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Hoje a Igreja celebra: São Medardo

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São Medardo

Sexta-feira, 08 de junho de 2012


O nome do santo recordado neste dia, significa: “audaz”.

De origem simples, pobre, agrícola, Medardo tinha a maior riqueza: a fé no amor de Deus. Ele foi crescendo na piedade e na generosidade, tanto que diante de um pobre viajante que, tendo sido roubado o seu cavalo, chorava copiosamente e por isso, o santo deu generosamente a ele seu próprio cavalo.

Medardo queria uma vida de consagração total. Seu pai que o conhecia e amava, foi quem mais o ajudou a perceber sua vocação ao sacerdócio ordenado. Com 33 anos ele tornou-se padre. Um homem apostólico, que preferia os pobres e mais sofridos.

O santo de hoje, depois de viver seu apostolado como sacerdote, foi escolhido para ser bispo e foi um grande pastor. Sua generosidade continuou sendo instrumento de evangelização para muitos. Nas palavras e nas obras. Faleceu em 560 tornando-se para nós um grande exemplo e intercessor.

São Medardo, rogai por nós!


Hoje:

Dia do Citricultor


Leituras

Leitura (2 Timóteo 3,10-17)
Leitura da segunda carta de são Paulo a Timóteo.

3 10 Tu, pelo contrário, te aplicaste a seguir-me de perto na minha doutrina, no meu modo de vida, nos meus planos, na minha fé, na minha paciência, na minha caridade, na minha constância,
11 nas minhas perseguições, nas provações que me sobrevieram em Antioquia, em Icônio, em Listra. Que perseguições tive que sofrer! E de todas me livrou o Senhor.

12 Pois todos os que quiserem viver piedosamente, em Jesus Cristo, terão de sofrer a perseguição.

13 Mas os homens perversos e impostores irão de mal a pior, sedutores e seduzidos.

14 Tu, porém, permanece firme naquilo que aprendeste e creste. Sabes de quem aprendeste.

15 E desde a infância conheces as Sagradas Escrituras e sabes que elas têm o condão de te proporcionar a sabedoria que conduz à salvação, pela fé em Jesus Cristo.

16 Toda a Escritura é inspirada por Deus, e útil para ensinar, para repreender, para corrigir e para formar na justiça.

17 Por ela, o homem de Deus se torna perfeito, capacitado para toda boa obra.


Salmo 118/119

Os que amam vossa lei têm grande paz!

Tantos são os que me afligem e perseguem,
mas eu nunca deixarei vossa aliança!

Vossa palavra é fundada na verdade,
os vossos justos julgamentos são eternos.

Os poderosos me perseguem sem motivo;
meu coração, porém, só teme a vossa lei.

Os que amam vossa lei têm grande paz,
e não há nada que os faça tropeçar.

Ó Senhor, de vós espero a salvação,
pois eu cumpro sem cessar vossos preceitos.

Serei fiel à vossa lei, vossa aliança;
os meus caminhos estão todos ante vós.


Evangelho (Marcos 12,35-37)

12 35 Continuava Jesus a ensinar no templo e propôs esta questão: “Como dizem os escribas que Cristo é o filho de Davi?

36 Pois o mesmo Davi diz, inspirado pelo Espírito Santo: ‘Disse o Senhor a meu Senhor: senta-te à minha direita, até que eu ponha os teus inimigos sob os teus pés’.

37 Ora, se o próprio Davi o chama Senhor, como então é ele seu filho?” E a grande multidão ouvia-o com satisfação.
– Palavra da Salvação.


COMENTÁRIOS DO EVANGELHO

1. “Um Jesus atrelado à História”

(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Diácono José da Cruz – Diácono da Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP)

Para os mestres da lei, o Messias está atrelado á história e embora seja anunciado como alguém excepcional, de grande poder e glória, está exatamente dentro de uma categoria humana e nesse caso, inferior a Davi ou no mínimo igual a ele em valentia e conquista na vida terrena., pois o Povo de Israel também tinha seus mitos e o Rei Davi era um deles. Justamente por tê-lo como referência mais importante, o maior de todos os reis, aquele que havia unificado o maior império que o Oriente já tinha visto, os demais mitos que fossem surgir na história, tinham que ter uma relação com ele para ter credibilidade, daí o Messias vindouro ser sempre apresentado como o Filho de Davi.

