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Papa Francisco: o Estado não pode pensar em lucrar com a medicina

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Papa Francisco: o Estado não pode pensar em lucrar com a medicina

Fonte: Rádio Vaticano

Quando “a lógica da utilidade” prepondera sobre a “da solidariedade e da gratuidade”, a sociedade tem o “dever” de proteger a pessoa humana. Foi o que disse o Papa Francisco recebendo em audiência, ao meio-dia desta quinta-feira, na Sala Clementina, os participantes da Plenária da Pontifícia Academia para a Vida, que nestes dias, no Vaticano, é chamada a refletir sobre o tema: “Assistência ao ancião e cuidados paliativos”.

O tema, recordou o presidente do organismo vaticano, Dom Ignacio Carrasco de Paula, não é somente um “justo reconhecimento àqueles que nos abriram os caminhos da vida” e uma imperiosa “valorização da inalienável dignidade deles”, mas é também um modo de reconhecer “o autêntico protagonismo deles”.

A pessoa humana permanece sempre preciosa, “mesmo se marcada pela velhice e pela doença”. O Santo Padre reiterou isso ao receber em audiência, no Vaticano, os participantes da Plenária da Pontifícia Academia para a Vida, refletindo sobre a sociedade contemporânea.
“A lógica da utilidade prepondera sobre a da solidariedade e da gratuidade até mesmo no seio das famílias.”

Ao invés, a pessoa, “amada por Deus”, é um bem para si e para os outros, recordou: “quando a sua vida se torna muito frágil e se aproxima a conclusão da existência terrena”, sentimos a responsabilidade de assisti-la e acompanhá-la da melhor forma.

Aliás: a Bíblia reserva uma severa advertência àqueles que descuidam dos pais ou os maltratam. O mesmo juízo “vale hoje – ressaltou, recordando os “muitos exemplos” – quando os pais, ao se tornarem anciãos ou menos úteis, acabam marginalizados, chegando ao abandono”.

O Pontífice convidou a recorrer, com “coração dócil”, à Palavra de Deus, contida nos mandamentos bíblicos, em particular, o que nos pede para honrar pai e mãe e “em sentido lato nos recorda a honra que devemos a todas as pessoas anciãs”:

“Honrar hoje poderia ser traduzido também como o dever de ter extremo respeito e de cuidar de quem, pela sua condição física ou social, poderia ser deixado morrer ou ‘levado a morrer’.”
Portanto, “toda” a medicina tem um papel especial dentro da sociedade, como testemunha “da honra que se deve à pessoa anciã e a todo ser humano”:

“Evidência e eficiência não podem ser os únicos critérios a governar o agir dos médicos, nem o são as regras dos sistemas de saúde e o perfil econômico. Um Estado não pode pensar em lucrar com a medicina. Pelo contrário, não há dever mais importante para uma sociedade do que o de cuidar da pessoa humana.“

Os cuidados paliativos, ressaltou o Santo Padre, até então “têm sido um precioso acompanhamento para os doentes oncológicos”, mas hoje são “muitas e variadas” as doenças comumente ligadas à velhice caracterizadas “por uma debilitação crônica progressiva”, que, portanto, podem recorrer a esse tipo de assistência:

“Os anciãos precisam, em primeiro lugar, dos cuidados dos familiares – cujo afeto não pode ser substituído nem mesmo pelas estruturas mais eficientes ou pelos agentes de saúde mais competentes e caritativos.”

Quando não autossuficientes ou com doenças avançadas ou terminal, os anciãos podem então gozar “de uma assistência verdadeiramente humana”, com respostas adequadas às suas exigências, graças aos cuidados paliativos “oferecidos como integração e ajuda aos cuidados prestados pelos familiares”. Na fase final da doença os cuidados paliativos têm o objetivo de aliviar os sofrimentos, assegurando “ao paciente – acrescentou – um adequado acompanhamento humano”:

“Trata-se de um apoio importante sobretudo para os anciãos, os quais, por causa da idade, recebem sempre menos atenção da medicina curativa e muitas vezes ficam abandonados. O abandono é a “doença” mais grave do ancião, e também a maior injustiça que pode sofrer: aqueles que ajudaram a crescer não devem ser abandonados quando precisam da nossa ajuda, do nosso amor e da nossa ternura.”

O encorajamento do Papa foi a profissionais e estudantes “a se especializarem neste tipo de assistência” que, embora “não salve a vida”, valoriza a pessoa.
Por ouro lado, prosseguiu, todo conhecimento médico é realmente ciência “somente se se coloca como auxílio em vista do bem do homem”, um bem que – ressaltou – jamais se alcança “contra” a sua vida e a sua dignidade.

De tal forma se mede o verdadeiro progresso da medicina e da sociedade inteira:
“Repito o apelo de São João Paulo II: ‘Respeite, defenda, ame e sirva à vida, a toda vida humana! Somente neste caminho encontrará justiça, desenvolvimento, verdadeira liberdade, paz e felicidade.”

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