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Hoje a Igreja celebra: Santa Cecília

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Santa Cecília

Terça-feira, 22 de novembro de 2011


Hoje celebramos a santidade da virgem que foi exaltada como exemplo perfeitíssimo de mulher cristã, pois em tudo glorificou a Jesus. Santa Cecília é uma das mártires mais veneradas durante a Idade Média, tanto assim que no século V uma Basílica foi construída em sua homenagem. Embora se trate da mesma pessoa, na prática fala-se de duas santas Cecílias: a da história e a da lenda. A Cecília histórica é uma senhora romana que deu uma casa e um terreno aos cristãos dos primeiros séculos. A casa transformou-se em igreja que se chamou mais tarde Santa Cecília no Trastévere; o terreno tornou-se cemitério de São Calisto, onde foi enterrada a doadora, perto da cripta fúnebre dos Papas. No século VI, quando os peregrinos começaram a perguntar quem era essa Cecília cujo túmulo e cuja inscrição se encontravam em tão honrosa companhia, para satisfazer a curiosidade deles, foi então publicada uma Paixão, que deu origem à Cecília lendária; esta foi sem demora colocada na categoria das mártires mais ilustres. Segundo o relato da sua Paixão Cecília tinha sido uma bela cristã da mais alta nobreza romana que, segundo o costume, foi prometida pelos pais em casamento a um nobre jovem chamado Valeriano. Aconteceu que, no dia das núpcias, a jovem noiva, em meio aos hinos de pureza que cantava no íntimo do coração, partilhou com o marido, com transparência, o fato de ter consagrado sua virgindade a Cristo e que um Anjo guardava sua decisão.

Valeriano, que até então era pagão, a respeitou, mas disse que somente acreditaria se contemplasse o Anjo. Desse desafio Cecília conseguiu a conversão do esposo que foi apresentado ao Papa Urbano, sendo então preparado e batizado, juntamente com um irmão de sangue de nome Tibúrcio. Depois de batizado, o jovem, agora cristão, contemplou o Anjo, que possuía duas coroas (símbolo do martírio) nas mãos. O Anjo colocou uma coroa sobre a cabeça de Cecília e outra sobre a de Valeriano, o que significava um sinal, pois primeiro morreu Valeriano e seu irmão por causa da fé abraçada e logo depois Santa Cecília sofreu o martírio, após ter sido presa ao sepultar Valeriano e Tibúrcio na sua vila da Via Ápia.

Colocada perante a alternativa de fazer sacrifícios aos deuses ou morrer, escolheu a morte. Ao prefeito Almáquio, que lembrava Cecília que tinha sobre ela direito de vida ou de morte, ela respondeu: “É falso, porque podes dar-me a morte, mas não me podes dar a vida”. Almáquio condenou-a a morrer asfixiada; como ela sobreviveu a esse suplício, mandou cortar-lhe a cabeça. Nas Atas de Santa Cecília lê-se esta frase: “Enquanto ressoavam os concertos profanos das suas núpcias, Cecília cantava no seu coração um hino de amor a Jesus, seu verdadeiro esposo”. Estas palavras, lidas um tanto por alto, fizeram acreditar no talento musical de Santa Cecília e valeram-lhe o ser padroeira dos músicos. Hoje essa grande mártir e padroeira dos músicos canta louvores ao Senhor no céu.

Santa Cecília, rogai por nós!


Hoje:

Dia do Músico


Leituras

Primeira Leitura (Daniel 2,31-45)
Leitura da profecia de Daniel.

Naqueles dias, Disse Daniel a Nabucodonosor: 2 31 “Senhor: contemplavas, e eis que uma grande, uma enorme estátua erguia-se diante de ti; era de um magnífico esplendor, mas de aspecto aterrador.

32 Sua cabeça era de fino ouro, seu peito e braços de prata, seu ventre e quadris de bronze,
33 suas pernas de ferro, seus pés metade de ferro e metade de barro.
34 Contemplavas (essa estátua) quando uma pedra se descolou da montanha, sem intervenção de mão alguma, veio bater nos pés, que eram de ferro e barro, e os triturou.

