01/12/2018
Dom Henrique: “Deixemos-nos ser estimulados pelos sinais de santidade”
Artigo de nosso bispo diocesano, publicado originalmente na Revista ‘Elo’ do mês de dezembro de 2018
Gaudete et Exsultate: Alegrai-vos e exultai!
Sobre a Chamada à Santidade no mundo Atual: Exortação Apostólica do Papa Francisco
(1ª parte)
Olá caros irmãos e irmãs! Neste mês de dezembro, quero refletir com vocês alguns pontos desta Exortação Apostólica, a qual é importantíssima para nós, num mundo globalizado, onde o consumismo parece nos consumir, onde o individualismo exacerbado parece corroer a nossa dignidade humana, trazendo-nos tantas perturbações e a falta de sentido para a verdadeira vida: humano e divino – imagem e semelhança de Deus: chamados à santidade.
Quando o Papa Francisco nos trouxe esta exortação, Sobre a Chamada à Santidade no Mundo Atual, pareceu algo fora do tempo, estratosférico. Como? Num mundo de tantas correrias? De tanta violência? Onde as ciências e as Redes Sociais predominam com suas verdades? De tanto individualismo e indiferentismo? Caros irmãos precisamos olhar mais para o chão da vida, ao nosso redor. Muitas pessoas boníssimas, que bebem da Fonte da Água Viva, o Evangelho de Jesus, estão no nosso meio e até do nosso lado. Olhemos para essas pessoas de boa vontade. É presença de Deus, é a ação do Espírito Santo no mundo atual.
A expressão em latim Gaudete et Exsultate nos leva para as bem-aventuranças no Evangelho de Mateus 5, 12: “Alegrai-vos e Exultai” diz Jesus a quantos são perseguidos por causa d’Ele. Porém, Ele mesmo nos dá a vida verdadeira. Esta proposta para a chamada à santidade está nas primeiras páginas da bíblia. Deus pede a Abraão: “Anda na minha presença e sê perfeito” (Gn 17,1). A gente pode pensar, mas como? Não tenho força para a Chamada à santidade, isto não é para mim. Vejamos, nós temos tantos santos, que nos encorajam e que talvez no início de sua vida, também achavam impossível andar na frente do Senhor e ser perfeito. Porém, confiaram no Senhor e acreditaram e deu certo. De fato ninguém é perfeito. Mas podemos caminhar no caminha da perfeição, que é o caminho do próprio Deus. Jesus disse: Eu sou o caminho a verdade e a vida, quem vier mim nunca se perderá (Jo.14,6).
A vida dos santos talvez não tenha sido sempre perfeita, mas mesmo no meio de imperfeições e quedas, continuaram a caminhar e agradaram ao Senhor. Além dos santos constituídos pela Igreja, às vezes no meio de nós, temos pessoas que vivam essa chamada à santidade: talvez alguns dos Avós, talvez a mãe ou o pai, um parente ou um amigo, talvez uma religiosa ou um religioso, um sacerdote, um bispo ou um papa. Enfim, vamos olhar de forma orante mais de perto e meditar. Olhemos para o Papa São João Paulo II; o próprio Papa Francisco. Homens que transpiram santidade. Vejamos que bonito. Então, por que não eu?
O Papa Francisco ressalta nesta Exortação Apostólica: “Gosto de ver a santidade no povo paciente de Deus; nos pais e mães que criam seus filhos com tanto amor, nos homens e mulheres que trabalham a fim de trazer o pão para casa, nos doentes, nas consagradas idosas que continuam a sorrir. Nesta constante de caminhar e caminhar dia após dia, vejo a santidade da Igreja militante. Esta é muitas vezes a santidade ‘ao pé da porta’, daqueles que vivem perto de nós e são um reflexo da presença de Deus” (Gaudete et Exsultate, parágrafo 7).
Caros Irmãos e irmãs, estamos dentro do advento e prestes a celebrar o Natal do senhor Jesus. Deixemos-nos ser estimulados pelos sinais de santidade, que o Senhor nos apresenta, através daquela criança numa manjedoura. Deixemos ser tocado por ela, o Menino Deus. “A santidade é o rosto mais belo da Igreja” (Gaudete et Exsultate nº.9)!
Feliz Natal a todos!
(o tema deste artigo continua no próximo mês, janeiro/19)
Dom Henrique A. de Lima, CSsR
Bispo Diocesano de Dourados
Artigo publicado originalmente na Revista ‘Elo’ do mês de dezembro/2018
