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A documentação da fase diocesana do processo de beatificação do servo de Deus padre Léo Tarcísio Gonçalves Pereira foi entregue ontem (28) ao Dicastério para as Causas dos Santos da Santa Sé, no Vaticano.
“É importante salientar que, agora, toda a documentação está no Vaticano”, disse padre Lúcio Tardivo, presidente do Instituto Padre Léo, que levou os documentos.
Com a entrega do material, a partir de agora, a Santa Sé analisará os documentos e avaliará a vida, as virtudes e a fama de santidade do servo de Deus padre Léo, assim como os testemunhos, estudos e possíveis milagres ocorridos pela intercessão do sacerdote.
O processo de beatificação de padre Léo começou em 7 de março de 2020, com a instauração do tribunal eclesiástico para a causa, realizado pelo arcebispo de Florianópolis (SC) dom Wilson Tadeu Jönk e a fase diocesana do processo de beatificação do servo de Deus padre Léo foi encerrada no dia 21 de junho, com uma sessão solene na Comunidade Bethânia, em São João Batista (SC), onde o padre viveu seus últimos anos de vida.
Durante a missa do fim da fase diocesana do processo de beatificação do servo de Deus padre Léo, o arcebispo de Florianópolis, dom Wilson Tadeu Jönck, responsável por conduzir esta etapa da causa disse que “há uma sintonia grande dos santos com o amor de Deus” e “isso era visível na vida de padre Léo” porque ele “manifestou o amor de Deus por meio da sua vida”.
“Ele fazia com que as pessoas percebessem que Deus as amava e se preocupava com elas”, disse dom Wilson Tadeu destacando que o padre Léo “convocava todos a se abrirem ao amor de Deus, como um caminho para vencer vícios, fraquezas e recuperar a dignidade”.
Padre Léo Tarcísio Gonçalves Pereira nasceu em 9 de outubro de 1961, em Delfim Moreira (MG). Ele entrou para a Renovação Carismática Católica (RCC) em 1983 e foi ordenado padre em 8 de dezembro de 1990 pela Congregação dos Padres do Sagrado Coração de Jesus (Dehonianos).
Em 12 de outubro de 1995, fundou a Comunidade Bethânia, em São João Batista (SC), que tem como missão acolher dependentes químicos e pessoas em situação de vulnerabilidade, oferecendo um caminho de restauração pela espiritualidade, relacionamentos sarados, alimentação saudável, exercícios físicos e convivência fraterna.
Padre Léo foi conhecido por suas pregações em eventos católicos e também através de sua participação em programas de televisão na Associação do Senhor Jesus e na Comunidade Canção Nova.
Em abril de 2006, padre Léo começou um tratamento contra o câncer no sistema linfático (linfoma). Em dezembro do mesmo ano, mesmo debilitado pelo câncer, fez a sua última pregação no Hosana Brasil, da Comunidade Canção Nova, com o tema “Buscai as coisas do alto”.
Na época, disse: “Quer ser feliz? Busque as coisas do Alto. Esta é a grande palavra que Deus trouxe ao meu coração neste tempo. A doença me tirou tudo: não consigo mais andar sozinho, não enxergo direito. Estou cego do olho direito e vejo apenas cerca de 40% com o olho esquerdo. Mas veio ao meu coração: ‘Ai de mim se eu não evangelizar’ (1 Coríntios 9,16b)”.
Ele morreu em 4 de janeiro de 2007, aos 45 anos, de uma infecção generalizada por causa de um câncer no sistema linfático.
