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Catedral de Dourados, retrato da fé de um povo

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Catedral de Dourados, retrato da fé de um povo

Assim como aconteceu com boa parte do que constitui o atual território do Estado do Mato Grosso do Sul, também a região onde se localiza hoje a cidade de Dourados começou a ser povoada após a Guerra do Paraguai (1864/1870). Dentre os nomes com que foi conhecida de 1900 a 1913, quando assumiu a denominação atual, aparecem “São João Batista de Dourados” e “Patrimônio das Três Padroeiras” – esta última por abrigar, em seu “perímetro urbano”, três cruzeiros de madeira, dedicados, respectivamente, à Imaculada Conceição, a Santa Rita e a Santa Catarina.

Podem parecer simples e corriqueiros, mas são sinais que demonstram a religiosidade que permeava seus povoadores. A primeira igreja foi construída em 1925. Iniciada no mês de junho, graças à dinamicidade da “Comissão pró-construção da Capela”, formada por nove lideranças da cidade, e à perícia do pedreiro Alfredo Oliveira de Abreu, foi concluída em seis meses, e aberta ao público no dia 8 de dezembro, quando acolheu a imagem de Nossa Senhora da Conceição, após ser levada em procissão pelas vielas do povoado. Contudo, a bênção e a inauguração oficial aconteceram a 6 de junho de 1926, quando passou por Dourados o Pe. João Giardelli, missionário salesiano.

Por sua vez, a paróquia foi criada no dia 3 de outubro de 1935, um mês e meio antes de Dourados se tornar município. Contudo, os Franciscanos que a atendiam, o faziam desde Campo Grande ou Rio Brilhante, onde residiam. Ao se estabelecer em Dourados, no dia 18 de outubro de 1940, uma das primeiras preocupações do pároco, Frei Higino Latteck, foi ampliar a capela e dotá-la de uma sacristia e de um novo piso – reforma que foi terminada a 25 de maio de 1941.

Graças à intensa atividade pastoral desenvolvida por eles, a capela se demonstrou logo insuficiente para abrigar os fiéis que passavam a despertar para a fé. Por isso, no dia 12 de março de 1944, foi lançada a pedra fundamental de uma nova igreja matriz. Apesar de pequena, ela suscitou o entusiasmo e a união da população católica, que há anos se sentia em desvantagem (não apenas numérica!) ante a influência despertada pela Igreja Presbiteriana. Foi inaugurada a 31 de dezembro daquele ano, mas o piso e o forro só foram colocados em 1953.

Com a criação da diocese de Dourados, a 15 de junho de 1957, começou-se a pensar numa igreja digna do passo que fora dado. No dia 8 de dezembro de 1958, Dom José de Aquino Pereira, primeiro bispo diocesano, abençoou a pedra fundamental. A 3 de outubro de 1960 – quando se celebrou o Jubileu de Prata da criação da paróquia –, foi celebrada a primeira missa na nova igreja, ainda incompleta. No dia 8 de dezembro, festa da padroeira, teve lugar a sua solene inauguração. A fachada de duas torres é a que permanece até os dias de hoje. Os três sinos – batizados com os nomes de Cristo Rei, Virgem Imaculada e São Francisco – foram trazidos da Alemanha por Frei Teodardo Leitz, em 1962.

Em 1988, Dom Teodardo Leitz, terceiro bispo diocesano, pensou que, ao invés de construir uma nova catedral – em outro local, e dedicada ao Sagrado Coração de Jesus, como determinava o decreto de criação da Diocese, assinado pelo Papa Pio XII –, seria mais fácil e prático reformar e ampliar o templo existente. Foi o que fez, e, no dia 11 de fevereiro de 1990, na presença de Dom Carlos Furno, Núncio Apostólico, foi inaugurada aquela que passou a ser, a partir de então, oficialmente, a catedral da Diocese de Dourados.

Outra importante reforma foi levada adiante dez anos depois, por ocasião do Ano Santo de 2000, durante o governo pastoral de Dom Alberto Först. Nesta ocasião, o templo foi enriquecido com um mosaico reconhecido como dos maiores e mais ricos do Brasil.

Em seu conjunto, as duas reformas dobraram as dimensões originais da igreja de 1960, e sua capacidade de acolhida passou de 400 para 850 pessoas.

Por fim, em 2014, graves problemas estruturais obrigaram a pensar numa nova e profunda reforma que, levada adiante por uma das empresas mais conceituadas do país em assuntos de arquitetura religiosa, acabou por transformar a catedral numa autêntica obra de arte, fruto da fé, da união e da generosidade de um povo que, ao renovar o seu “templo-mor”, também cresce como “Igreja-família” amada de Deus.
Em 2007, durante o Jubileu de Ouro da Diocese, foram inseridas imagens nos seis nichos dispostos na fachada da catedral. No alto, duas imagens da Virgem Maria: Nossa Senhora da Conceição, padroeira da cidade, e Nossa Senhora de Guadalupe, patrona dos povos indígenas. Logo abaixo, dois santos muito queridos à devoção popular: São Benedito e Santo Antônio. Por fim, na base do triângulo, São Pedro, demonstrando a unidade da Igreja de Dourados com a Igreja de Roma; e São Francisco de Assis, incentivando-nos ao cuidado com os irmãos e o meio-ambiente.

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