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Hoje a Igreja celebra: São Raimundo de Peñafort

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São Raimundo de Peñafort

Sábado, 07 de janeiro de 2012


Nasceu no castelo de Peñafort, Barcelona, Espanha, no ano de 1175. Desde cedo, muito dedicado aos estudos, ele se especializou em Bolonha, na Itália, na universidade onde se tornou também um reconhecido mestre. Deixou aquela realidade que tanto amava para obedecer ao Bispo de Barcelona que o queria como cônego. Ele prestou esse serviço até discernir seu chamado à vida religiosa, quando entrou para a família dominicana e continuou em vários cargos de formação, mas aberto à realidade e às necessidades da Igreja, onde exerceu o papel de teólogo do Cardeal-bispo de Sabina; também foi legado na região de Castela e Aragão; depois, transferido para Roma, ocupou vários cargos.

Ele não buscava nem tinha em mente um projeto de ocupar este ou aquele serviço, mas foi fiel àquilo que davam a ele como trabalho para a edificação da Igreja. Na Cúria Romana, quantos cargos ligados a Teologia, Direito Canônico! Um homem de prudência, de governo. Seu último cargo foi de penitencieiro-mor do Sumo Pontífice. Quiseram até escolhê-lo como Arcebispo, mas, nesta altura, ele voltou para a Espanha; quis viver em seu convento, em Barcelona, como um simples frade, mas fossem os reis, o Papa e tantos outros sempre recorriam ao seu discernimento.

São Raimundo escreveu a respeito da casuística. Enfim, pelos escritos e pelos ensinos, ele investia numa ação de mestres e missionários, pois tinha consciência de que precisava de missionários bem formados para que a evangelização também fluísse. Ele não fez nada sozinho, contou com a ajuda de São Tomás de Aquino, ajudou outros a discernir a vontade do Senhor, como São Pedro Nolasco, que estava discernindo a fundação de uma nova ordem consagrada a Nossa Senhora das Mercês – os mercedários. Homem humilde que se fez servo, foi escolhido como Superior Geral dos Dominicanos. Homem de pobreza, de obediência e pureza; homem de oração. Por isso, os santos como São Raimundo, um exemplo. Faleceu em Roma, em 1275; cem anos consumindo-se pela obra do Senhor.

São Raimundo de Peñafort, rogai por nós!


Hoje:

Dia da Liberdade de Cultos, Dia do Leitor


Leituras

Primeira Leitura (1 João 5,14-21)
Leitura da primeira carta de São João.

14 Caríssimos, a confiança que depositamos nele é esta: em tudo quanto lhe pedirmos, se for conforme à sua vontade, ele nos atenderá.

15 E se sabemos que ele nos atende em tudo quanto lhe pedirmos, sabemos daí que já recebemos o que pedimos.

16 Se alguém vê seu irmão cometer um pecado que não o conduza à morte, reze, e Deus lhe dará a vida; isto para aqueles que não pecam para a morte. Há pecado que é para morte; não digo que se reze por este.

17 Toda iniqüidade é pecado, mas há pecado que não leva à morte.

18 Sabemos que aquele que nasceu de Deus não peca; mas o que é gerado de Deus se acautela, e o Maligno não o toca.

19 Sabemos que somos de Deus, e que o mundo todo jaz sob o Maligno.

20 Sabemos que o Filho de Deus veio e nos deu entendimento para conhecermos o Verdadeiro. E estamos no Verdadeiro, nós que estamos em seu Filho Jesus Cristo. Este é o verdadeiro Deus e a vida eterna.

21 Filhinhos, guardai-vos dos ídolos!


Salmo 149

O Senhor ama seu povo de verdade.

Cantai ao Senhor Deus um canto novo
e o seu louvor na assembléia dos fiéis!
Alegre-se Israel em quem o fez,
e Sião se rejubile no seu rei!

Com danças glorifiquem o seu nome,
toquem harpa e tambor em sua honra!
Porque, de fato, o Senhor ama seu povo
e coroa com vitória os seus humildes.