35 Então o ferro, o barro, o bronze, a prata e o ouro foram com a mesma pancada reduzidos a migalhas, e, como a palha que voa da eira durante o verão, foram levados pelo vento sem deixar traço algum, enquanto que a pedra que havia batido na estátua tornou-se uma alta montanha, ocupando toda a região.

36 Eis o sonho. Agora vamos dar ao rei a interpretação.

37 Senhor: tu que és o rei dos reis, a quem o Deus dos céus deu realeza, poder, força e glória;
38 a quem ele deu o domínio, onde quer que habitem, sobre os homens, os animais terrestres e os pássaros do céu, tu és a cabeça de ouro.

39 Depois de ti surgirá um outro reino menor que o teu, depois um terceiro reino, o de bronze, que dominará toda a terra.

40 Um quarto reino será forte como o ferro: do mesmo modo que o ferro esmaga e tritura tudo, da mesma maneira ele esmagará e pulverizará todos os outros.

41 Os pés e os dedos, parte de terra argilosa de modelar, parte de ferro, indicam que esse reino será dividido: haverá nele algo da solidez do ferro, já que viste ferro misturado ao barro.

42 Mas os dedos, metade de ferro e metade de barro, mostram que esse reino será ao mesmo tempo sólido e frágil.

43 Se viste o ferro misturado ao barro, é que as duas partes se aliarão por casamentos, sem porém se fundirem inteiramente, tal como o ferro que não se amalgama com o barro.

44 No tempo desses reis, o Deus dos céus suscitará um reino que jamais será destruído e cuja soberania jamais passará a outro povo: destruirá e aniquilará todos os outros, enquanto que ele subsistirá eternamente.

45 Foi o que pudeste ver na pedra deslocando-se da montanha sem a intervenção de mão alguma, e reduzindo a migalhas o ferro, o bronze, o barro, a prata e o ouro. Deus, que é grande, dá a conhecer ao rei a sucessão dos acontecimentos. O sonho é bem exato, e sua interpretação é digna de fé”.


Salmo Dn 3

Louvai-o e exaltai-o pelos séculos sem fim!

Obras do Senhor, bendizei o Senhor!
Louvai-o e exaltai-o pelos séculos sem fim!
Céus do Senhor, bendizei o Senhor!
Anjos do Senhor, bendizei o Senhor!

Águas do alto céu, bendizei o Senhor!
Potências do Senhor, bendizei o Senhor!


Evangelho (Lucas 21,5-11)

Naquele tempo, 21 5 algumas pessoas comentavam como lhes chamassem a atenção para a construção do templo feito de belas pedras e recamado de ricos donativos, Jesus disse:
6 “Dias virão em que destas coisas que vedes não ficará pedra sobre pedra: tudo será destruído”.

7 Então o interrogaram: “Mestre, quando acontecerá isso? E que sinal haverá para saber-se que isso se vai cumprir?”

8 Jesus respondeu: “Vede que não sejais enganados. Muitos virão em meu nome, dizendo: ´Sou eu´; e ainda: ´O tempo está próximo´. Não sigais após eles.

9 Quando ouvirdes falar de guerras e de tumultos, não vos assusteis; porque é necessário que isso aconteça primeiro, mas não virá logo o fim”.

10 Disse-lhes também: “Levantar-se-ão nação contra nação e reino contra reino.

11 Haverá grandes terremotos por várias partes, fomes e pestes, e aparecerão fenômenos espantosos no céu”.


COMENTÁRIOS DO EVANGELHO

1. “O Templo e tudo o mais, vai passar…”

(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Diácono José da Cruz – Diácono da Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP)

Lembro de uma música cantada pelo Nelson Ned, que foi sucesso nos anos 70, onde o refrão dizia “Pois tudo passa, tudo passará, e nada fica, nada ficará…” A transitoriedade de todas as coisas dessa vida é colocada em destaque nesse evangelho”. Nada por aqui é definitivo, mesmo aquilo que parece ser. Naquele tempo, alguém dizer que o templo seria destruído e que não ia ficar pedra sobre pedra, era uma afronta ao poder religioso, pois o templo era sagrado, nele Deus se manifestava, talvez não fosse tão belo e imponente como o primeiro templo, aquele que Salomão construiu, mas era o centro religioso, político e econômico para os Judeus.

