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O véu e biquíni

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23/09/2016 07h35

O véu e biquíni

Por : Pe. Crispim Guimarães

No passado, o Ocidente, liderado pela França, berço da Revolução da “Liberté, Egalité, Fraternité”, agiu fortemente para que nas suas praias, por exemplo, o quanto menos vestidos estivessem seus banhistas mais civilização e modernidade representasse a nação do Iluminismo. Assim operou também contra diversos símbolos religiosos cristãos. O Estado francês atuou fortemente contra os valores cristãos, imputando-lhes o emblema de anacronismo e fundamentalismo.

Quem diria que a nação mãe do Iluminismo, aquela que fez com que a moral religiosa fosse banida da vida pública, agora seja a que mais sofra sua influência, não mais da moral cristã, e sim da muçulmana. A França é obrigada no século XXI a discutir se as mulheres podem frequentar ou não suas praias vestidas com trajes islâmicos. E agora?

Quando, no passado, a moral cristã criticava o “exagero” dos trajes usados em certos ambientes, inclusive nas igrejas, os críticos “modernos” diziam que os cristãos eram deploráveis e atrasavam o desenvolvimento. Hoje, décadas depois, não uma maioria de cristãos, e sim uma minoria, cinco milhões de muçulmanos, num universo de 60 milhões de franceses atualmente sem religião, impõe a volta da discussão de princípios religiosos. Tem esta parcela da população direito de frequentar a praia com corpos cobertos? Para não citar outros ambientes?
A liberdade, a fraternidade e a igualdade que diz caracterizar a França estão em cheque. Na realidade a civilização moderna está em questão, existe um choque cultural sem precedentes, talvez mais forte que aquele que marcou a Idade Média na Europa. Naquele período marcado pela invasão dos bárbaros, o surgimento do islamismo, e a própria divisão do cristianismo com a reforma protestante, o mundo viveu uma verdadeira ebulição, nada disso, talvez represente as transformações sociais ocorridas nos últimos 100 anos.
Certamente a intolerância daquela época não matou tantas pessoas como agora. Nos últimos 100 anos, foram, entre outras, 75 milhões pessoas mortas na China de Mao Tsé-Tung, 25 milhões na União Soviética de Stalin, seis milhões de Judeus com o Nazismo de Hitler.

E na França cresce a cada ano o número de muçulmanos que segue a Lei Islâmica (Sharia), assim como o número de muçulmanos franceses que aprovam a jihad. Franceses não muçulmanos em número cada vez maior abominam o Islã, talvez provocados pelos atentados alarmantes ocorridos em várias cidades francesas.
Conversando com um amigo francês, num recente encontro religioso, ele me confidenciou que entre muitos islâmicos, existe uma cresça que a Europa já está derrotada para a cultura muçulmana, pensam eles que logo hastearão sua bandeira de meia lua sobre as nações europeias.

Mas outros fatores, para além da violência de grupos fundamentalistas, farão os biquínis serem substituídos pelos véus; se isso, representa “Liberté, Egalité, Fraternité”, não sei, mas que será fato, ah! Isso será! No velho continente já morre mais gente do que nasce. No ano passado houve 5,1 milhões de nascimentos e 5,2 milhões de mortes, segundo o Departamento de Estatística da União Europeia (Eurostat). A população de emigrantes, por sua vez, aumentou aproximadamente em dois milhões de habitantes em um ano. Portanto, os europeus estão sendo substituídos por estrangeiros muçulmanos, sobretudo.

É a substituição de uma população. Exatamente porque a Europa perdeu a disposição de manter e/ou aumentar a sua população. Consequência natural: biquínis diminuirão nas praias francesas, se é que não desaparecerão, o que pode acontecer em outras nações europeias.

A cultura cristã europeia dominante de séculos, e depois iluminista, parece que está congelada.

Pe. Crispim Guimarães

Pároco da Catedral de Dourados

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