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Hoje a Igreja celebra: São Narciso

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São Narciso

Segunda-feira, 29 de outubro de 2012


O santo de hoje, São Narciso, foi Bispo de Jerusalém e, quando se deu tal fato, devia ter quase cem anos de idade. Narciso não era judeu e teria nascido no ano 96. Homem austero, penitente, humilde, simples e puro, sabe-se que presidiu com Teófilo de Cesareia a um concílio onde foi aprovada a determinação de se celebrar sempre a Páscoa num Domingo.

Eusébio narra que em certo dia de festa, em que faltou o óleo necessário para as unções litúrgicas, Narciso mandou vir água de um poço vizinho, e com sua bênção a transformou em óleo. Conta também as circunstâncias que levaram Narciso a demitir-se das suas funções.

Para se justificarem de um crime, três homens acusaram o Bispo Narciso de certo ato infame. “Que me queimem vivo – disse o primeiro – se eu minto”. “E a mim, que me devore a lepra”, disse o segundo. “E que eu fique cego”, acrescentou o terceiro. O desgosto de ser assim caluniado despertou em Narciso o seu antigo desejo pelo recolhimento e, por isso, sem dizer para onde ia, perdoou os caluniadores e saiu de Jerusalém em direção ao deserto. Considerando-o definitivamente desaparecido, deram-lhe por sucessor a Dio, ao qual por sua vez sucederam Germânio e Górdio. Todavia, os três caluniadores não tardaram a sofrer os castigos que em má hora tinham invocado, pois o primeiro pereceu num incêndio com todos os seus, o segundo morreu de lepra e o terceiro cegou à força de tanto chorar o seu pecado.

Alguns anos depois, Narciso reapareceu na cidade episcopal. Nunca tinha sido posta em dúvida a santidade do seu procedimento.; por isso, foi com imensa alegria que Jerusalém recebeu seu antigo pastor. Segundo diz Eusébio, continuou Narciso a governar a diocese até a idade de 119 anos, auxiliado por um coadjutor chamado Alexandre. Faleceu cerca do ano de 212.

São Narciso, rogai por nós!


Hoje:

Dia Nacional do Livro


Leituras

Leitura (Efésios 4,32-5,8)
Leitura da carta de são Paulo aos Efésios.

4 32 Antes, sede uns com os outros bondosos e compassivos. Perdoai-vos uns aos outros, como também Deus vos perdoou, em Cristo.
1 Sede, pois, imitadores de Deus, como filhos muito amados.
2 Progredi na caridade, segundo o exemplo de Cristo, que nos amou e por nós se entregou a Deus como oferenda e sacrifício de agradável odor.
3 Quanto à fornicação, à impureza, sob qualquer forma, ou à avareza, que disto nem se faça menção entre vós, como convém a santos.
4 Nada de obscenidades, de conversas tolas ou levianas, porque tais coisas não convêm; em vez disto, ações de graças.
5 Porque sabei-o bem: nenhum dissoluto, ou impuro, ou avarento – verdadeiros idólatras! – terá herança no Reino de Cristo e de Deus.
6 E ninguém vos seduza com vãos discursos. Estes são os pecados que atraem a ira de Deus sobre os rebeldes.
7 Não vos comprometais com eles.
8 Outrora éreis trevas, mas agora sois luz no Senhor: comportai-vos como verdadeiras luzes.


Salmo 1

Sejamos, pois, imitadores do Senhor,
como convém aos amados filhos seus.

Feliz é todo aquele que não anda
conforme os conselhos dos perversos;
que não entra no caminho dos malvados
nem junto aos zombadores vai sentar-se;
mas encontra seu prazer na lei de Deus
e a medita, dia e noite, sem cessar.

Eis que ele é semelhante a uma árvore
que à beira da torrente está plantada;
ela sempre dá seus frutos a seu tempo,
e jamais as suas folhas vão murchar.
Eis que tudo o que ele faz vai prosperar.

Mas bem outra é a sorte dos perversos.
Ao contrário, são iguais à palha seca
espalhada e dispersada pelo vento.
Pois Deus vigia o caminho dos eleitos,
mas a estrada dos malvados leva à morte.


Evangelho (Lucas 13,10-17)

Naquele tempo, 13 10 Estava Jesus ensinando na sinagoga em um sábado.
11 Havia ali uma mulher que, havia dezoito anos, era possessa de um espírito que a detinha doente: andava curvada e não podia absolutamente erguer-se.
12 Ao vê-la, Jesus a chamou e disse-lhe: “Estás livre da tua doença”.
13 Impôs-lhe as mãos e no mesmo instante ela se endireitou, glorificando a Deus.
14 Mas o chefe da sinagoga, indignado de ver que Jesus curava no sábado, disse ao povo: “São seis os dias em que se deve trabalhar; vinde, pois, nestes dias para vos curar, mas não em dia de sábado”.
15 “Hipócritas!”, disse-lhes o Senhor. “Não desamarra cada um de vós no sábado o seu boi ou o seu jumento da manjedoura, para os levar a beber?
16 Esta filha de Abraão, que Satanás paralisava há dezoito anos, não devia ser livre desta prisão, em dia de sábado?”
17 Ao proferir estas palavras, todos os seus adversários se encheram de confusão, ao passo que todo o povo, à vista de todos os milagres que ele realizava, se entusiasmava.


COMENTÁRIOS DO EVANGELHO

1. A Mulher que andava curvada

(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Diácono José da Cruz – Diácono da Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP)

Jesus encanta e desconcerta, a instituição e o povão têm reações diferentes, e iremos conduzir a reflexão nesse sentido, transportando-a para os dias de hoje)

__Heim moço, você que estava lá na sinagoga naquele sábado que Jesus curou essa mulher, mate a minha curiosidade, você que a viu de perto, é verdade que ela andava curvada que nem bicho? Que doença terrível era essa que não deixava a pessoa andar com a cabeça erguida?

