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Charlie Kirk: Quero ser lembrado pela coragem da minha fé

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Poucos meses antes de ser assassinado na última quarta-feira (10), Charlie Kirk, fundador do grupo conservador Turning Point USA, — ativista conservador no campus e cristão evangélico declarado — disse que, depois de sua morte, gostaria de ser lembrado por sua fé cristã.

“Se tudo desaparecer completamente, como você quer ser lembrado?”, perguntou Jack Selby, apresentador do podcast The Iced Coffee Hour, a Kirk no fim de uma entrevista em 29 de junho.

“Se eu morrer?”, disse Kirk.

“Tudo simplesmente desaparece”, disse Selby. “Se você pudesse ser associado a uma coisa, como gostaria de ser lembrado?”

“Quero ser lembrado pela coragem da minha fé”, disse Kirk. “Isso seria o mais importante. O mais importante é a minha fé”.

Kirk foi assassinado na tarde de quarta-feira enquanto conversava com estudantes da Universidade Utah Valley, nos EUA, como parte de sua “The American Comeback Tour”. Ele montava uma tenda com uma faixa que dizia “Prove que estou errado”, incentivando as pessoas a se aproximarem e debaterem suas opiniões caso se opusessem às suas posições políticas, religiosas ou filosóficas.

A visita começou de modo semelhante a outras visitas de Kirk ao campus, com estudantes e outras pessoas fazendo fila para lhe fazer perguntas. Cerca de 3 mil pessoas compareceram para assisti-lo ou debater com ele.

Só 20 minutos depois do início do evento, um participante perguntou a Kirk sobre ideologia de gênero e violência armada. Ele e Kirk tiveram uma breve discussão antes que alguém num telhado próximo disparasse uma única bala que perfurou o lado esquerdo do pescoço de Kirk e o matou.

Uma testemunha chamada Brandon Russon disse à rede de televisão americana CBS News que, pouco antes de Kirk ser baleado, ele estava discutindo sua fé cristã com outro participante. Sobre essa conversa, Russon lembra-se de Kirk proclamando à multidão que “Cristo é o Senhor” e que o Filho de Deus havia “vencido a morte”.

Essa era uma tendência comum em seu ativismo no campus.

No início deste ano, Kirk debateu com um estudante ateu que lhe perguntou sobre trabalhar com conservadores ateus. Embora Kirk tenha dito que acolheria qualquer pessoa que apoiasse boas causas, ele alertou que o ateísmo não pode produzir um código moral adequado.

“Você deve ser um ateu honesto e reconhecer que a moralidade é, por definição, subjetiva sem a crença em Deus”, disse ele. “Que você não pode ser ateu e acreditar na moralidade objetiva. É uma impossibilidade, e os verdadeiros ateus reconhecerão isso”.

Kirk disse que os ateus têm pretensões de “dever”. Eles sugerem que as coisas deveriam ser de uma certa maneira, como “o assassinato deveria ser errado”, mas não podem proclamar padrões morais objetivos “se não houver um poder divino eterno sobre você”.

“É uma afirmação de verdade muito importante porque, quando não há uma verdade objetiva ancorando a sociedade, isso se torna uma disputa de poder”, disse Kirk. “Se não houver verdade, o poder reinará. Quem conseguir obter o maior poder acaba tendo o maior poder de decisão sobre a sociedade. Acreditamos que o que é objetivamente certo, verdadeiro, bom e belo deve transcender a sociedade”.

Kirk frequentemente falava sobre sua fé em entrevistas, entre elas uma com o famoso ateu Bill Maher no podcast “Club Random” deste ano, em que Kirk falou sobre as doutrinas cristãs de graça e expiação.

“Acreditamos que [Cristo]… sofrer a morte que sofreu na cruz foi expiar os nossos pecados, os pecados da humanidade”, disse Kirk a Maher. “É, no fundo, uma declaração de igualdade humana, de que somos todos pecadores, somos todos problemáticos. Todos temos problemas. Todos temos vícios. Todos nós não atingimos o padrão de Deus e Jesus nos completa”.