Nos escritos de Marcos, Jesus não quer fazer concorrência á Davi e nem menosprezar a sua importância e grandiosidade na historia de Israel, mas fica muito claro que a sua identidade enquanto Messias esperado, não se esgota nos acontecimentos da história, e nem pode ser compreendido apenas nessa linha da poderosa estirpe do Rei Davi. Ele é Deus e o seu Senhorio supera todo e qualquer empreendimento ou conquista humana. Jesus ao ensinar no templo, lembra a seus ouvintes que o próprio Davi chamou-o de “Meu Senhor”. Escrevendo sobre isso aos Efésios, o apóstolo Paulo afirmou que “O Pai o assentara à sua direita nos lugares celestiais, muito acima de todo governo, e autoridade, e poder, e senhorio, e todo nome dado, não só neste sistema de coisas, mas também no que há de vir’. (Efésios 1:20, 21).

O homem de nossos tempos quer compreender Jesus não como Senhor Absoluto, mas como alguém atrelado á história, famoso, admirável, grandioso e poderoso, mas que apenas está entre as maiores personalidades do mundo e da história e assim, não se submetem a Ele, não aceitam como Deus e Senhor, e embora todos admirem seus ensinamentos contidos nos evangelhos, estes têm pouca ou nenhuma influência sobre o que se pensa e o que faz nesta pós-modernidade onde cada homem quer ser o Deus de si mesmo.

Como então não ser influenciado por este pensamento nefasto que venera o Antropocentrismo? Nós cristãos não estamos em uma redoma de vidro, protegidos de tais pensamentos e costumes…

A resposta sem sombra de dúvida está na primeira leitura da liturgia de hoje onde em sua carta pastoral direcionada a Timóteo, o apóstolo exorta com toda firmeza e convicção “Permanece firma naquilo que aprendeste e aceitastes como Verdade; Tu sabes de quem o aprendestes…”

2. Identidade de Jesus

(O comentário do Evangelho abaixo é feito por José Raimundo Oliva – e disponibilizado no Portal Paulinas)

Ao chegar a Jerusalém, Jesus foi aclamado pelo povo como “filho de Davi” (Mt 21,9). Agora, ensinando no Templo, refere-se à doutrina dos escribas em relação ao Messias. Trata-se da questão fundamental para a correta compreensão da sua missão.

Conforme a tradição do judaísmo, aguardava-se a vinda de um ungido (“messias”, do hebraico; “cristo”, do grego) à semelhança do antigo rei Davi, chamado por “filho de Davi”. Seria um líder nacionalista que elevaria Israel à glória e ao poder sobre todas as nações, no estilo de um império que a tradição atribuía ao rei Davi. Tratava-se de uma sólida ideologia nacionalista com raízes na antiga corte real, cultivada pela casta sacerdotal pós-exílica e, por esta, disseminada entre o povo. Jesus remove esta compreensão a partir do texto de um salmo atribuído a Davi (Sl 110,1). Deus e seu ungido são chamados de “senhor” pelo salmista. Assim este ungido, com o qual é identificado Jesus, é senhor e não filho de Davi.

A imagem de Jesus como messias glorioso e poderoso ressuscitado foi incorporada na tradição cristã, favorecendo o estilo de Igreja imperial. Toda a vida de Jesus foi a revelação da dignidade da humanidade, na sua condição de fragilidade, humildade e simplicidade, assumida na participação da própria vida divina pelos laços do amor e da fraternidade.

3. QUESTIONANDO UMA CRENÇA

(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado no Portal Dom Total a cada mês).

A crença de que o Messias descenderia de Davi vinha de longa data. No início da monarquia, Deus prometera suscitar para Davi um descendente que o sucedesse no trono, de maneira a consolidar a realeza. A relação entre Deus e o monarca seria como a de pai e filho: “Eu serei para ele um pai, e ele será meu filho”. O Senhor comprometia-se a garantir a estabilidade do trono real de Israel, a fim de que subsistisse para sempre.

O fim da monarquia deu lugar à crença de que, no final do tempos, Deus haveria de suscitar um descendente de Davi, para restaurar Israel. Esta esperança messiânica era muito viva no tempo de Jesus. Aliás, ele mesmo foi identificado como filho de Davi.

Contudo, Jesus olhava com reservas para esta antiga tradição, e a questionou servindo-se da citação de um salmo. Considerado do rei Davi, este salmo refere-se a alguém superior a seu autor: “Disse o Senhor ao meu Senhor”. O Messias não seria um descendente de Davi, mas seu Senhor. Por conseguinte, deveria ser procurado fora da descendência davídica. Fixar-se na continuidade dinástica, ao longo dos tempos, poderia levar a identificações enganosas.

Relativizado o critério davídico, Jesus sugere aos ouvintes perguntar-se por uma outra identidade do Messias. Não seria ele o Filho de Deus?

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