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Uma paróquia missionária.

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Uma paróquia missionária.

O ano de 2013 e já o início do ano vigente têm demonstrado o quanto a Igreja Católica está atraindo mais fiéis, muitos se apressam afirmando que é o “efeito Francisco”, não deixam de ter certa razão. No entanto, o Papa, por mais importante que seja na hierarquia eclesiástica não pode carregar sobre si o peso de mudar a Igreja, o mesmo tem insistido que o referencial é Jesus Cristo, é para Ele que devemos voltar nossos olhos.

Este quesito nos angustia, a causa é simples e, ao mesmo tempo, séria, pois muitos querem uma Igreja diferente, próxima, mãe, acolhedora, pobre. “Que propósitos lindos!!!”, mas quem está disposto a viver isso? Uma paróquia missionária não é necessariamente aquela que envia fiéis para outros continentes, países ou para outros estados, é missionária quando seus paroquianos saem do comodismo e se põem a visitar os vizinhos, doentes, idosos, quando se preocupam com a solidão dos irmãos, quando atendem os mais carentes das “periferias existenciais’.

Os bispos latino-americanos reunidos na Conferência de Aparecida, 2007, disseram que a missão nasce do amor e não da burocracia e do poder. Para deixarmos as estruturas sem alma e estáticas e sermos sacramento “universal de salvação”, povo de Deus a caminho, comunidade viva, serviçal e aberta a todos, então precisamos amar, antes de fazer coisas, estas deverão ser frutos do nosso amor.

Porém, nossa reflexão é global precisamos, no entanto, agir localmente, por isso, uma paróquia missionária é aquela que vai ao encontro do povo, também para fazer com que esse mesmo povo conheça a sua Igreja, a ame e com ela se comprometa. Um curso em preparação para matrimônio que se resume a alguns momentos pode cumprir verdadeiramente seu papel preparatório? Para que um casamento seja canonicamente válido os noivos precisam saber o que pensa a Igreja, ter e frequentar os sacramentos, conhecer o mínimo dos aspectos psicológicos que envolvem a vida a dois. Isto só é possível trabalhando alguns meses seguidos, visitando seus familiares, sendo uma igreja mãe e próxima. Na nossa paróquia acompanhamos os noivos em dois finais de semana juntos com os demais, com um grupo de noivos e também de modo personalizado durante oito meses.

Na mesma lógica, verificamos que a preparação para o sacramento do batismo e do crisma, na maioria das vezes aqueles que os pedem, pouco sabem o que significam, por isso, a pastoral do batismo também quer ser missionária, seis meses de preparação nas residências, primeiro vai o padre, que abençoa a casa, reza com a família, tira as dúvidas iniciais, fala dos futuros padrinhos e suas condições de corresponsáveis e depois os ministros extraordinários da visitação do batismo são enviados para acompanhar e trabalhar os conteúdos, desde que naquele período os pais e padrinhos comecem a participar da comunidade.

As pastorais dos enfermos e dos idosos também. A pastoral familiar, por exemplo, além de fazer os encontros entre si – nas residências, deverá acompanhar os pais dos catequizandos, inclusive visitando-os nas casas e chamando-os para fazer parte da própria pastoral ou de outros serviços na comunidade. Os jovens deverão visitar ambientes carentes da Palavra de Deus e dos bens materiais, como evangelizadores e como pessoas a serem evangelizadas, mesmo porque o público jovem é empurrado para ambientes nem sempre propícios para a prática da caridade.

Ser uma Igreja, uma paróquia missionária é muito simples, desde que os católicos não fiquem esperando que o Papa Francisco faça o que cabe a cada pessoa fazer: viver e anunciar a Palavra de Deus. O Papa não fará o que nos cabe, ele tem a missão de nos animar e confirmar na fé, mas aqui, no chão da nossa vida, o trabalho é nosso e não dele.

Pe. Crispim Guimarães

Pároco da Catedral da Diocese de Dourados.

Uma paróquia missionária.

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