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Festa Cristã : Por Pe. Crispim Guimarães

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23/12/2016 07h24

Festa Cristã

Por : Pe. Crispim Guimarães

Para os cristãos, juntamente com a Páscoa, o Natal é um dos momentos mais significativos da fé: Nascimento e Ressurreição. Porém, questiona-se a data do nascimento do Menino Deus. Talvez por isso, o Natal se assemelhe cada vez mais a uma festa pagã, quando o consumismo vem gradativamente tomando o lugar do religioso. É preciso retornar aos primórdios para compreender o contexto histórico e simbólico do período inicial cristão, que desencadeou tal celebração.

É evidente a historicidade de Jesus, mais evidente ainda é a sua ação pelo Espírito na história da humanidade depois da sua Ascensão ao Céu, pois a vida cristã gerou um novo estilo de sociedade. Exemplos: dois mil anos atrás, a mulher era mais uma no harém dos homens poderosos, foi o cristianismo que lhe deu a possibilidade de “ter seu homem”; São Paulo escrevendo a Filêmon pede que Onésimo, escravo até então, seja considerado irmão e não mais servo. Assim, o Segundo Testamento é permeado de um novo estilo de vida, onde o ser humano vale mais que o dinheiro, o poder, e o prazer.

O Natal, é a data inicial desta mudança mundial significativa, sem a encarnação do Verbo (Jesus) as sociedades teriam cometido muito mais atrocidades; não é segredo que os chamados direitos humanos, hoje evocados nas políticas direitos dos povos, nasceu dos princípios cristãos.

Quanto à discussão da data, não podemos trocar o essencial pelo periférico. Na região dos povos nômades, nas religiões praticadas por eles e demais povos não judeus, o sol, pelo seu significado na preservação da vida, pela luz que fazia cair as trevas da noite, tornou-se um “deus” para aqueles povos, era no dia 25 de dezembro que se festejava o “deus sol”.

Os cristãos nunca acreditaram neste e em nenhum outro deus, sempre tiveram a firme clareza que Jesus Cristo era luz da vida, o Deus que faz brilhar nas trevas a luz que cura toda cegueira; no entanto, sabendo que Ele nasceu, cresceu, pregou entre eles, morreu e ressuscitou, mas pela precariedade da época, tinham a dificuldade de encontrar registros sobre a data exata do seu nascimento, mesmo assim, acreditavam ser ou naquele dia ou num dia próximo. Para os cristãos o mais importante não é o dia 25 ou 26 de dezembro…, importante é Jesus, embora fosse necessário fixar uma data. Então o que é o Natal?
Não é paganismo, não é comércio, não é ilusionismo, não é papai Noel, é a celebração da Festa do Deus que se dignou a assumir a carne humana! É a contemplação do mais belo gesto que a humanidade já pode apreciar. Não existe na história um deus que assume a condição de gente, exceto o Cristo. Mesmo assim, a maioria de nós, não é capaz de imaginar a grandeza da Festa.

Na tradição católica, Natal é um presépio onde se vê um Menino numa manjedoura entre um boi e um burro, olhado pela Mãe e pelo pai adotivo, solidário com os últimos do mundo, mas também cantado pelos coros celestes que entoavam “Glória a Deus nas alturas e paz na terra aos homens porque têm boa vontade (Lc 2,14)”.

Jesus nasceu em Belém, que significa casa do pão, porque Ele é o pão do céu. Nasceu num estábulo, lugar de sujeira, mas Cristo, pela confissão, acolhe nossas imundices (pecados), depois somos alimentados com o pão, a Eucaristia. Nasceu de uma mulher para demonstrar que é igual a nós: humano. No presépio, encontrava-se um burro e um boi, o primeiro, um animal que simboliza os pagãos, homens sem sabedoria, o outro, os judeus. Deus veio salvar objetivamente a todos os homens, judeus e pagãos.

Nasceu como um bebê, o que o fazia incapaz de andar e de se mover sozinho, mas Ele também é Deus, e como Deus, movia as estrelas. Como criança recém-nascida era incapaz de falar, como Deus fazia os anjos cantarem. Em Adão, todos estavam condenados, no Natal, obra de misericórdia, Deus misericordiosamente se fez homem para pagar a dívida dos homens.

Assim, Natal não é poesia ingênua, é poesia sim, real, da relação entre o homem terreno e o homem do céu. Natal é Jesus. Feliz Natal!

Crispim Guimarães,

Pároco da Catedral de Dourados

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