Ao longo de sua carreira, Kirk incentivou os jovens a se casar e formar uma família, argumentou contra o aborto e a ideologia de gênero e trabalhou para inspirar estudantes universitários a seguir a Cristo.

A relação de Charlie Kirk com a Igreja Católica

Embora Kirk fosse protestante, ele frequentemente se envolvia em discussões teológicas com católicos. Sua mulher, Erika, é católica e o casal e seus dois filhos foram vistos numa igreja católica em Scottsdale, Arizona.

Num podcast neste ano, Kirk disse a um ouvinte: “Os católicos são simplesmente fabulosos de muitas maneiras diferentes”.

“Eles lutam pela vida, lutam pelo casamento, lutam contra a ideologia de gênero”, disse ele.

O interlocutor perguntou a Kirk sobre a mariologia católica, uma questão sobre a qual Kirk disse acreditar que os católicos vão “longe demais”. No entanto, Kirk disse que ficaria “feliz em debater o assunto” e que os evangélicos poderiam “fazer um trabalho melhor lembrando, estudando, falando sobre Maria e apontando para ela, porque ela foi um vaso escolhido por Deus Todo-Poderoso que trouxe nosso Senhor a este mundo”.

“Nós, protestantes e evangélicos, subestimamos Maria”, disse ele. “Ela era muito importante. Ela era um veículo para nosso Senhor e Salvador. Acho que nós… corrigimos demais. Não falamos o suficiente sobre Maria, não a veneramos o suficiente. Maria era claramente importante para os primeiros cristãos. Há algo ali. Na verdade, acredito que uma das maneiras de consertar o feminismo tóxico nos EUA é: Maria. Ela é a solução”.

Kirk também falou sobre a tendência de que “muitos jovens estão voltando à igreja” quando foi entrevistado pelo jornalista Tucker Carlson este ano. Ele chamou a Igreja de “um bote salva-vidas neste tsunami de caos e desordem” e disse que muitos estão frequentando a missa católica porque “querem algo que perdure” e “querem algo antigo e belo”.

O vice-presidente dos EUA, J.D. Vance, católico, publicou na rede social X que Kirk “genuinamente acreditava e amava Jesus Cristo” e “tinha uma fé profunda”. Vance disse que Kirk era um amigo e que eles frequentemente debatiam assuntos teológicos.

“Costumávamos discutir sobre catolicismo e protestantismo e quem estava certo em questões doutrinárias menores”, disse ele. “Como ele amava a Deus, queria entendê-Lo”.

O bispo de Winona-Rochester, Minnesota, EUA, Robert Barron, publicou na rede social X que tomou café da manhã com Kirk há cerca de quatro anos e falou com ele sobre teologia. Kirk estava programado para aparecer em seu programa “Bishop Barron Presents” em menos de duas semanas.

“Ele foi de fato um grande debatedor e também um dos melhores defensores do discurso civil em nosso país, mas ele era, antes de tudo, um cristão apaixonado”, disse Barron.

“Na verdade, quando tomamos aquele café da manhã em Phoenix, não falamos muito sobre política”, disse Barron. “Conversamos sobre teologia, pela qual ele tinha um profundo interesse, e sobre Cristo. Sei que estou me unindo a milhões de pessoas ao redor do mundo em orações para que ele descanse agora na paz do Senhor”.

Kirk também se uniu ao luto pelas vítimas do tiroteio na igreja católica da Anunciação, no mês passado, em Minneapolis. Em seu programa, ele falou sobre como é possível acreditar em Deus mesmo em meio à tragédia.

“A cruz é a resposta de Deus ao mal”, disse Kirk. “A pergunta não deveria ser por que o mal existe?, mas sim o que Deus fez a respeito? E a cruz é a resposta”.

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