Exultem os fiéis por sua glória
e, cantando, se levantem de seus leitos
com louvores do Senhor em sua boca.
Eis a glória para todos os seus santos.


Evangelho (João 2,1-11)

2 1 Três dias depois, celebravam-se bodas em Caná da Galiléia, e achava-se ali a mãe de Jesus.

2 Também foram convidados Jesus e os seus discípulos.

3 Como viesse a faltar vinho, a mãe de Jesus disse-lhe: “Eles já não têm vinho”.

4 Respondeu-lhe Jesus: “Mulher, isso compete a nós? Minha hora ainda não chegou”.

5 Disse, então, sua mãe aos serventes: “Fazei o que ele vos disser”.

6 Ora, achavam-se ali seis talhas de pedra para as purificações dos judeus, que continham cada qual duas ou três medidas.

7 Jesus ordena-lhes: “Enchei as talhas de água”. Eles encheram-nas até em cima.

8 “Tirai agora”, disse-lhes Jesus, e levai ao chefe dos serventes. E levaram.

9 Logo que o chefe dos serventes provou da água tornada vinho, não sabendo de onde era (se bem que o soubessem os serventes, pois tinham tirado a água), chamou o noivo
10 e disse-lhe: “É costume servir primeiro o vinho bom e, depois, quando os convidados já estão quase embriagados, servir o menos bom. Mas tu guardaste o vinho melhor até agora”.

11 Este foi o primeiro milagre de Jesus; realizou-o em Caná da Galiléia. Manifestou a sua glória, e os seus discípulos creram nele.


COMENTÁRIOS DO EVANGELHO

1. “O Vinho Novo”

(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Diácono José da Cruz – Diácono da Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP)

Os convidados das bodas de Canaã ficaram admirados com a qualidade e o sabor inigualável daquele vinho que serviram na última hora, quando muitos já estavam até embriagados. Os discípulos e os que serviam estavam de boca aberta, pois só eles sabiam que todo aquele vinho delicioso fora tirado de seis talhas de barro, cheias de água.Um prodígio promissor para Jesus iniciar seu ministério!

Em Israel muita gente andava descontente com a religião porque transformaram o Deus da Aliança, tão rico em bondade e misericórdia, em um legislador implacável, alguém frio que passava os dias observando atentamente quem ousava desrespeitar a lei de Moisés. As pessoas iam ao templo ou nas sinagogas com o coração pesado, por medo do que pudesse acontecer, se deixassem de observar alguma das mais de seiscentas leis e prescrições da religião. Existiam para os faltosos a possibilidade de se livrarem da culpa, cumprindo os rituais de purificação feitos com água, mas que também era complicado pois naquele tempo não se tinha a facilidade da água encanada como hoje.

Às vezes a prática da religião se torna um peso quase insuportável, as vezes ao receber um sacramento, ou ao término de alguma celebração, há quem dê um suspiro de alívio “Arre ! já cumpri minha obrigação e estou livre!” para curtir o domingão. Certa ocasião depois da celebração de crisma, um adolescente em frente a igreja dava pulos e esmurrava o ar festejando quando alguém perguntou; “ feliz com a crisma recebida?” . —Muito feliz — desabafou o jovem – pois agora não preciso mais vir à igreja e estou livre!

Para ir a uma festa, um dia antes já estamos na expectativa, já para ir à igreja, chegamos na última hora e ás vezes, se a celebração se alongar um pouco, saímos antes da bênção final pois só temos paciência para agüentar a missa por uma hora. Precisamos rever o que está errado, nossas liturgias não podem resumir-se ao “oba-oba” mas temos que lhe dar vivacidade para que as pessoas saiam convencidas da graça de Deus e cheias de coragem para dar testemunho.

Não vale a pena praticar esse tipo de religião meramente cultual! Nas bodas de Caná Jesus, ao transformar a água da purificação em vinho da melhor qualidade, acabou com essa “chatice religiosa” mas muitos ainda hoje insistem em beber desse vinho azedo de uma religião angustiante, que bota freios no ser humano e coloca em seus olhos uma “viseira” para somente enxergar na direção que aponta os dirigentes “iluminados” sendo terminantemente proibido olhar em outra direção.

