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Dia do irmão! Quem criou este dia?

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05/09/2018 12h34

Dia do irmão! Quem criou este dia?

Por: Rádio 9 De Julho

Se ninguém sabe, fique sabendo agora, dia 05 de setembro é Dia do irmão! E sabem quem criou este dia? A Igreja católica. Isso mesmo. A minha Igreja e a Igreja de tantos irmãos por este mundo afora. E não poderia ser um dia melhor do que este para se celebrar a fraternidade, o sentimento de amor que deve unir os irmãos. É que foi neste dia que faleceu a Madre Tereza de Calcutá, em 1997.

É claro que os primeiros irmãos a serem considerados são os irmãos de sangue. Filhos e filhas dos mesmos pais, correm em suas veias o mesmo sangue e em seus corações tem que se fazer presente o mesmo sentimento de amor. Como é bonito os irmãos que vivem em harmonia em família. Como é bonito ver que na família as dores de um irmão são as dores de todos. Como é bonito ver uma família reunida, seja ela pequena ou grande, os irmãos partilhando a vida, o pão, o amor, o reconhecimento pelo amor recebido dos pais.

Eu conheço irmãos que dividem o seu tempo para cuidar dos pais idosos, que fraternalmente dividem a responsabilidade de cuidar de quem lhes deu a vida. Isso é lindo. Eu sei de casos de irmãos que se cotizaram para ajudar a irmã casada cujo marido ganha pouco. Um desses casos, me comoveu. Os irmãos desistiram da casinha onde moravam seus pais e doaram para aquela irmã mais humilde. Eu sei de casos em que o irmão com deficiência é cercado de carinho pelos demais irmãos e aquele irmão se tornou uma referência afetiva para toda a família. Eu sei de casos de irmãos que vieram para São Paulo em busca de uma vida melhor. Conseguiram seu sonho e abriram suas portas aos irmãos que vieram mais tarde. Eu dei de casos de irmãos que doaram um rim para salvar o outro. E vai por aí afora. Fizeram alguma coisa de mais? Não. Apenas descobriram que o amor recebido dos pais e o amor vivido em família não foi esquecido.

Por outro lado, é muito triste ver irmãos divididos por conta de brigas, de intrigas, de partilha de bens. Um pedaço de terra, uma casa boa ou mão, não podem valor mais do que o santo orgulho de se pertencer a uma família e de ter irmãos de várias idades, trocando gestos de carinho, de amor fraterno, de solidariedade. Gente do céu, eu tenho visto e assistido casos dolorosos de briga entre irmãos. Eu sei de irmãos que por mais trabalho ou mais sorte, ficaram ricos e desprezam os demais irmãos e se mantém longe deles, muitas vezes taxando-os de vagabundos. Eu sei de irmãos que apagam de sua vida e de sua memória irmãos feridos pela doença do alcoolismo ou das drogas. Entre os moradores de rua da cidade de São Paulo não faltam pessoas sozinhas, dormindo de qualquer jeito, puxando um carrinho de papelão, tendo como único amigo, um cão com quem elas se abraçam nas noites de frio e dividem os alimentos que ganham ou os restos de alimentos que encontram no lixo. Eu sei de irmãos que jogam a responsabilidade de cuidar dos pais idosos, a uma irmã solteira, e não ligam, não telefonam, não oferecem ajuda. Pior: Eu sei de casos em que irmãos visitam o pai ou a mãe doente em horários diferentes para não se encontrarem.

Mas o conceito de irmão é mais intenso ainda, quando o amigo se torna irmão. E eu tive três amigos assim. Eram tão amigos meus que chamávamos a mãe de cada um, mãe de todos, e os irmãos de cada um dos irmãos de todos. A sabedoria bíblica nos garante que quem tem um amigo tem um tesouro. Roberto e Erasmo Carlos definiu numa bonita canção este sentimento fraterno entre amigos: “Você, meu amigo de fé, meu irmão camarada. E todos nós sabemos que esta fraternidade existe. Certa vez eu viajava do Carmo para São Paulo e liguei o rádio numa emissora de Machado. E um velho padre dizia ao microfone sobre a beleza e a sabedoria de escolher bons amigos. O verdadeiro amigo, dizia ele, é compreensivo e exigente. Compreensivo para entender nossos erros. Exigente para que os corrijamos. E nós não podemos banalizar de modo algum a palavra “amigo”. Aquele velho padre dizia que é uma injustiça terrível chamar de amigo a quem me levar para o erro, para as drogas, para os vícios. Que bom ter amigos. O amigo verdadeiro, podemos dizer isso sem medo de errar, é um irmão que a gente escolhe.

Mas há um outro sentido mais lindo ainda para a Palavra “irmão”. É quando esta palavra designa aquele que sofre, que está caído à beira do caminho, que passa fome, sede, que está doente sem recursos, que perdeu tudo o que tinha num desastre natural, que tem o corpo e alma machucados pela desgraça do egoísmo e do desamor. E aqui entra a razão maior de hoje ser o Dia do Irmão. Quando Jesus nos ensinou o Pai nosso, ele começou a lembrar que temos o pai comum, autor da vida, que nos criou à sua imagem e semelhança. Por isso na oração de Jesus o Pai é nosso, não é só meu. Diante desse Pai, somos todos irmãos. E os santos entenderam isso. E entendeu muito bem esta verdade a Madre Tereza de Calcutá. Ela fez-se irmão dos pobres miseráveis da Índia e de todo o mundo. Não mediu esforços para curar feridas, para alimentar, para fazer com que os marginalizados se descobrissem como filhos de Deus.

Eu poderia me estender por várias horas falando do irmão. Fiquemos por aqui. Fiquemos aqui com um pedido a Deus: Que Deus não permita que o sentimento de fraternidade desapareça de nossas famílias. Que tenhamos a sabedoria de colocar o amor fraterno acima dos interesses financeiros e de herança. Que os irmãos sejam irmãos para toda a vida e não pelo tempo da infância e da juventude e depois se esquecem. Que o Senhor coloque em nossas vidas muitos amigos. Que a quantidade de amigos irmãos aumente, porque quanto mais a amizade é cultivada, mais o mundo se humaniza. E que tenhamos olhos para quem sofre. Que não mudemos de calçada movidos pelo desprezo ou pelo nojo de um irmão maltrapilho. Que tenhamos o coração de Madre Tereza para perceber que somos todos filhos do mesmo Pai que está nos céus.

E uma sugestão aos meus amigos. Que tal pegar o telefone e ligar para a irmã, para o irmão e cumprimenta-lo? Se ele ficar surpreso, apenas diga: Gosto de ser seu irmão. Gosto de ser sua irmã. Hoje é o Dia do Irmão. Deus abençoe nossa família. Deus abençoe a todos. Temos todos uma missão incrível e difícil: Tornar nosso mundo melhor, mais amoroso, mais fraterno.

**Conêgo Antonio Aparecido Pereira – (Pe Cido) **

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