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Há poucos meses escrevi que o Papa não se deixava pautar pela mídia, por isso, não tratava diretamente de assuntos polêmicos, não por medo, mas porque a Igreja já definiu sua posição. No dia 13 de janeiro de 2014, para o corpo diplomático presente no Vaticano, Francisco, disse diretamente: “causar horror apenas em pensar nas crianças que nunca poderão ver a luz, vítimas do aborto”, e na sua Exortação Apostólica Evangelii Gaudim, números 213 e 214 fala sobre o tema e diz também que a Igreja precisa fazer mais pelas mulheres, “nas quais o aborto lhes aparece como uma solução rápida para as suas profundas angústias, particularmente, quando a vida que cresce nelas surgiu como resultado de uma violência ou num contexto de extrema pobreza. Quem pode deixar de compreender estas situações de tamanho sofrimento?”

Não tenho a intenção aqui de fazer defesa ou ataque ao aborto, mas às notícias posteriores a este pronunciamento, pois como disse o Papa, a Igreja já tem sua posição. Para não me alongar tomei como parâmetro a frase de William Bonner no Jornal Nacional, ao noticiar que o Papa atacou fortemente o aborto, e que “fontes” dizem que sua fala foi uma forma de satisfazer aos conservadores do Vaticano. Logo me veio à mente todo o alarde que a imprensa fez com os pronunciamentos de Francisco, ao colocar a Igreja como uma mãe acolhedora, nunca como uma mãe passiva diante dos “erros”, para muitos eu disse que esta “lua de mel” tinha curta duração.

No dia seguinte à fala do Papa, começaram as frequentes notícias sobre escândalos na Igreja, eles existem, já foram noticiados fartamente, mas a questão é: por que estavam tão quietos nestes meses do novo pontificado? Logo, nas Nações Unidas, houve forte pressão sobre a Igreja por parte de alguns países e ONGs, sobre o tema da pedofilia, a ONU recentemente credenciou um grupo acadêmico cuja pesquisa foi obtida de pedófilos, conhecido como Instituto Kinsey, afirmando que crianças são sexuais desde a infância. Suas fontes principais eram homens adultos que registravam detalhes acerca de seus contatos sexuais com crianças para seu livro “Sexual Behavior in the Human Male” (Conduta Sexual no Macho Humano), da parte da Igreja, desde Bento XVI, se estabeleceu uma política de tolerância zero, no seu pontificado mais 400 sacerdotes com problemas desta ordem foram afastados para averiguações judiciais ou expulsos, quando provada a culpa, a pressão por parte da ONU, por sua vez, pretende descredenciar o Vaticano como país membro, pela sua postura em defesa da vida.

Como disse tomei como parâmetro somente o noticiário do Jornal Nacional, embora tenha lido e visto muitas opiniões semelhantes, mas um Jornal de credibilidade, jamais poderia dizer, que a fala papal seria para acalmar os ânimos dos conservadores sem nomear a fonte, mas simplesmente referir-se: “a fontes”. Quais fontes? De onde? Quem? Claramente isto se caracteriza como fomento de discórdia para os menos atentos.

Em recente pronunciamento (27/01), o pontífice salientou o papel dos padres e bispos que dão a vida no anonimato e são esquecidos pela mídia, mas que esta dá mais realce aos maus exemplos do que ao trabalho positivo realizado pela maioria do clero. E citou um exemplo, de alguém que dizia: “Li num jornal que um bispo fez tal coisa ou que um padre fez aquilo!”. “Sim, eu também li; mas, por que os jornais não publicam notícias sobre o que fizeram tantos sacerdotes, em inúmeras paróquias de cidades e do campo, da caridade que fazem, do trabalho que realizam em benefício do povo? Ah, não! Isso não é notícia”, apontou o Papa. Francisco constatou que a mídia dá sempre mais destaque ao que é negativo: “É aquilo de sempre: faz mais barulho uma árvore que cai, do que uma floresta que cresce”.

Portanto, meus irmãos, quanto mais o Papa tocar em temas dolorosos, mais veremos que este “namoro” estabelecido na queda dos princípios cristãos, isto é, se os princípios cristãos caírem, continuará o namoro, caso contrário, rompe-se, e isso não acontecerá somente com a mídia, mas com pessoas e grupos em particular, inclusive dentro da própria Igreja.

Pe. Crispim Guimarães

Pároco da Catedral de Dourados

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