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Deus não dá soluções imediatas, Ele trabalha no tempo lento da confiança, diz Leão XIV

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“Às vezes, buscamos respostas rápidas, soluções imediatas. Mas Deus trabalha lá no fundo, no tempo lento da confiança”, disse o papa na Audiência Geral de hoje (17), na qual continuou com a catequese sobre “Jesus, Nossa Esperança” para falar do mistério do Sábado Santo.

O Filho de Deus jaz no sepulcro, mas sua “ausência não é um vazio”, disse. Este é o dia do “grande silêncio”, em que o céu “parece mudo e a terra imóvel”, mas é precisamente ali “que se realiza o mistério mais profundo da fé cristã”.

“É um silêncio prenhe de significado, como o ventre de uma mãe que guarda seu filho ainda não nascido, mas já vivo”, acrescentou.

O papa Leão XIV usou a metáfora da espera por uma gravidez para indicar que o tempo considerado “inutilizável” durante pausas e momentos aparentemente “estéreis” pode se tornar “um ventre de ressurreição”.

“O Filho também descansa não porque esteja cansado, mas porque concluiu a sua obra de salvação; não porque tenha desistido, mas porque amou plenamente”, disse o papa.

“Não há mais nada a acrescentar’’, continuou ele. “Este descanso é o selo da obra consumada; é a confirmação do que tinha que ser feito e foi realizado. É um descanso repleto da presença escondida do Senhor”.

Somente se soubermos acolher com gratidão o que aconteceu, descobriremos que, “precisamente na pequenez e no silêncio, Deus ama transfigurar a realidade, renovando todas as coisas com a fidelidade do seu amor”, disse. “A verdadeira alegria nasce da espera vivida, da fé paciente, da esperança de que o que é vivido no amor, certamente ressurgirá para a vida eterna”.

O papa Leão XIV lamentou a vida frenética da sociedade atual, que coloca o verbo “produzir” acima de tudo: “Lutamos para parar e descansar. Vivemos como se a vida nunca fosse suficiente. Apressamo-nos a produzir, a demonstrar, a não perder terreno. Mas o Evangelho ensina-nos que saber parar é um gesto de confiança que devemos aprender a fazer”.

O Sábado Santo convida a descobrir que a vida “nem sempre depende do que fazemos, mas também de como sabemos renunciar ao que pudemos fazer”, continuou o papa, acrescentando que Deus não tem medo do passar do tempo, pois “Ele também é Senhor da espera”.

Para o papa, “cada silêncio acolhido pode ser a premissa de uma nova Palavra. Cada tempo suspenso pode tornar-se um tempo de graça se o oferecermos a Deus”.

A imagem de Jesus, sepultado na terra, continuou o papa, “é o rosto suave de um Deus que não ocupa todo o espaço”. Leão XIV afirmou que Jesus Cristo é o Deus “que nos deixa fazer, que espera, que se retira para nos conceder a liberdade”.

Ele exortou os fiéis a aprender a não ter “pressa de ressuscitar”, porque é “mais necessário descansar, acolher o silêncio, deixar-nos abraçar pelos limites”.

“A esperança cristã não nasce no ruído, mas no silêncio de uma espera repleta de amor. Não é produto da euforia, mas de um abandono confiante”, concluiu.

Como em todas as quartas-feiras, o papa percorreu em seu papamóvel a Praça de São Pedro, onde muitas famílias esperavam desde as primeiras horas da manhã para que ele pudesse abençoar seus filhos. Muitos fiéis levavam cartazes para parabenizá-lo pelo seu santo. Hoje (17), a Igreja celebra São Roberto Belarmino, padroeiro de Leão XIV, razão pela qual é feriado no Vaticano.

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