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A educação é dever de todos

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09/06/2017 07h38

A educação é dever de todos

Artigo : Pe. Crispim Guimarães

O livro “Enquanto o sono não vem”, de autoria de José Mauro Brant, em um de seus contos fala sobre, “A triste história de Eredegalda”, onde o pai, rei, sugere a ideia de se casar com uma de suas filhas, que acaba morrendo no fim da história, de fato é uma triste história. Por incrível que pareça o livro faz parte do pacote literário do Pacto Nacional pela Alfabetização na Idade Certa (PNAIC), mas segundo o Ministério da Educação, MEC, o processo de seleção e avaliação, realizado e publicado em 2014, está sendo revisto. Creia ou não, avaliação positiva da Obra veio da Universidade Federal de Minas Gerais, UFMG, justificando que a polêmica se deu porque “trata-se de um julgamento indevido construído por leitura equivocada”.

Não foi o que se verificou por boa parte de professores e outros agentes sociais que leram a Obra; no Espírito Santo, por exemplo, a reclamação se generalizou. O conto em questão, “A triste história de Eredegalda”, indicado para crianças de 6 a 8 anos, fala de uma filha, a mais bonita de um reino que é pedida em casamento pelo pai. “Um dia seu pai lhe disse: se quiseres casar comigo, serás minha esposa e tua mãe será nossa criada”. No poema, a filha se recusa a casar com o pai e é castigada, ficando trancada numa torre, só podendo comer carne salgada, sem beber um copo d`àgua. Depois de tanto sofrimento a menina acaba aceitando se casar com o pai, a criança morre antes do fato se consumar. Aqui o mal vence o bem, é a terrível anticultura em que o feio ganha espaço no lugar do bonito, e o bonito, isto é, o bem (moral), torna-se feio.

Segundo a editora, o livro vem sendo comprado pelo governo desde 2003 e nunca teve problemas anteriores, isto é, desde de 2003, enquanto alguns trabalham para combater os males contra a criança e o adolescente, tem gente do mundo da educação imprimindo apologias ao crime a ser praticado dentro das próprias famílias.

É estarrecedor que escolas brasileiras promovam uma coisa dessas, um pai casar com a filha, quando se fala tanto em abusos de crianças. Ah!, mas é conto de fadas! Esta ideia não cola, estamos falando de uma tentativa de naturalização do incesto e da aprovação do abuso de menores, disfarçado de direitos e de cultura.

É hora dos conselhos tutelares e depois órgãos de proteção à Infância e Adolescência agir com veemência, estamos diante de um crime frente ao ECA, fazendo uma lavagem psicológica com alguma finalidade, porque aqui não existe inocência. No fundo está se dizendo às crianças que o relacionamento amoroso entre um pai e uma filha, no caso, é algo normal, e que deve ser ensinado pela escola. “É universo simbólico, aonde se dá voz a vítima”, será que é assim que as crianças compreenderão?

Por isso, não se pode privar os pais dos conteúdos a serem aplicados nas escolas, o Estado não é dono do cidadão, ao contrário, são os cidadãos que constituem o Estado, caso contrário, estabelece-se uma ditadura “cultural”. Este e outros conteúdos precisam ser melhor e amplamente avaliados. Veiculado na “Voz do Brasil” do dia sete de junho, o assunto já foi parar no Congresso Nacional. Que ele seja discutido e repensado, para que as crianças deste país não sofram mais violências.

Pe. Crispim Guimarães

Pároco da Catedral de Dourados

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