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Dom Redovino Rizzardo (I)

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Dom Redovino Rizzardo (I)

Embora não seja minha característica ser um filho muito obediente, portanto, que nem sempre concorda de imediato com as atitudes dos superiores, o texto a seguir é fruto da minha admiração e conhecimento que adquiri na convivência ao longo dos anos, sobre o atual bispo de Dourados.

Meu primeiro contato com o Pe. Redovino aconteceu 16 anos atrás, num encontro de padres e seminaristas no Estado de São Paulo, e que se repetiu algumas vezes, mas algo marcou significativamente minha vocação. Pouco antes de ser nomeado bispo, ele viveu numa cidadezinha do Movimento dos Focolares, fazendo um ano de descanso e espiritualidade; na casa em que vivia também habitava outro sacerdote, que era uma espécie de meu orientador espiritual. Foi um período de discernimento sobre a minha permanência na vida religiosa ou se optava pelo sacerdócio diocesano.
Escrevi uma carta contando todas minhas inquietações, mas para minha surpresa a resposta não veio do outro padre a quem foi endereçada, mas do Pe. Redovino. Uma frase recordo claramente: “Deus não fecha uma porta sem abrir janelas”. Depois de sua nomeação episcopal, cheguei a Dourados através dele, e por isso lhe sou muito grato; por providência deveria passar seis meses na casa episcopal, como todos os padres recém-ordenados, mas acabei permanecendo seis anos, ali convivi com Dom Redovino, um ser humano, um padre, um bispo, a quem desejo prestar uma homenagem por ocasião dos seus 75 anos de vida, sei que o faço em nome de inúmeros sacerdotes, religiosos (a) e leigos.

Natural de Bento Gonçalves, RS, nasceu em 12 de abril de 1939, entrou no seminário ainda criança, aos 11 anos de idade, foi ordenado dia nove de julho de 1967, exerceu várias funções na sua família religiosa, a Congregação dos Missionários de São Carlos. Sua ordenação episcopal aconteceu no dia 25 de março de 2001, em Guaporé, RS, desde então vive e serve nesta diocese de todos os povos, como ele mesmo a define.

Já revelou em público, que quando padre jovem tendia à desobediência, ou pelo menos não concordava de imediato com as propostas dos superiores, na nossa convivência repetiu várias vezes estes fatos, inclusive detalhando situações, mas seu encontro com a espiritualidade “focolarina”, mudou completamente a maneira de ver a vida, a Igreja e os irmãos, de fato, testemunhei muitas atitudes de humildade e simplicidade de Dom Redovino para com os padres e leigos, em diversas situações, que eu mesmo não tendo sua função hierárquica, jamais suportaria, nestes momentos percebi que no meu ministério teria que mudar também, seus gestos, mais que suas palavras, porque foram poucas as correções verbais que dele recebi, mas cada gesto era uma tomada de consciência para me recordar que ser padre é servir por amor e não usar da autoridade para agredir, machucar ou punir.

Dotado de um intelecto privilegiado, o bispo de Dourados é um conciliador, eu mesmo, discordava de imediato de algumas de suas atitudes, porque pensava que para certas situações deveria ser mais enérgico, coisas de padre inexperiente, pois, às vezes, tais atitudes eram confundidas com fraqueza ou como alguém que permanecia “em cima do muro”, na realidade, depois compreendia como isto o fazia sofrer, mas era o sofrimento reparador de quem, como Jesus, abraçava a Cruz para permanecer unido ao Pai e aos irmãos, como num mosaico, foi construindo uma igreja diocesana mais mãe, acolhedora, fraterna, simples, contudo, sem laxismo.

Para concluir e deixar margens para a próxima sexta-feira, quando retornarei ao tema, Dom Redovino é um homem pobre, você leitor não sabe, sua vida é muito simples, recebe como bispo menos que os padres, embora tenha o direito de receber mais, e nunca se negou a ajudar com seus poucos recursos às obras da Igreja Diocesana, claro, sem que ninguém saiba, exceto algumas pessoas.

Pe. Crispim Guimarães

Pároco da Diocese de Dourados

Dom Redovino Rizzardo (I)

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