A Família e os desafios contemporâneos
Atualmente existem muitas configurações familiares, nas últimas décadas este conceito foi por demais ampliado, passando da ideia de família constituída por casais heterossexuais e sua prole, para famílias mescladas, reconstituídas, ampliadas, homoafetivas, recasadas. Desta forma, verifica-se que a sua concepção hoje pode ser pensada sob os mais variados aspectos, mas todas como unidade doméstica que assegura as condições necessárias à sobrevivência, uma instituição natural ou de cunho religioso, grupos de afinidades, laços parentais.
Como pensar as funções parentais hoje, na nova realidade familiar, onde em muitos lares o masculino ocupa o lugar, outrora do feminino, como por exemplo, cuidar dos filhos? Além disso, como pensar as famílias dos casais homossexuais, uma realidade que despontou nas últimas duas décadas e vai se afirmando cada vez mais? Pode-se identificar as nomenclaturas das famílias hodiernas como: família Nuclear simples, Nuclear extensa, Família Nuclear Reconstituída, Família Nuclear com Crianças Agregadas, Monoparental Feminina Simples, Monoparental Masculina (simples ou extensa), Monoparental Feminina (extensa ou simples), Família Convivente, Família de Genitores Ausentes, Família Homoafetiva, uma realidade civil totalmente nova. Como pensar a identidade da família católica dentro deste emaranhado de visões?
O Papa Francisco percebendo tal realidade, na sua primeira Exortação Apostólica, diz que “a família atravessa uma crise cultural profunda, como todas as comunidades e vínculos sociais. No caso da família, a fragilidade dos vínculos reveste-se de especial gravidade, porque se trata da célula básica da sociedade, o espaço onde se aprende a conviver na diferença e a pertencer aos outros e onde os pais transmitem a fé aos seus filhos. O matrimônio tende a ser visto como mera forma de gratificação afetiva, que se pode constituir de qualquer maneira e modificar-se de acordo com a sensibilidade de cada um. Mas a contribuição indispensável do matrimônio à sociedade supera o nível da afetividade e o das necessidades ocasionais do casal. Como ensinam os Bispos franceses, não provém do sentimento amoroso, efêmero por definição, mas da profundidade do compromisso assumido pelos esposos que aceitam entrar numa união de vida total”.
A Igreja não pode se furtar do dever de promover a família, aquela que provê e ao mesmo tempo promove os valores do evangelho. Se existem várias percepções familiares neste início de milênio, cabe também à Igreja contribuir com a sua moldura familiar, ela é um jeito eficaz de existir, é promotora de uma sociedade permeada de valores que facilitam o bem-estar social, contribuindo na construção de uma coletividade mais justa e cidadã.
A Diocese de Dourados deseja contribuir neste processo dialógico, por isso, dia 21 de setembro, no Colégio Imaculada, realizar-se-á mais uma Jornada Diocesana da Família. As atividades terão início a partir das 7h30, com a acolhida dos participantes, durante todo o dia muitos testemunhos, música, e Palestras com o Professor Felipe Aquino, da Comunidade Canção Nova, uma referência nacional no trabalho com casais. Às 16h encerramento com a celebração da Eucaristia, presidida pelo Bispo Diocesano, Dom Redovino Rizzardo. Para participar, procure a Secretaria da Catedral e faça sua inscrição, adquirindo sua camiseta.
Na ocasião o senhor Vilson Buzzio receberá os ministérios de Acólito e Leitor, pressupostos para Sacramento da Ordem (no seu caso), no Grau do Diaconato, uma ocasião para que os homens casados, quem sabe, despertem a vocação para o Diaconato Permanente.
Será um dia de graça para todos que se dispuserem a passar um domingo diferente, na companhia de namorados, noivos casais de primeira e segunda união, viúvos (as), solteiros, religiosos (as), padres e bispo. Participe, não fique de fora!!!
Pe. Crispim Guimarães
Pároco da Catedral de Dourados
