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O Sacramento “Ordinário”

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O Sacramento “Ordinário”

Pe. Crispim Guimarães
Assessor de Comunicação e Coordenador de Pastoral da Diocese de Dourados.
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Ordinário, diferente do significado da linguagem comum, vem de ordem, neste caso específico, da ordem cotidiana, do dia a dia.
Verdadeiramente, a Eucaristia é um Sacramento do cotidiano. Talvez, por isso, o extraordinário, que é a presença real de Cristo em meio à sua Igreja, por conseguinte, em meio à humanidade, não é percebida ou, quando muito, se transformou no gesto cultural de tradição.

Sabe-se que o ser humano é tendencioso para o espetáculo. Aquilo que assusta, que foge do comum é o que mais atrai sua atenção. Isto nem sempre inclui o que é bom e verdadeiro. Na linguagem das Sagradas Escrituras, onde muitos procuram histórias dos povos antigos, outros buscam filosofias, é possível perceber, religiosamente falando, que os israelitas esperavam um salvador miraculoso, ainda que os profetas o descrevessem como simples, servo sofredor, etc.

Na iminência da celebração da Festa do Corpo e do Sangue do Senhor, é possível compreender porque tão poucas pessoas se encantam com este Sacramento, mas, para tanto, faz-se necessário um retorno às fontes dos evangelhos, onde o mesmo Jesus Cristo é apresentado a partir de quatro visões.

Só é possível compreender a Eucaristia, venerá-la e adorá-la, se compreendermos de igual maneira o Natal e, a partir daí, vislumbrarmos a vida, o nascimento e a morte de Jesus. A Eucaristia é sinal de contradição, por exigir do fiel uma prática solidária e madura de fé, e também por sua simplicidade. É muito difícil imaginar um Deus que se faz habitar num pedaço de pão e num pouco de vinho! Assim pensava o sacerdote que presenciou o milagre eucarístico de Lanciano.

Todavia, a Eucaristia mantém a tradição de Jesus: ser simples e transparente, de não precisar do extraordinário humano, que carece de show na tentativa de revelar algo. A Encarnação do Deus-Filho no seio de uma mulher simples, pobre, não mostra nada de extraordinário. Se pensarmos em espetáculo, deveríamos imaginar sua vinda num cavalo alado, rodeado de anjos; sua vida de criança não tem fatos que justifiquem tais fantasias; sua vida pública, seus milagres e pregações não autorizam a ter uma imagem do Mestre como alguém criador de espetáculo.

No entanto, Ele o é pela simplicidade, justamente por não apresentar ostentação. Na Eucaristia, se Cristo quisesse agir como nós, ao recebê-la, faria aparecer sinais de êxtase ou, fisicamente, apresentaríamos sinais de fogo ou algo parecido em nossas mãos. Não! Ele continua o mesmo do Natal e da vida pública. Foi exatamente esta ordinariedade de sua vida que o fez extraordinário. Ele não usurpou da condição humana que vive no ordinário, pois no dia a dia ninguém suportaria viver de novidades. A Eucaristia é sempre nova porque é Jesus e não uma novidade televisiva ou shows religisosos.

Pode-se concluir que a busca não apaixonada pelo Corpo e Sangue de Cristo revela que não compreendemos de fato a vida de Jesus Cristo histórico, mas que muitos buscam um Cristo fictício.
Descobrir o Cristo Vivo na Eucaristia, exige fé e esta não é miragem ou “milagretos”. Daí a preferência de algumas pessoas procurarem indivíduos que dizem fazer milagres em nome de Jesus, em vez de buscarem o Cristo feito milagre: a Eucaristia.

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