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Vamos fazer uma vaquinha…

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Vamos fazer uma vaquinha…

A democracia corre riscos, basta estudar a história para verificar, quando a moralidade cai no desuso, as instituições sociais que a sustentam se fragilizam e abrem brechas para o autoritarismo.

Custei acreditar que condenados pela justiça chegassem ao ponto do que vimos com o caso do mensalão. Que neste país só ficam presos os pobres, todo mundo sabe, que os corruptos sempre encontram uma saída para continuar suas falcatruas, não é surpresa para ninguém, mas estou assustado com o “andar da carruagem”.

Os mensaleiros condenados caçoam da justiça, agora atacam abertamente o Presidente do Supremo Joaquim Barbosa; num gesto indelicado, o vice-presidente da Câmara e do Congresso, André Vargas, durante a abertura do Ano Legislativo Federal, repetiu o gesto que marcou a prisão de alguns condenados no julgamento do mensalão e disse desejar dar uma cotovelada em Joaquim Barbosa. Por mais de duas vezes, Vargas ergueu o punho cerrado, um dos momentos foi quando Barbosa se retirou da cerimônia de reabertura dos trabalhos do Congresso para ir ao banheiro.

Não é possível considerar tal gesto, empunhado por José Dirceu e José Genuíno na ocasião da prisão, como algo normal, enquanto isto, João Paulo Cunha, prestes a ir para a cadeia se unia a militantes acampados em frente ao STF para protestar contra o mensalão. Não é mais uma reação velada, a coisa tomou tamanha proporção que não se tem mais receio de afrontar ninguém, a corrupção está saindo das veias e tomando até a pele de um número significativo de brasileiros, e se eu e você dissermos que não temos nada a ver com isso, aqueles que elegeram políticos corruptos, comprovado na justiça, têm.

O que pensar da capacidade de alguns mensaleiros de pedir dinheiro à população para devolver uma pequena parte do que roubaram? É o que estamos vendo diuturnamente no noticiário. José Genoíno fez campanha na internet para conseguir arrecadar o valor da multa de R$ 468 mil determinada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) devido à condenação do ex-deputado pelos crimes de formação de quadrilha e corrupção ativa, João Paulo teve multa de R$ 370 mil. Dirceu foi condenado a pagar uma multa de R$ 676 mil (em valores da época).

Delúbio recebeu doações de R$ 1,013 milhão, agora o ministro do Supremo Gilmar Mendes questiona a origem da arrecadação, se esta não vem da lavagem de dinheiro.
O fato é que não importa a quantia, mas a situação em si, como um país sério pode permitir que condenados por crime contra o patrimônio público, portanto, patrimônio que pertence a todos nós, debochem dos contribuintes, e mais, da justiça? Que arrecade dinheiro do povo, em campanha na internet para pagar os crimes por eles mesmos cometidos contra a nação?

Será que farão campanha para pagar também os débitos do Marcos Valério, do Maluf, de todos os outros condenados, porque se “esta modo pegar”, o que sobrará do Brasil? Estas situações não podem passar despercebidas por nenhum brasileiro, a proporção e a gravidade da corrupção agora está também em nossas mãos, não estou falando das eleições, deste ou daquele candidato ou partido, mas da passividade da população diante do caso em questão, caberiam manifestações nas ruas, sim, é o erário público lesado, é o bolso de cada brasileiro roubado, neste e em tanto outros casos.

Pe. Crispim Guimarães

Pároco da Catedral de Diocese de Dourados

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