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Dourados: MP cobra R$ 23 milhões de vereadores

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Dourados: MP cobra R$ 23 milhões de vereadores

Vereadores citados em ação de improbidade administrativa poderão ser obrigados a desembolsar juntos a quantia de R$ 23 milhões

O Progresso

Vereadores citados em ação de improbidade administrativa movida pelo Ministério Público Estadual poderão ser obrigados a desembolsar juntos a quantia de R$ 23 milhões. O valor é referente ao que estima o MP acerca do prejuízo causado aos cofres públicos, através de cobrança de propina e “mensalão” denunciados na Operação Uragano da Polícia Federal. Estão na lista do MP, 10 vereadores afastados e um licenciado.

De acordo com o MP, o ex-presidente da Câmara, o vereador afastado, Sidlei Alves, poderá ter que ressarcir os cofres públicos em R$ 1.637.000,00. O ex-secretário da Câmara, Humberto Teixeira Júnior poderá ser obrigado a devolver R$ 1.556.000,00, enquanto Marcelo Barros, R$ 7 mil.

O MP pede que Aurélio Bonatto devolva R$ 15 mil; José Carlos Cimatti, R$ 30 mil; Paulo Henrique Bambu, R$ 70 mil, Dirceu Longhi, atual presidente da Câmara, R$ 15 mil. O ex-secretário de saúde e vereador afastado Edvaldo Morei-ra poderá ter que devolver R$ 17.313.552,20, enquanto Marcelo Hall, vereador licenciado e que comandava a Secretaria de Serviços Urbanos (Sensurt) poderá ser condenado a restituir os cofres públicos em R$ 2.729289,81. Entre os 12 vereadores de Dourados Délia Razuk é a única que não foi citada. Gino Ferreira aparece na ação, mas segundo o MP ele não teria aceitado dinheiro de propina ou mensalão. A acusação contra ele é por omissão de não denunciar o suposto esquema liderado por Ari Artuzi.

ACUSAÇÕES

No processo de improbidade, Sidlei Alves é apontado como como o mais “voraz” dos vereadores. “(…) na condição de presidente da Câmara coordenou a corrupção praticada pelo Legislativo, negociou o desvio de valores do duodécimo e recebeu vultuosas somas do prefeito Ari Artuzi em troca de apoio político (…)”.

Humberto Teixeira Júnior é apontado como um dos vereadores que mais recebeu recursos desviados ilicitamente, os quais financiaram, segundo o MP a campanha para deputado. “Também participou das negociações do duodécimo”, aponta relatório.

Marcelo Barros teria aceitado receber dinheiro do esquema criminoso para “abrandar” sua atuação contra o prefeito, já que se intitulava “oposição”. Aurélio Bonatto teria recebido vantagens indevidas em troca da conivência para com o prefeito. Segundo o MP, ele sabia da origem indevida do dinheiro, mas mesmo assim aceitou recebê-lo. “Chegou a propor celebração de contratos dos quais poderia desviar verbas”, segundo o Ministério Público. Para o MP, José Carlos Cimatti recebeu vantagens em troca de conivência para com o prefeito, assim como os verea-dores afastados Paulo Henrique Bambu, Zezinho da Farmácia e Júlio Artuzi, tio do prefeito afastado.

Dirceu Longhi teria recebido dinheiro em troca de um abrandamento da sua atuação na CPI da saúde. Edvaldo Mo-reira, teria participado de negociações tendo em vias custear o “mensalão” do Legislativo. Teria recebido recursos ilícitos em troca de sua colaboração. O vereador licenciado Marcelo Hall, segundo o MP, teve participação nas negociações com empresas prestadoras de serviço enquanto secretário de Serviços Urbanos. Teria recebido recursos ilícitos e desviado parte deles ao vice prefeito Carlinhos Cantor, hoje afastado.

ESQUEMA

De acordo com o MP, a organização criminosa instala no Executivo “estendeu seus tentáculos ao Legislativo através de esquema de pagamentos sucessivos de propina aos vereadores – os “mensalões”- com o intuito de angariar apoio polí-tico para a aprovação de projetos de interesse do executivo e (…) não criassem comissões parlamentares de inquérito e, no tocante da CPI instalada para apuração de ilicitudes na aplicação de verbas destinadas a Secretaria de Saúde, que não investigassem profundamente os fatos, de modo que o relatório final não apontasse as ilegalidades”.

Conforme ainda o MP, em votações de projetos polêmicos como de correção do IPTU, da prorrogação do prazo para a queima da palha da cana-de-çúcar e outros, os vereadores recebiam pagamentos extras para votarem a favor dos interes-ses do prefeito e corruptores.

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