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A fragilidade é uma ponte para o Céu, diz Leão XIV

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O papa Leão XIV falou hoje (3) sobre os últimos momentos de Jesus na Cruz, enfatizando que ele não aparece como um “herói vitorioso”, mas sim como um “mendigo de amor” que “não condena” e “não se defende”.

Na audiência geral, feita na praça de São Pedro, no Vaticano, graças ao alívio no verão de Roma, o papa falou sobre a história da Paixão do Evangelho segundo são João Evangelista, em que Cristo crucificado diz a frase: “Tenho sede”.

Assim, ele disse que a sede do Crucificado não é só a “necessidade fisiológica” de um corpo atormentado, mas sobretudo a expressão do “desejo profundo” de amor, de relação, de comunhão.

Sua imagem, disse Leão XIV, é a de um Deus “que não se envergonha de mendigar um gole, porque nesse gesto nos diz que o amor, para ser verdadeiro, também deve aprender a pedir e não só a dar”.

O papa disse então que “Jesus não salva com um gesto clamoroso, mas pedindo algo que sozinho não se pode dar”.

Isso, segundo Leão XIV, abre uma porta para a verdadeira esperança: “Se até o Filho de Deus escolheu não ser suficiente para si mesmo, então também a nossa sede – de amor, de sentido, de justiça – não é um sinal de fracasso, mas de verdade”.

“A sede de Jesus na cruz é, portanto, também a nossa”, disse ele. “É o grito da humanidade ferida que ainda busca água viva. E essa sede não nos afasta de Deus, mas une-nos a Ele. Se tivermos a coragem de reconhecê-la, podemos descobrir que também a nossa fragilidade é uma ponte para o Céu”.

Assim, na catequese, o papa disse que, na Cruz, Jesus ensina que o ser humano “não se realiza no poder, mas na abertura confiante ao outro, mesmo quando este nos é hostil e inimigo”.

Nesse sentido, Leão XIV enfatizou que é justamente pela aceitação da fragilidade que se alcança a salvação, que “não está na autonomia, mas em reconhecer com humildade a própria necessidade e saber expressá-la livremente”.

“Nenhum de nós pode bastar a si mesmo”, disse o papa. “Ninguém pode salvar-se sozinho. A vida realiza-se não quando somos fortes, mas quando aprendemos a receber”.

Uma verdade difícil de acolher

“Vivemos numa época que premia a autossuficiência, a eficiência”, disse o papa. “No entanto, o Evangelho mostra-nos que a medida da nossa humanidade não é dada pelo que podemos conquistar, mas pela capacidade de nos deixarmos amar e, quando necessário, também ajudar”.

Leão XIV convidou os fiéis a redescobrirem a alegria simples que nasce da fraternidade e da gratuidade. Ele enfatizou que em gestos cotidianos como “pedir sem vergonha” e “oferecer sem cálculo” há uma felicidade profunda, distinta daquela que o mundo propõe. “Uma alegria que nos devolve à verdade original do nosso ser: somos criaturas feitas para dar e receber amor”, disse o papa.

Por fim, ele encorajou os fiéis a não ter medo nem vergonha de estender a mão, mesmo quando se sentirem imerecidos. “É precisamente aí, nesse gesto humilde, que se esconde a salvação”, concluiu Leão XIV.

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