A verdadeira religião supõe liberdade e uma alegria incontida pelo fato de se tomar conhecimento de que Deus, apaixonado pelo homem, manifestou o seu amor no seu filho Jesus, que ao chegar a sua hora, a hora de mostrar a que veio, em um gesto de loucura aos olhos de muitos, derramou até a última gota do seu sangue na cruz do calvário, para que nós pudéssemos ser felizes e ter uma vida nova como homens livres.

É este o pensamento que deve nortear a nossa relação com Deus no âmbito da Igreja, uma alegria de saber que ele nos ama tanto, que ele só quer o nosso bem em seu sentido mais pleno, um amor que nos ama sem exigir nada, sem cara feia, sem mau humor, sem palavras amargas e sem nenhuma censura – Deus é amor infinito, bondade eterna e misericórdia para sempre! É essa portanto, a novidade que Jesus traz ao mundo nas bodas de Caná, ele é na verdade o noivo apaixonado pela noiva que é a Igreja, assembléia de todos os que crêem. Uma noiva não muito bela e nem sempre fiel, que às vezes se deixa seduzir por outros “amantes”.

Entendida e aceita essa verdade, a Palavra de Deus celebrada e proclamada em nossas comunidades, é uma carta de amor que ouvimos com o coração aos pinotes, e a eucaristia se transforma em um jantar a luz de velas com Cristo Jesus, o amado de nossa vida , ao sabor do vinho novo da graça santificante que nos salva e liberta. Irradiar este amor a todos com o testemunho de vida é a única forma de transformar a sociedade e não adianta se buscar alternativas, pois somente assim a glória de Cristo será manifestada semeando a fé no coração dos descrentes!

2. A glória de Deus é o homem vivo

(O comentário do Evangelho abaixo é feito por José Raimundo Oliva – e disponibilizado no Portal Paulinas)

O Evangelho de João diferencia-se dos outros três evangelhos sinóticos particularmente por seu caráter mais evidentemente simbólico e teológico. Nesta narrativa de João, o que era a água da purificação ritual dos judeus, Jesus transforma no vinho da alegria, na partilha e na comunicação de um banquete em uma festa de núpcias. A imagem das núpcias é a expressão da feliz união de Deus com seu povo. É o resgate da humanidade em suas alegrias, em seus valores e em sua dignidade. “A glória de Deus é o homem vivo”, afirmava S. Irineu de Lião (fim do séc.II). Jesus manifesta esta glória e a nós cabe fazer acontecer esta glória de Deus no nosso dia a dia.

**3. O PRIMEIRO SINAL***

(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado no Portal Dom Total a cada mês).

O milagre em Caná da Galiléia foi um marco significativo no ministério de Jesus. Com ele, o Messias começava a dar cumprimento à missão recebida do Pai, em favor da humanidade.

A transformação da água em vinho simbolizou a chegada dos tempos messiânicos. O povo comparava a instauração do Reino de Deus com uma grande festa, caracterizada pela abundância de vinho. Em Jesus, o vinho novo do Reino estava sendo oferecido em abundância. E mais, oferecido gratuitamente, como prenunciava o profeta ao convidar o povo a beber vinho novo, sem pagar.

A qualidade superior do vinho era também um detalhe importante. O Reino instaurado por Jesus não seria uma reedição mal-feita dos esquemas antigos. Ele não pretendia ser um reformador da religião. Antes, sua proposta tinha sabor de novidade, por se fundar no querer do Pai, sem as intromissões humanas tão comuns na prática religiosa daquela época.

A água era usada para as abluções rituais dos participantes da festa. No Reino instaurado por Jesus, a purificação para a festa seria feita pela prática do amor, e não com água. Por conseguinte, uma purificação do mais íntimo do coração, onde se dá o encontro da pessoa com Deus.

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