__ É verdade sim, ela tinha como que um peso terrível nas costas, que a prostrava a andar quase de quatro, e não era só ela não, era uma doença comum naquele tempo, muitos na comunidade andavam daquele jeito…

___Credo, mas há 18 anos andando assim?

___Dezoito anos significava que essa pessoa tinha maioridade, mas não tinha autonomia para ver, pensar e agir, pois ela só via, pensava e agia como a Instituição determinava, era proibido a um Filho ou Filha de Abraão fazer diferente. E vocês aí da Pós Modernidade, já conseguiram curar essa doença?

___Ché moço, por aqui a maioria anda arcado, quando não é pela própria religião, que oprime, massifica e explora, é a ideologia própria do nosso tempo, consumismo, Neo- Liberalismo, ateísmo, relativismo e vai por aí…

___Então, se vocês são a Igreja de Jesus Cristo, têm que curar o pessoal que anda arcado, Jesus de Nazaré, aqui no nosso tempo, não andava curvado e não queria que ninguém andasse. Falava o que tinha de ser falado, pensava livremente e agia assim também, bem que tentaram “enlatá-lo”. Para que ele se submetesse à instituição, mas não teve jeito…

___Começo a entender o tamanho da encrenca que ele arrumou por aí… Os Donos da Verdade Religiosa que haviam se apossado da Revelação Divina, sentiram-se ameaçados com a presença de Jesus na comunidade…

___Isso mesmo! Jesus curou a mulher no dia de sábado, tirou o terrível peso da costa dela e a partir daí ela se libertou e passou a andar de cabeça erguida, bem ereta, tornando-se seguidora de Jesus. Os Coordenadores da Comunidade espumaram de raiva, e tentaram disfarçar a raiva, a inveja e o ciúme, defendendo a instituição, como se Jesus fosse inimigo dela, porque libertou a pobre mulher em dia de sábado… Cambada de safado e mentiroso!

___E o povão, como reagiu?

___Ah moço, dava gosto de ver a alegria e o entusiasmo que tomou conta do povo, para desespero dos Poderosos da comunidade, o povo logo percebeu algo novo que Jesus havia trazido , e não se deixava mais enganar pela lábia dos que se diziam Doutores e Donos da Verdade, Jesus ensinava o povo a ser livre, a pensar e agir de acordo com o coração e a consciência, e não mais com a Lei….O Senhor entendeu, moço, esse ensinamento?

___Claro que entendi, minha tia leu esse evangelho e está querendo ir á igreja para ser curada de um Bico de Papagaio e Hérnia de disco, depois dessa entrevista, vou ter de explicar a ela que Jesus é capaz de bem mais do que isso, aliás, é o que ele quer de verdade, uma cura total, que faça a gente levantar a cabeça, pensar, agir e fazer a nossa própria história, sempre com Ele, Nele e por Ele, na construção do Reino Novo!

2. Ação libertadora de Jesus

(O comentário do Evangelho abaixo é feito por José Raimundo Oliva – e disponibilizado no Portal Paulinas)

Lucas inicia sua narrativa destacando que Jesus “estava ensinando”. A narrativa exprime como Jesus acompanhava seu ensino libertador com gestos concretos, coerentes e eficazes. A mulher encurvada que não consegue olhar para o alto representa o povo subjugado pela ideologia religiosa da Lei, imposta pelo Templo e pela sinagoga, a qual tinha como uma das principais observâncias o repouso sabático. Libertada da Lei que a oprime, a mulher readquire sua estatura normal e sua dignidade, humanizada pela prática de Jesus, passando a louvar a Deus.

O mundo de hoje é o espaço onde os discípulos, revelando o amor vivificante de Deus, são chamados a renovar a ação libertadora de Jesus.

Oração
Pai, que eu saiba dar ao amor ao próximo a devida primazia, não submetendo este mandamento a preceitos secundários que me impedem de descobrir a tua verdadeira vontade.

3. LIVRE DA OPRESSÃO
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado no Portal Dom Total a cada mês).

A mulher doente, que Jesus encontrou numa sinagoga, em dia de sábado, era a imagem viva do ser humano oprimido. Ela vivia encurvada, sem poder erguer-se.

Toda doença, na mentalidade da época, era entendida como resultado da ação do Demônio sobre o ser humano. Portanto, a doença crônica desta mulher era interpretada como um enorme fardo imposto sobre ela por forças demoníacas.

A dupla opressão dessa criatura – mulher e doente – tocou a sensibilidade de Jesus, que tomou a iniciativa de curá-la, ou seja, libertá-la do poder do Demônio. Sem precisar ser solicitado, Jesus a resgatou das garras de Satanás, assumiu suas dores e se pôs a seu lado, na luta contra o inimigo da natureza humana

A reação espontânea da mulher mostrou como tinha entendido perfeitamente o que lhe acontecera. Dando glória a Deus pelo benefício recebido, ela reconheceu que o próprio Deus havia agido nela, por meio de Jesus. Por conseguinte, este era o Messias esperado, portador da salvação prometida. Finalmente, o ser humano via-se livre do poder do Mal.

A cura realizada por Jesus irritou o chefe da sinagoga. Esse valorizava tanto o repouso sabático a ponto de imaginar que, quem já sofria, há dezoito anos, de uma doença, podia esperar um pouco mais para ser curada. Bem outro foi o pensamento de Jesus!

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