Ouça a Rádio Coração Ao Vivo

Identidade religiosa de comunidades de recuperação de dependentes químicos ameaçada no Brasil

- Publicidade -

Identidade religiosa de comunidades de recuperação de dependentes químicos ameaçada no Brasil

Acidigital

“Contem a experiência de vocês e a importância da religião na recuperação das drogas. Se vocês conhecem alguma comunidade, falem das pessoas que vocês já viram se recuperar”, pediu o fundador da Comunidade Terapêutica Fazenda da Esperança, Frei Hans Stapel, em um apelo para que a população participe da aprovação do Marco Regulatório das Comunidades Terapêuticas no CONAD, que será votado nos dias 10 e 11 de março em Brasília. Segundo o frei, a Confederação Nacional de Comunidades Terapêuticas (CONFENACT) está trabalhando para que a identidade religiosa destes projetos seja blindada de uma possível manipulação da definição das mesmas.

“Nem todas são iguais, tem crenças diferentes. Queremos definir o que é importante que uma comunidade terapêutica tenha. Há o questionamento se o tempo necessário para a recuperação deve ser de um ano, mas o que mais me incomoda é a ideia de alguns de retirar o perfil religioso das comunidades terapêuticas”, afirmou o frade alemão que dirige a Fazenda da Esperança, um dos projetos de recuperação mais exitosos do mundo e que se faz presente hoje em vários países.

O religioso alertou que alguns grupos da sociedade não estão de acordo em ter comunidades terapêuticas, como a Fazenda da Esperança, onde a espiritualidade seja a principal diretriz.

“Acredito que a pessoa que chega na Fazenda da Esperança deve participar do jeito que nós somos. Não posso dizer para um dependente químico em recuperação que se ele não precisa participar de nossas atividades religiosas, que pode fazer o que quiser”.

“Humildemente eu digo que não imagino outro jeito de tirar a droga de uma pessoa que não seja oferecendo algo que vale mais: a Palavra de Deus. O amor que os recuperandos aprendem a dar às pessoas, faz eles aprenderem que são imagem e semelhança de Deus”, afirma Fr. Hans.

“Eles não tinham essa alegria antes porque o único que pode preencher o nosso coração que é feito para o infinito é o próprio Deus. Por isso, não podemos permitir que não aprovem o jeito como nós somos. Precisamos da ajuda de todos, porque vai vencer a opinião da maioria. Não é possível uma comunidade como a nossa que existe há mais de 30 anos e faz bem às pessoas, de repente deixe de existir, porque alguns na teoria acham que tem que ser diferente e querem mudar tudo”, pontuou.

Por sua parte, o procurador público, Paulo Leão, também acredita que a proibição do caráter religioso em comunidades terapêuticas não tem fundamento, porque o atendimento oferecido por elas é opcional, ou seja, só entra na comunidade quem está disposto a seguir a programação proposta, ninguém é obrigado a entrar.

“Entendo como inadmissível e sem qualquer base razoável pretender interferir no modo de funcionamento da Fazenda Esperança. Quem pretender ou quiser recuperar-se de modo diverso poderá procurar uma instituição que atenda a suas pretensões”, avaliou Dr. Paulo, presidente da União dos Juristas Católicos do Rio de Janeiro.

“Eu conto com todos vocês, precisamos nos unir, porque em poucos dias vai ter outra votação sobre o assunto. Creio que se chegarem milhares de emails com as experiências concretas de vocês, a vida vai falar mais do que a teoria. Todas as comunidades terapêuticas existem para ajudar vocês, digam que vocês apoiam esses locais”, destacou Frei Hans.

Os interessados em ajudar as Comunidades Terapêuticas devem enviar um e-mail para [email protected] com cópia para [email protected], com o texto: “Eu apoio e aprovo a minuta da resolução do CONAD que regulamenta as comunidades terapêuticas.”

Identidade religiosa de comunidades de recuperação de dependentes químicos ameaçada no Brasil

Leia também

- Publicidade -

Últimas Notícias

- Publicidade -

Últimas Notícias

- Publicidade-
Fale com a Rádio Olá! Selecione um contato.