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Crise institucional

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Crise institucional

Circula pelas mídias eletrônicas inúmeras mensagens anunciando que o Brasil vive uma crise institucional. Essa percepção é oriunda da crise econômica que se alastra pelo país, agravada pelas investigações da chamada Operação Lava Jato, que envolve grandes empresários e muitos políticos.
Crise institucional existe parcialmente, a crise de fato, aconteceria se os poderes como Polícia Federal, Ministério Público Federal, Supremo Tribunal Federal não estivessem funcionando, se os militares estivessem nos quartéis se mobilizando para assumir o governo, isto é, preparando um golpe militar, o que seria um retrocesso inimaginável.

O que estamos observando assustados é uma crise econômica que se aprofunda a cada dia e que vem se refletindo no cotidiano da população: preços aumentando mais que salários, desemprego, etc. A crise política leva à crise de confiança que assola uma classe, a dos representantes do povo. A cada instante surgem denúncias sobre esses que deveriam ser os primeiros e mais aplicados servidores públicos, que são na realidade, os mais bem pagos.

Lembro-me que, em certa ocasião, numa sala de aula de Dourados, onde estava presente, a professora perguntou como os alunos denominam os políticos, as crianças e adolescentes responderam sem pestanejar: “ladrões”. Esta mesma opinião ouvi numa matéria televisiva feita numa escola, desta vez fora de Dourados. Vale observar que a resposta correta seria: “representantes do povo”.
Esta resposta triste, que nivela todos os políticos por baixo, infelizmente, revela a verdadeira crise. Se crianças veem os nossos representantes como ladrões, e sabemos que existem pessoas que fazem da política, o seu dever-ser, “a arte do bem comum”, então existe uma crise, porque os poderes executivos e legislativos (poderes políticos) estão passando pelo momento mais delicado da “nova democracia”, ou “Nova República”.

Quando a justiça consegue colocar na cadeia uma classe de pessoas que no passado jamais iria para a prisão, percebemos que algumas instituições nunca estiveram tão sadias como agora, mas os dois poderes políticos, esses sim, a cada instante revelam surpresas que tiram a esperança do povo, que os elegeu para representá-lo e realizar as transformações que fizessem do Brasil um país para todos.
Parece que ninguém mais acredita na instituição política, e essa descrença revela uma problemática que cria desilusão e poderá no futuro, agravar a situação econômica, que tem o poder de abalar, aí sim, os alicerces da democracia.

Contudo, se a justiça continuar fazendo o trabalho que lhe é devido, aprimorando a fiscalização e punição dos crimes contra o erário público, a democracia se aperfeiçoará, e no futuro teremos melhores condições de vida para toda a população.

Então existe ou não uma crise institucional? Existe uma crise sim, estamos dentro do redemoinho que a faz girar, os atores dessa peça trabalham cada um para segurar a sua parcela, especialmente no campo político partidário, deste modo, o país é deixado em segundo plano, enquanto muitos querem preservar o poder de partidos e oligarquias, todavia não se pode falar em crise institucional.

Que as demais instituições da nação continuem e se aperfeiçoem no combate da imoralidade pública e privada, ajudando a transformar a mentalidade recorrente, para que não permaneçam falando que somos o país da corrupção.

Pe. Crispim Guimarães

Pároco da Catedral de Dourados

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