Acidigital
Uma estátua de cinco metros de altura do venerável frei Damião de Bozzano foi inaugurada no sábado (23), no mirante de Lajes Pintadas, no agreste do Rio Grande do Norte, local onde o frade deixou uma cruz quando visitou o município em 1960. A inauguração da estátua ocorreu durante uma visita pastoral do arcebispo de Natal (RN), dom João Santos Cardoso, que abençoou a imagem.
A construção da imagem de frei Damião é uma obra da Prefeitura de Lajes Pintadas, segundo a arquidiocese de Natal, que visa “valorizar a religiosidade popular e promover o turismo religioso no município”.
“Esse mirante é muito importante para a fé católica e é um ponto referencial de peregrinação, assim como também para a própria Lajes Pintadas é um ponto de turismo”, disse dom João Cardoso, destacando que a imagem de frei Damião, “mirando para Lajes Pintadas, é como se estivesse suplicando bênçãos e graças para o povo desta amada região”.
Frei Damião nasceu em Bozzano, na Itália, no dia 5 de novembro de 1898. Ingressou no seminário Seráfico de Camigliano, da Ordem dos Frades Menores Capuchinhos, aos 13 anos. Fez sua profissão perpétua no fim da Primeira Guerra Mundial, em 1918. Foi ordenado padre em 25 de agosto de 1923, em Roma. Em 1931, foi enviado ao Brasil e passou a morar no convento Nossa Senhora da Penha, em Recife (PE).
Dedicou 66 anos às Santas Missões, uma semana missionária na qual ele proclamava a Palavra de Deus a cada dia em uma cidade. Frei Damião também fazia sermões, catequeses, visitava os doentes, os presos e atendia confissões por mais de 12h por dia.
Com os anos, ele sofreu uma deformação na coluna que o deixou encurvado, provocando dificuldades na fala e na respiração. Em 1997, sua saúde se agravou e em 12 de maio do mesmo ano, foi internado no Real Hospital Português, na capital pernambucana, onde foi visto realizando aquele que foi chamada “sua última missão”, rezando o terço com o povo em uma das salas do hospital. Em 13 de maio, sofreu um derrame cerebral e foi levado para a UTI. Frei Damião morreu em 31 de maio de 1997, aos 98 anos. Seu corpo foi enterrado na capela de Nossa Senhora das Graças, de quem era devoto, no Convento São Félix, em Recife. Em 2019, ele foi declarado venerável pelo papa Francisco.