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Padre de esquerda ou de direita

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Padre de esquerda ou de direita

Diante das indagações de vários seguimentos, especialmente o religioso, atrevo-me escrever poucas linhas sobre este tema espinhoso que já provocou muitas discussões no âmbito da Igreja Católica nas últimas décadas, sobretudo, porque no rebanho de cada padre, habitam pessoas dos mais variados partidos, sendo que no Brasil estes são inúmeros.

Embora o sacerdote não perca sua cidadania, portanto o seu direito de votar e se manifestar, a Igreja Católica aconselha que o mesmo não se filie e/ou tome partido, de modo a defender essa ou aquela sigla como se a mesma fosse o Evangelho. É exatamente o Evangelho que deve nortear a conduta política do padre, não os partidos políticos. O Evangelho lhe dará parâmetros verdadeiros para livremente apoiar e criticar partes do programa das linhas políticas partidárias, mas assumir um partido, dificilmente possibilitará ao sacerdote a capacidade de apontar caminhos aos seus paroquianos.
Quando é que o padre é de esquerda ou de direita? Primeiro, penso, que num país como o nosso, estes conceitos estão muito mesclados, pois há uma confusão imensa acerca dos programas partidários. A bandeira da esquerda sempre defendeu a solidariedade com os pobres, o que o Evangelho também prevê, a luta contra o capital mutante, a ética na política e a participação popular nas decisões, etc., bandeiras sociais defendidas pela Igreja. Porém, também traz consigo marcas inconciliáveis com a doutrina católica, liberação do aborto, casamento de pessoas do mesmo sexo, entre outros. Esses programas estavam confiados ao PT, PC do B, também ao PSDB…
A direita, antigamente defendia princípios familiares tradicionais, isto é, a família monogâmica heterossexual, os políticos anti-morte, tal como o aborto, o Evangelho também e são bandeiras morais da Igreja. Porém, sempre foi acusada de privilegiar o capitalismo, que tira a vida de muitos cidadãos e exclui uma significativa parcela da população, privilegiando as elites, muitas vezes corruptas, dizem. Muitos identificam esses programas no DEM, PMDB, e outros.

Vamos aos fatos, hoje, alguém consegue distinguir quem está contra o aborto, por exemplo? A direita? Quem consegue distinguir os que se colocam contra o grande capital? A esquerda? Vejam o poder dos bancos? Do Eike Batista? Além disso, PSDB e DEM namoraram, noivaram e casaram, mas como o divórcio é permitido no Brasil, em alguns lugares há separações temporárias, o PT fez o mesmo processo com PMDB, antes aliado do PSDB, um casamento de 10 anos. Nestes casamentos entraram figuras antes combatidas pelos mesmos, José Sarney aliado do PT, os mensaleiros que continuam na política, o senhor Fernando Henrique Cardoso se aliou a Antônio Carlos Magalhães, em ambos os casos, o grande capital continua ditando as regras. Políticos que eram de extrema direita, passaram para a “extrema esquerda” como se trocassem de roupa, assim esquerdistas fizeram o mesmo processo para a direita.

Um padre pode defender parte desses programas, se estes estiverem de acordo com o Evangelho, é justo, mas não pode assumir totalmente nenhum deles, estaria contradizendo aquilo que diz acreditar e defender. Então, não deve entrar na política? Claro que sim, deve fazer política votando e orientando os fiéis, para que exerçam cargos políticos, conheçam e ajam pelos princípios evangélicos. Deve assumir causas justas, bandeiras históricas defendidas pela Doutrina Social da Igreja, como o combate à pobreza, educação de qualidade, participação popular, combate à corrupção, liberdade de expressão, etc., todavia, assumir a direita ou a esquerda, é falsear seu ministério. O Papa Francisco tem mostrado muito bem com a bandeira do Evangelho como deve ser a conduta de quem nela acredita, sem com isso, assumir uma dessas duas visões de mundo e suas rubricas partidárias.

Pe. Crispim Guimarães

Pároco da Catedral de Dourados

[email protected]

Paróquia N.S. Carmo de Dourados completa 10 anos

No dia da sua padroeira, a paróquia Nossa Senhora do Carmo, na Vila São Braz, completou seus 10 anos de fundação.

Ontem, 16 de julho, o Pároco Pe. Renaldo Amauri Lopes juntamente com o Vigário Pe. Getúlio Pereira celebraram a santa missa com coração pelas crianças da imagem da Santa.

No final da celebração foi servido um bolo aos presentes em comemoração aos 10 anos de existência da Paróquia N.S. do Carmo de Dourados.

Fotos:Estanislau Sanábria

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