventou as espalhou por muitos lugares…”. E então o irmão proferiu suas últimas palavras: “Eu te perdoo de todas as suas palavras contra mim, mas você jamais poderá consertar o estrago que fez à minha vida e à minha imagem diante de todos”.

No link indicado, palavras infundadas demonstram o clima que se instalou no nosso Estado e que coloca em dúvida a verdadeira busca pela resolução do conflito entre agricultores e indígenas. Textualmente transcrevo as palavras no facebook da Deputada: “Mais graves ainda teriam sido as declarações feitas por Dom Redovino Rizzardo, bispo de Dourados, na cidade de Dourados no encontro do dia 08 de Outubro. O bispo teria afirmado que ‘A Europa vai parar de comprar a carne do Mato Grosso do Sul, porque a carne daqui tem sangue de criança indígena. A Europa vai parar de comprar a soja do Mato Grosso do Sul, porque a soja daqui tem sangue de criança indígena’.”

Depois das palavras soltas ao vento e do protesto do bispo, disse a parlamentar ter em mãos um vídeo, mas que não pode identificar quem falou tais coisas. Ora, se não pode identificar, como pode acusar logo o Bispo. Para acusá-lo, uma pessoa que ela disse admirar, precisaria de toda a certeza do mundo! Falando nisso, pode a parlamentar juntar agora as penas que soltou ao vento?

Dom Redovino sempre defendeu uma posição pacificadora, aliás, por indicação da própria Deputada ele recebeu um prêmio da Assembleia Legislativa do Mato Grosso do Sul como Homem da PAZ. Sua posição sempre foi que os índios tenham mais terras e não só isso, que os Governos possibilitem sua independência das cestas básicas e outros (des)serviços que só os fazem serem manipulados. Igualmente defende que os agricultores tenham suas terras indenizadas pelo preço do mercado – se estas comprovadamente forem terras indígenas.
Os comentários que se seguem à calúnia demonstram o quanto uma falsa afirmação pode destruir a vida de uma pessoa honrada, demonstra também total falta de conhecimento sobre a pessoa do Bispo de Dourados.
A deputada disse ser humilde para reconhecer os erros depois que Dom Redovino lhe enviou uma carta de repúdio, mas parece que não a leu atentamente, dizendo que o corrido aconteceu dentro da casa do Bispo, outra inverdade. Se a nobre Deputada escolheu o Bispo de Dourados como “bode expiatório” para algum projeto político, escolheu a pessoa errada, como ela mesmo disse ele é “uma pessoa de extrema consciência, serena e intelectual”, não se deixará instrumentalizar por quem quer que seja.

Conheci a Deputada ainda como prefeita de Eldorado, depois acompanhei e rezei pela sua saúde, pois estava acometida da mesma doença que hoje faz sofrer o bispo diocesano de Dourados. Em um encontro na Cúria Diocesana ouvi o pedido que rezasse por ela, o que o fiz com zelo. Rezei pelo seu corpo, agora preciso rezar mais ainda pela sua alma, já que a calúnia é abominada por Deus.

Toda uma vida inserida na Igreja e dedicada à mesma, através da simplicidade, amando pobres e ricos, índios e brancos, não merecia, no final do seu governo pastoral, terminar com uma mancha tão maldosa. O céu não se esquecerá disso!!!

Pe. Crispim Guimarães

Pároco da Catedral de Dourados.

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