Antes de 11 de Setembro de 2001, quem ousaria afirmar que as Torres Gêmeas do World Trade Center em Nova Iorque seria totalmente destruídas pelos terroristas? Não que Deus aprove o ato suicida, que dizimou milhares de vida, mas esse fato se insere perfeitamente nos “sinais” que Jesus menciona nesse evangelho, quando as pessoas o interrogaram para saber quando iria acontecer a destruição do templo.

Primeiro muitos virão no nome do Senhor dizendo “Sou Eu”, e aqui não se refere apenas a falsos pregadores no âmbito estritamente religioso, mas de instituições ou pessoas que se colocam no lugar de Deus, e quando dizem que o tempo está próximo, se referem logicamente ao tempo do seu domínio e triunfo, tudo será destruído, menos o seu reinado ou império. Oh que grande ilusão! Quantos reinos e impérios não ruíram, e continuam a ruir.

Reino contra reino, nação contra nação, terremotos e cataclismas, fomes e doenças terríveis, sinais espantosos no céu. Tudo isso não é nenhuma novidade e já acontece faz tempo. O que importa é que esses acontecimentos ou sinais, como chama o evangelho, falam alto da vulnerabilidade humana, onde todos os projetos e empreendimentos, por mais grandiosos que sejam, não são definitivos. Tudo vai passar… No final só o Reino de Deus será permanente, eterno e definitivo. Ele está sendo gestado por todos os que crêem em Cristo, e colocam o amor autêntico em suas relações com as pessoas e com a natureza. E o amor não passará!

2. A presença atual do Filho do Homem

(O comentário do Evangelho abaixo é feito por José Raimundo Oliva – e disponibilizado no Portal Paulinas)

Iniciando com a admiração de algumas pessoas diante da beleza do Templo, Lucas apresenta o “discurso “escatológico” sobre a destruição de Jerusalém (cap. 21). Todo poder tem como arma a ostentação, desde as pirâmides dos faraós até as torres da atual capital econômica do Império.

A ostentação do Templo levava as pessoas a admirarem, se curvarem e se submeterem. Porém, toda ostentação terá seu fim, pedra por pedra, torre por torre. A palavra de Jesus sobre a destruição do Templo, além de sua associação a um fato histórico acontecido, tem o sentido do abandono da antiga doutrina emanada do Templo para dar lugar à novidade de Jesus.

O advento de falsos profetas ou de guerras e abalos telúricos não são sinais da proximidade do fim. Antes, os discípulos devem despertar para a presença atual do Filho do Homem, na pessoa de Jesus, transformando o mundo por sua palavra e sua prática amorosa.

3. UMA FRÁGIL BELEZA

(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado no Portal Dom Total a cada mês).

O discurso sobre o fim do mundo revela a fragilidade das realidades humanas. Nem mesmo o Templo, construído para ser a habitação de Deus no meio do povo, estaria à salvo da destruição.

A constatação de Jesus a respeito da destruição do Templo expressa o destino das realidades humanas: “Não ficará pedra sobre pedra”. O fim de tudo é a sua ruína. Experiência dolorosa, que será acompanhada de tentativas de engano: muitos se apresentarão como messias, anunciando a chegada de fim. Guerras e revoluções, terremotos e epidemias, prodígios e sinais no céu revelarão, também, essa chegada. Mas, ao contrário do que diziam os falsos profetas, Jesus afirma que “não será ainda o fim”.

O Mestre assegura isso, com a linguagem apocalíptica da época. Não lhe interessa, porém, inculcar em seus ouvintes os sentimentos dos quais esta linguagem estava carregada. Ele quer tão-somente conscientizar a comunidade acerca da importância de dedicar-se às coisas impossíveis de serem destruídas: a fé e o amor. Quando tudo tiver chegado ao fim, apenas estas duas realidades subsistirão. Só elas podem oferecer segurança e levar o discípulo a superar o medo terrificante que o confronto com a escatologia provoca. A beleza sólida da fé e do amor permanecerão, mesmo quando tudo o mais se tiver reduzido a escombros. Isto porque são obras de Deus.

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