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As novelas e a vida

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As novelas e a vida

Muitas vezes os autores de novelas são acusados de influenciar negativamente a população brasileira, com cenas descompromissadas com a ética, com a família, etc., por sua vez, os mesmos se desculpam dizendo que as novelas somente refletem a vida real.

Para refletir a realidade, pensando como cristão, as novelas teriam a obrigação de passar nas suas cenas, casais que mantém o matrimônio “até que a morte os separe”, algo inimaginável na teledramaturgia brasileira, teriam que passar as obras de caridade mantidas pelos cristãos e não somente a desestruturação, a incredulidade, a violência e o mundo do consumo.

Nas redes sociais alguns comentários são inteligentes, fruto da reflexão dos internautas “antenados” com a ética e os conteúdos veiculados, por isso, alguém observou que na Novela Salve Jorge, a personagem Aisha, uma menina estudiosa, inteligente, comprada por uma família rica; depois de ser dada como morta na maternidade, quando adulta descobre sua família biológica, a qual a decepciona, pois reside no Morro do Alemão, favela perigosa da capital fluminense. A contradição, observada pelo internauta, ocorreu quando a mesma personagem não manifestou indignação ao descobriu que sua suposta mãe (Wanda) estava na cadeia, sabendo que era uma pessoa perigosa e que usava nomes falsos, pagou sua fiança, deu-lhe dinheiro, ficando muito feliz por ajudar a falsa progenitora. Ora, ter vergonha da favela e da pobreza, da mãe humilde, é normal para os teledramaturgos, porém do mau caráter da suposta mãe bandida, não.

Não é personagem de novela, mas o caso do Pe. Beto, da diocese de Bauru, SP, explorado abundantemente pela mídia, já virou uma novela muito semelhante a ficção, mas a realidade nua e crua não é contada. O referido padre defendeu nas suas homílias que o marido poderia ter relações com homens e mulheres e que a esposa poderia ter igualmente relações com mulheres e homens, se ambos concordassem não poderia ser considerada traição, para não relatar outros absurdos. A Igreja Católica tem uma doutrina e ninguém é obrigado a ser católico, mas se o for, precisa observar seus preceitos – como em qualquer instituição, mas impressiona o fato de dizerem que o padre está certo e a Igreja errada, todavia quando acontecem os tristes casos de erros de alguns padres, os mesmos “defensores” do Pe. Beto, massacram a Igreja, chamando os bispos de coniventes. O fato é que esse padre queria fama, queria ser político e o altar não lhe ofereceu tal oportunidade, mas esta defesa sem cabimento lhe deu projeção nacional e agora já se sabe que ele se filiará a um partido político, o mesmo do deputado que disse ser a Bíblia preconceituosa e qualificou o Papa Bento XVI de nazista.

Por outro lado, a Igreja reconheceu o amor a Deus numa pessoa especial, Nhá Chica, beatificada dia quatro de abril no interior de Minas Gerais. Filha de ex-escrava, mulata, analfabeta e leiga (não pertencente à ordem religiosa), Francisca de Paula de Jesus, seu nome de batismo, tinha uma sabedoria inexplicável, uma rotina completamente dedicada a sua missão de devoção a Deus e completo desprendimento de bens materiais. Essa mulher e outras pessoas consideradas santas, não servem de modelo para certos meios de comunicação, mas os personagens de novelas e falsos profetas, esses sim, são colocados nos “pedestais dos altares” das redes sociais, esses são “santos”.

A Igreja não vai agradar aqueles que querem transformar a vida numa novela, isto é, fazer da vida uma ficção, inventando personagens e criando teorias que em nada contribuem para a vivência real dos simples mortais (todos nós), não somos personagens de novelas, nosso dia a dia exige pé no chão.

Pe. Crispim Guimarães

Pároco da Catedral de Dourados, MS.

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