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O uso indevido da internet na política

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O uso indevido da internet na política

O primeiro turno e agora o segundo, revelaram uma capacidade de enganação, com notícias acerca dos candidatos, usando imagens e textos para, sobretudo, denegrir a figura dos mesmos. Estas notícias foram e são repassadas indiscriminadamente pela rede de computadores e WhatsApp.

Quando um vídeo revela imagens e vozes, fica mais difícil de ser contestado, mesmo assim, ele pode ser adaptado usando cortes de imagens e falas. Existem realmente verdades em certas postagens, mas infelizmente, muitas são mentiras deslavadas. Pessoalmente tenho observado o que aparece no facebook e me impressionado com a “criatividade” antiética e desinformada. Vi postagens falando que a candidata Dilma teria um caso com uma mulher de Minas Gerais, e que esta estaria chantageando-a, depois apareceram outras postagens do candidato Aécio tomando cerveja com uma mulher seminua, outra que ele espancava a mulher.

O bom senso não permite que tenhamos tais atitudes, chegando a pormenores da vida pessoal e íntima das pessoas. Infelizmente, os próprios partidos dos candidatos se prestam a este contrassenso político e o povo apaixonado mais pelos partidos que pelo próprio Evangelho, no caso das pessoas religiosas, repetem mentiras como se fossem verdade. Prefiro acreditar que algumas pessoas que conheço estejam desinformadas e não mal intencionadas.

Pois bem, para os desinformados, é bom prestar a atenção na “rede”, para ilustrar o perigo, assisti algo muito pertinente faz poucos dias. Uma moça canadense foi notícia também na TV brasileira, por enganar os amigos e familiares enquanto preparava o Trabalho de Conclusão de Curso, TCC, em marketing. Trancada em casa, depois de simular uma viagem para um país da Ásia, ela usava imagens da internet, fazia montagens com suas próprias fotos e depois as postava. Os amigos e familiares interagiam constantemente, acreditando que ela de fato estava no suposto lugar e nas respectivas paisagens.
Quando revelou que os trinta dias de viagens não passou de uma mentira cheia de criatividade, especialmente seus pais cortaram por um tempo as relações, porque se sentiram enganados, o mesmo aconteceu com os amigos. O mal-estar só se desfez depois da revelação de que tudo não passava de um trabalho de conclusão curso.

Assim, paixões precisam ser suplantadas pela razão para que vidas não sejam enlameadas pela ignorância involuntária. Talvez seja oportuno uma breve história de autor desconhecido. Conta a “história”, que um juíz tentou resolver uma contenda de falso testemunho, pedindo a um dos réus que fizesse uma viagem e pelo caminho de Y-Km depenasse um frango, depois de chegar ao destino, retornasse juntando as penas, o que foi impossível porque as penas espalharam-se com o vento, assim, disse o juiz, ocorre com certas notícias que não correspondem à verdade, elas se espalham no ar, e a vida das pessoas não pode mais recuperar a verdadeira imagem, porque certas mentiras, repetidas e propagadas, na cabeça de alguns se tornam “verdades”.

Neste momento, o que a cidadania menos precisa é que, além dos candidatos, o povo se torne propagador de mentiras, que não contribui em nada para o processo democrático, ao contrário, só deseduca a população no exercício do direito de votar.

Com isso, não quero dizer que os meios comunicação não devam divulgar notícias, ao contrário, elas são muito bem-vindas no processo democrático, mas notícias verdadeiras, não fantasiosas.

Pe. Crispim Guimarães

Pároco da Catedral de Dourados

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