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“Lares brasileiros já têm mais animais que crianças”

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“Lares brasileiros já têm mais animais que crianças”

Notícia publicada recentemente baseada em dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) constatam que os berços das famílias brasileiras estão se esvaziando, enquanto o número de animais de estimação cresce, passando já o número de filhos.

Os dados foram coletados em 2013, mas processados recentemente. “De cada 100 famílias, 44 criam, por exemplo, cachorros e só 36 têm crianças até doze anos de idade”.Contando os gatos e outros animais o número sobe para 100 milhões, enquanto as crianças são somente 45 milhões.

Não se falou tanto na imprensa, porém o assunto é pertinente e preocupante, pois exige uma análise antropológica, filosófica e psicológica e até política. Um país que não é desenvolvido, que tem milhões famintos, no entanto alimenta tantos animais; alimentar é só um requisito, muitos deles têm plano de saúde, até manicure, cemitérios personalizados, clínicas veterinárias, e para manter este estilo de vida, já se defende a criação de leis que colocaria os ofícios públicos a serviço das famílias menos abastadas, com maior liberdade de movimentos nas cidades para que esses animais possam circular nos meios públicos de transporte, assim como a possibilidade de até participarem de momentos religiosos, o que já aconteceu num dos ambientes em que eu celebrava, para não relatar tantas outras regalias.

Os custos com o filhos-animais chegam a 16 bilhões de reais. Não é pouco dinheiro.
Como pode uma família desejar mais animais que filhos? Uma justificativa é que as mulheres querem preservar a beleza, o que significa vaidade excessiva. Os filhos dão muito trabalho, portanto, não se quer preocupação com quem pensa e questiona, é uma sociedade anestesiada, fugitiva de si mesma, da sua humanidade, é melhor um bicho em casa, pois este não questiona.

Correntes da psicologia defendem que os animais são importantes para o equilíbrio emocional. E o ser humano não? Os animais podem até ser importantes, mas não substituindo as pessoas. A eles, com tantos mimos e mordomias, nega-se um direito fundamental: serem animais. Que os bichos ajudem em tratamentos, ótimo, mas humanizá-los é uma agressão que vai contra o direito dos animais.

Caso gravíssimo veremos no futuro, pois a população idosa brasileira daqui a três décadas aumentará significativamente e a Previdência Social só suportará se houver trabalhadores suficientes para pagar os impostos que sustentarão o Estado. Quem vai trabalhar? Os seres humanos ou os animais?

Dizer que os cachorros amam seus donos mais que os bebês amam suas mães, como já se defende por aí, é um absurdo sem precedentes, sobretudo usado por certos “cientistas”, para justificar tal premissa.
Antropologicamente, não só os seres humanos estão tentando “desanimalizar” os animais para fazê-los cada vez mais humanos, como igualmente estão animalizando os próprios homens, descaracterizando a sua humanidade, ao trocar filhos por animais.

Os animais sempre estiveram próximos dos seres humanos, mas nunca lhes foram negados o direito de serem bichos. O que está acontecendo hoje é uma perversa inversão de valores e de personagens, o que não deixa de ser um contradição.

Amemos os animais! É bonito um cachorrinho, um gato, mas não desprezemos os seres humanos, especialmente um bebê!

Pe. Crispim Guimarães

Pároco da Catedral de Dourados

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