01/04/2020 13h
Dom Henrique: A espiritualidade da Semana Santa
Artigo de nosso bispo diocesano, publicado originalmente na Revista ‘Elo’ do mês de abril de 2020
Queridos irmãos e irmãs, saudações em Cristo Jesus. Neste mês, vamos refletir sobre a grande riqueza de vida, amor, entrega e compromisso, paixão e ressurreição de Jesus. Convido-os a fazermos uma caminhada espiritual nesta Semana Santa e trazê-la para nossa vida prática: pessoal, familiar, comunitária e social. Conforme nos orienta e motiva a vivenciar o tema da Campanha da Fraternidade deste ano de 2020: Fraternidade e Vida: Dom e Compromisso. E o lema: “Viu, sentiu compaixão e cuidou dele” (Lc 10,33-34).
DOMINGO DE RAMOS: Neste dia a liturgia recorda que, durante cinco semanas da Quaresma, preparamos os nossos corações pela Oração, pela Penitência e pela Caridade. Jesus realiza o mistério de sua morte e ressurreição, entrou em Jerusalém, sua cidade como um Rei do povo sofrido. Ele quis vivenciar isto, para que o povo O aclamasse como Rei. É uma grande festa e Jesus está consciente do que irá acontecer e está preparado.
QUINTA-FEIRA SANTA: abertura do Tríduo Pascal
Neste dia acontecem dois ritos litúrgicos importantíssimos para a Igreja: Missa do Crisma ou dos Santos Óleos e a Instituição da Santa Ceia.
a) Missa do Crisma: Dá-se a bênção do Óleo do Batismo, dos Enfermos e a Consagração do Óleo do Crisma. O bispo realiza a bênção e a consagração juntamente com seu clero e o Povo de Deus. Normalmente esta celebração é realizada na Catedral. A Renovação das Promessas Sacerdotais se dá por causa da Instituição da Santa Ceia. É oficialmente o dia do Sacerdote. Na diocese de Dourados a Missa do Crisma se dá na segunda-feira Santa.
b) Instituição da Santa Ceia e o Lava-Pés: Liturgia realizada sempre à noite neste dia. Jesus mostra aos discípulos o dom da Autoridade e do Serviço. Cabem aos presbíteros o direito e o dever de ministrar e apresentar as oferendas a Deus e pedir a transformação do pão e do vinho em Corpo e Sangue de Cristo e distribuí-los entre vós.
c) Vigília Pascal: Na Quinta Santa: na missa, após a Oração da Comunhão, as hóstias serão retiradas do Sacrário e colocadas no Altar da Vigília. As imagens serão cobertas e, é retirada a toalha do altar, relembrando a prisão de Jesus, no Horto das Oliveiras e todo o sofrimento que irá enfrentar até a morte na cruz. A Vigília Pascal é preparação para Paixão, Morte e Ressurreição do Senhor Jesus. A Liturgia inicia com a invocação à Santíssima Trindade e, encerra com a bênção final no Sábado Santo, encerrando a Vigília Pascal.
SEXTA-FEIRA DA PAIXÃO: Celebração da adoração de Cristo na Cruz
Esse dia é muito forte porque refletiremos e rezaremos a vida sofrida de uma pessoa inocente. Porém, devemos sempre lembrar que é um sofrimento que nos liberta de nossos pecados e nos leva à Luz pela Cruz de Cristo. Oportunizando-nos o recomeçar no discipulado.
SÁBADO SANTO: último dia da Vigília, em que se realiza uma grande e lindíssima celebração, resgatando toda a História da Teologia da Redenção, passando pela Criação, Noé, Abraão, todos os Profetas, relembrando a aliança do Senhor Javé com seu Povo, que culmina na pessoa de Jesus, o nosso Salvador. Nesta noite, entoa-se o Glória solenemente.
DOMINGO DA PÁSCOA: Dia da Ressurreição do Senhor Jesus. Toda liturgia quaresmal: Oração, Jejum e Penitência devem nos levar a este momento importantíssimo em nossas vidas e na vida da Igreja. Pela paixão, morte e ressurreição de Jesus, chamado de Mistério Pascal, nós recebemos o direto de sermos chamados de filhos amados de Deus. A Semana Santa é esse momento especialíssimo, para mergulharmos mais profundamente na compreensão do amor de Deus apaixonado pela humanidade, sua criação – Gêneses. Assim, cada detalhe litúrgico é muito rico e profundo. Esse gesto de Jesus deve-nos deixar apaixonados por Ele e por sua Missão.
Feliz Páscoa a cada um de vós!
Dom Henrique A. de Lima, CSsR
Bispo Diocesano de Dourados
Artigo de nosso bispo diocesano, publicado originalmente na Revista ‘Elo’ do mês de abril de 2020.