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Temperatura elevada: Governo, 10 Medidas, Fidel, Aborto

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02/12/2016 07h45

Temperatura elevada: Governo, 10 Medidas, Fidel, Aborto

Por :Pe. Crispim Guimarães

Ao me referir ao Governo, penso no aparelho estatal composto pelos três poderes. O Executivo, continuidade do que foi “impichado” prossegue promovendo a política do descompromisso com a ética, cercado de ministros envolvidos na Lava Jato, o estopim Marcelo Calero verso Geddel, mostrou só a ponta do iceberg.

Na outra ponta, o Congresso Nacional, maculado por figuras comprometidas com a corrupção, dentre elas o Presidente da Casa, Renan Calheiros, cada vez mais promove o descompasso entre o Legislativo e o povo. Mas, embora a Justiça tenha demonstrado força na atual conjuntura, não é possível fazer vistas grossas a casos envolvendo os altos salários de seus membros, inadmissível, para aqueles que devem zelar pela Constituição do país, que quer ser justa com seus filhos.

As 10 Medidas propostas pelo Ministério Público e endossadas pela população com mais de dois milhões de assinaturas, foi em parte, desfigurada na Câmara dos Deputados, para não melindrar seus próprios interesses, conquanto fosse necessário avaliar e aprimorar algumas delas, por exemplo, “Provas ilícitas” desde que colhidas de boa-fé e o “teste de honestidade” para servidores.

Outra notícia que correu o mundo foi a morte do ditador cubano, Fidel Castro, que para muitos é um sacrilégio denominá-lo ditador. O mesmo ficou quase 50 anos à frente do governo da Ilha, e passou a seu irmão Raul a chefia da nação, mas dizem, nunca deixou de mandar. Fala-se dos avanços na saúde e na educação, mas, pode-se constatar também muitos mitos. Todos são alfabetizados, entretanto não podem pensar diferente dos Castros, quem ousar fazê-lo – vai para a cadeia; todos têm direito a saúde, mas 90% do salário fica nas mãos do Governo. Contraditório que Fidel tenha fechado os sindicatos de esquerda que se contrapunham ao governo ditador de direita, liderado por Fulgêncio Batista, e tenha fuzilou aproximadamente 17 mil compatriotas.

Augusto Pinochet foi outro ditador de direita, que governou o Chile de 1973 a 1990, portanto, 17 anos, consta que sob seu comando cerca de 3.200 mil pessoas foram mortas, um número infinitamente menor do que o cubano. As diferenças econômicas entre Cuba e Chile são gritantes. Tentei tirar fotos numa feira livre, fora do circuito turístico de Havana, e fui proibido, porque o governo de Raul Castro não permite ainda hoje tal coisa, entretanto, posso fazer isto no Chile, livremente. Com isso estou defendendo Pinochet? Nem de longe! Não às ditaduras de direita e de esquerda. Por que Fidel e não Pinochet? Se um deles tivesse matado uma só pessoa em nome das suas causas, não poderia ser apresentado como estadista. Assusta-me alguém defender um ditador que matou 17 mil compatriotas porque não pensavam igual à ele.

Para completar, o Supremo, que aos poucos vem judicializando as causas nacionais, mais uma vez resolveu legislar, e o fez num tema perigoso, o aborto. Terça-feira última, 29/11/16, a Primeira Turma do STF julgou um habeas corpus, que, em última instância, afirma que a “criança” até terceiro mês de gestação não é gente.
Liderado pelo ministro Roberto Barroso, um comensal do aborto, pois não é de agora que este senhor joga contra a vida de crianças inocentes no útero de suas mães, e ele foi seguido pelos também ministros Rosa Weber e Edson Fachin. Meu Deus, quem são estes deuses (ministros) que decretam que até três meses crianças não podem viver, porque os mais fortes têm direitos sobre o corpo? Não se enganem, este jogo tem por finalidade abrir as portas da matança indiscriminada desde da fecundação ao nono mês. Prestem atenção nos próximos passos. No Projeto Tamar, “[q]uem destruir um único ovo de tartaruga comete crime contra a fauna e poderá ir para a cadeia (Lei 9.605/93)”, mas que quem destrói a vida de um ser humano é protegido por ministros do Supremo Tribunal Federal. É o fim!

Estava certíssima Madre Tereza de Calcutá ao dizer: “Um País que permite o aborto é um país muito pobre, porque tem medo de uma criança, e o medo é sempre uma grande pobreza”. A pobreza ética que tanto nos atinge em todos os campos, talvez tenha sua principal fonte na atual conjuntura de desvalorização da vida, expressa de pior forma na matança de inocentes.

Mas, como toda crise, é também oportunidade de expurgar o mal, quem sabe a sociedade não se mobiliza e acorda também para estes fatos, procurando avaliar seus representantes, as leis que influenciarão nossas vidas, e exigir atitudes éticas daqueles que fazem as leis e têm o dever de por elas zelar. Quem sabe a proximidade do Natal, possa ajudar a refletir sobre o que desejamos verdadeiramente da vida.

Pe. Crispim Guimarães

Pároco da Catedral de Dourados

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